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A britânica Williams, nove vezes campeã de construtores da Fórmula 1 e seus pilotos extraordinários

A histórica escuderia britânica marcou época na Fórmula 1, com a Williams se tornando uma potência nos anos 80 e 90

A inesquecível Williams de Nigel Mansell em 1992

A inesquecível Williams de Nigel Mansell em 1992 (Reprodução)

Quando a Williams surgiu em 1977, a Fórmula 1 já estava consolidada como a maior referência do automobilismo mundial há quase três décadas. Mas a equipe que teve Frank Williams como um de seus fundadores gravaria seu nome na história do circo.

A escuderia britânica foi a segunda tentativa de Frank Williams, depois da malsucedida equipe que disputou a Fórmula 1 entre 1969 e 1976, que levava seu nome. Os tempos de glória surgiriam pouco tempo após sua primeira corrida, no Grande Prêmio da Espanha de 1977.

A partir de 1978, a Williams construiria seus próprios carros, ganhando sua primeira prova no ano seguinte através de Clay Regazzoni em Silverstone. Os primeiros títulos surgiriam já em 1980, com Alan Jones levando o de pilotos, além do Mundial de Construtores. Dois anos depois, Keke Rosberg levantaria a taça.

As décadas de 80 e 90 seriam as mais gloriosas da escuderia. Neste período, seriam nove títulos de equipes, além de sete individuais por automobilistas. O design com o azul, o amarelo e o branco predominantes marcou época.

Williams ajudou Piquet em sua última conquista

Pilotando a Williams, Nelson Piquet conquistaria seu último título mundial em 1987, numa memorável rivalidade com seu parceiro de equipe Nigel Mansell. Um ano antes, protagonizou aquela que é considerada pelos especialistas a maior ultrapassagem da história da Fórmula 1. No GP da Hungria de 1986, deixou a Lotus de Ayrton Senna para trás num movimento arrojado por fora e de lado, segundo a inesquecível narração de Galvão Bueno.

Mas a troca dos motores Honda por Judd proporcionaria uma queda de rendimento na virada dos 80 para os 90. Posteriormente, a Williams assinaria com a Renault para o fornecimento dos propulsores. A nova década chegaria com a evolução da fabricante francesa, nascendo assim o famoso “carro de outro planeta”.

O investimento em recursos eletrônicos, protagonizado pela suspensão ativa, marcou o amplo domínio da Williams nas temporadas 1992 e 1993. No retorno de Nigel Mansell à escuderia, o Leão finalmente conquistaria seu primeiro e único título na Fórmula 1 em 1992.

Na temporada seguinte, o britânico se aventuraria na Fórmula Indy, sendo também campeão nos Estados Unidos. Outro veterano, Riccardo Patrese sairia da Williams depois de vários anos de serviços prestados à equipe sediada em Grove.

Em 1993, Alain Prost realizou sua última temporada na Fórmula 1 pela equipe de Frank Williams, conquistando seu quarto campeonato. Ao mesmo tempo, Damon Hill ingressava no time.

A perda de Ayrton Senna

A Williams chegava a um patamar tão acima dos adversários que Ayrton Senna tornava pública sua insatisfação com a McLaren. A escuderia britânica havia perdido o recente domínio, com os tradicionais motores Honda sendo suplantados pela Renault. Tanto que, no último ano do brasileiro na McLaren, os propulsores mudaram para a Ford.

Com a aposentadoria de Alain Prost da Fórmula 1, o caminho ficou livre para Senna assumir o volante da cobiçada Williams. Mas a ampla supremacia da escuderia se encerraria com as mudanças no regulamento para 1994 que limitariam os investimentos da nova equipe do tricampeão.

Ayrton Senna não completaria nenhuma corrida pela Williams. Logo após abandonar os Grandes Prêmios do Brasil e do Pacífico, sua vida seria abreviada na curva Tamburello em Ímola, no fatídico 1º de maio de 1994.

Com a morte do brasileiro, Damon Hill seria o primeiro piloto, conquistando seu único título na Fórmula 1 em 1996. O ano seguinte seria o último em que a equipe de Frank Williams festejaria, através do campeonato de Jacques Villeneuve. 1997 também seria marcado pelo último título de Construtores da Williams.

Fim dos tempos de glória

A partir de 1998, a Williams não contaria mais com os motores Renault. Logo após uma experiência com os propulsores Mecachrome e Supertec, a escuderia teria a parceria da BMW entre 2000 e 2005. Mesmo com dois vice-campeonatos de construtores, as vitórias se tornariam mais raras na Fórmula 1. Sobretudo pela supremacia da Ferrari de Michael Schumacher.

Distante dos tempos de glória, a Williams somaria apenas quatro vitórias em 2001, uma em 2002 e outras quatro em 2003. Depois do triunfo de Juan Pablo Montoya no GP do Brasil em 2004, a equipe só voltaria a receber a bandeira quadriculada na Fórmula 1 em 2012, através de Pastor Maldonado no Grande Prêmio da Espanha.

As últimas boas temporadas seriam em 2014 e 2015, com os motores Mercedes na era híbrida. Mesmo que Felipe Massa e Valtteri Bottas terem conquistado vários pódios, nenhuma vitória seria alcançada, ainda que nestes dois anos a escuderia tenha encerrado o Mundial de Construtores em terceiro lugar.

Mas o rendimento da Williams foi despencando, ao ponto da equipe amargar as últimas colocações de construtores a partir de 2018. Em 2020, viveu a primeira temporada desde sua fundação sem pontuar.

Em 2023, encerrou em sétimo lugar marcando 28 pontos. Pelo menos superou 2022, quando ficou em último somando apenas oito. O derradeiro pódio aconteceu em 2021, com o segundo lugar de George Russell no GP da Bélgica.

Títulos da Williams

Pilotos (7): Alan Jones (1980), Keke Rosberg (1982), Nelson Piquet (1987), Nigel Mansell (1992), Alain Prost (1993), Damon Hill (1996) e Jacques Villeneuve (1997).

Mundial de Construtores (9): 1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997.

Escrito por Marco Andrews Felgueiras Maciel

Jornalista formado pela PUCRS em 2007 e pós-graduado em Imprensa Esportiva e Assessoria de Comunicação pela Universidade Castelo Branco. Atuei na web-rádio Voz do Futebol e escrevo para o Torcedores.com desde 2022, além de colaborar para o site Nas Pistas a partir de 2023. Também edito o SAMBARIO, voltado para carnaval e sambas-enredo, desde 2004. No canal do YouTube do portal (@sambariosite), entrevistamos mais de uma centena de personalidades do samba e do carnaval nos tempos da pandemia. Ainda fui redator e assessor de imprensa da ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade).

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