O engenheiro Adrian Newey, da Red Bull, é um dos principais nomes da Fórmula 1 fora das pistas. O britânico é responsável por diversos carros vencedores desde o início da década de 1990, quando começou a trabalhar na Williams. Na Red Bull há 18 anos, ele assinou os carros do tetracampeonato de Sebastian Vettel e agora do iminente tricampeonato de Max Verstappen. Contudo, ele mesmo admite ter alguns arrependimentos ao longo da carreira, e um deles é o fato de nunca ter trabalhado com Lewis Hamilton.
Durante participação no podcast ‘Beyond the Grid’, da Fórmula 1, Newey revelou que se arrepende de não ter trabalhado com Hamilton e com Fernando Alonso. Ademais, lamenta não ter assinado projetos pela Ferrari também.
“Trabalhar com Fernando [Alonso] e Lewis [Hamilton] teria sido fabuloso. Nunca aconteceu… São as circunstâncias. Às vezes, funciona assim”, disse Newey.
+ Lenda da Fórmula 1 vê Max Verstappen como o melhor piloto de todos os tempos
Ao falar sobre a Ferrari, Adrian Newey relembrou que já teve algumas oportunidades de trabalhar na equipe de Maranello.
“[A Ferrari] fez uma abordagem nos meus tempos de Indy, o que provavelmente não conta, depois de novo em 1993 e 2014. A de 1993 foi muito tentadora. Fui até lá. Jean Todt tinha acabado de começar [como chefe de equipe]. Lembro dele falando sobre se deveria contratar Michael [Schumacher] ou não. Será que foi uma boa ideia?”, brincou.
“[Em 2014] Foram conversas nascidas de pura frustração. Não queria sair [da Red Bull], mas estávamos numa posição em que a Renault não tinha sido capaz de produzir um motor híbrido competitivo. Isso acontece no primeiro ano de novas regras, tudo bem. Todos cometemos erros. Mas, aí, fui ver Carlos [Ghosn, antigo CEO da Renault]. Christian [Horner], Helmut [Marko] e eu fomos tentar pressionar para aumentar o orçamento deles. Ghosn respondeu que não tinha interesse em F1 e que só estava no esporte porque o pessoal de marketing dizia que devia estar. Foi deprimente”, acrescentou.
Adrian Newey fala sobre diferenças com a Mercedes:
A parti da mudança de regra técnica da Fórmula 1 em 2022, Red Bull e Mercedes produziram carros completamente diferentes. E nesse ínterim, as equipes também obtiveram resultados opostos. Enquanto os taurinos passaram a dominar o esporte, o time de Brackley obteve apenas uma vitória até o momento.
Durante o podcast, Adrian Newey admitiu que nunca foi favorável ao atual design da equipe rival. “No ano passado, construímos um carro que tinha aerodinâmica, barras laterais, conceito traseiro que contrastava totalmente com o da Mercedes. A Mercedes venceu no Brasil, então, nos deparamos com um dilema: começar a estudar o outro conceito mais detalhadamente, apenas para evitar perder uma área de desenvolvimento ou manter nossas próprias ideias. Minha intuição ditou que deveríamos nos ater ao nosso próprio conceito.”
“Tivemos que nos sentar com o livro de regras e usá-lo para entender onde colocar os eixos dianteiro e traseiro em relação aos pontos fixos do chassi, do motor, do cockpit e da caixa de câmbio. Trata-se das questões mais fundamentais da construção do carro, que cada equipe decidiu por si mesma. Depois, comecei a trabalhar na suspensão dianteira e traseira. Se alguém estragar o assoalho, as asas, dentro de certos limites, podem ser trocadas durante a temporada. Entretanto, essas decisões básicas determinarão as características de seu carro por pelo menos um ano”, completou.
