A McLaren considera a possibilidade de implementar uma hierarquia de pilotos após a polêmica das ordens de equipe durante o Grande Prêmio da Hungria. Quem falou sobre o assunto foi Andrea Stella, chefe da equipe.
Durante o GP da Hungria, a McLaren pediu para Lando Norris ceder a liderança da prova para Oscar Piastri após um undercut na rodada final de pit stops. A tensão tomou conta da equipe de Woking, já que Norris está de olho na disputa pelo título de pilotos contra Max Verstappen e o temor era de que britânico não aceitasse a ordem da equipe. Norris, contudo, cedeu a posição ao companheiro na volta 68 de 70.
“Quando temos Oscar e Lando, estamos na posição de sorte de não precisarmos decidir quem é o primeiro piloto. É uma forma de simplificar as coisas para algumas pessoas como eu, mas uma forma de frustrar a ambição de toda a equipe e a maneira como corremos. Está profundamente enraizado em nosso espírito que competimos de forma justa e que, se um dos pilotos obtém um resultado por mérito, ele é protegido. Talvez possamos revisar isso se forem as últimas corridas e houver um forte interesse no campeonato para um dos dois pilotos”, disse Andrea Stella.
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O chefe italiano da McLaren cobrou que os próprios pilotos tomem a iniciativa de apoiarem um ao outro, sem a necessidade da intervenção da equipe.
“Mas o que espero é que o outro piloto venha até mim e diga ‘se você precisar de ajuda porque ele está na disputa pelo campeonato, estou disponível’. Você constrói essa ética se gerencia tudo de forma justa, como eu acho que fizemos. Isso pode dar bastante material para rumores e a mídia, e é justo, assim são as corridas”.
“Para ser honesto, eu aproveitei esta semana como espectador e como fã; quando essas coisas acontecem, por favor, reconheçam que o que fizemos foi justo. É isso que quero que toda a equipe McLaren perceba e espero que os fãs também”, completou Stella.
Lando Norris comenta decisão da McLaren:
Após o GP da Hungria, Norris admitiu ter hesitado em ceder a liderança da prova para Piastri. O britânico afirmou que na Fórmula ‘a prioridade número um é pensar em si mesmo’.
“É natural que as coisas te passem pela cabeça, porque às vezes você precisa ser egoísta nesse esporte. Você precisa pensar em si mesmo. Essa é a prioridade número um, pensar em você. Mas também sou um jogador de equipe, então minha cabeça estava bem confusa na hora. Sei o que fizemos no passado, entre Oscar e eu, e ele me ajudou bastante. Acho que essa é uma situação diferente. Não é uma questão de pilotos ajudando um ao outro. Eu estava na liderança e eles estavam revertendo aquela posição”, disse.
“Eu entendo e sei que muita gente vai dizer que a diferença para Max é bem grande. Mas se a Red Bull e Max cometerem erros como os de hoje, e continuarem nesse ritmo, e nós, como equipe, continuarmos a melhorar e a ter finais de semana como este, podemos reverter a situação. Ainda é otimista. É uma grande meta, tirar 70 pontos. E como piloto, eu posso tirar 70 pontos na metade da temporada. Então, quando você pensa nos seis ou sete pontos que eu abri mão hoje, isso te passa pela cabeça com certeza”, acrescentou Norris.
Questionado se irá priorizar o próprio interesse futuramente, Norris desconversou. “Depende. Acho que fui colocado nessa situação e não é minha culpa estar liderando a corrida. Simplesmente, a equipe deveria ter parado Oscar primeiro e nem estaríamos tendo essa discussão. Não é isso. Acho que, como equipe, poderíamos ter feito as coisas de forma um pouco diferente, e com certeza vamos conversar sobre isso.”