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As cinco melhores duplas da história da Fórmula 1

Senna & Prost, Hamilton & Alonso e mais: os pilotos que se destacaram ao dividirem o paddock

Michael Schumacher e Rubens Barrichello (Divulgação / Fórmula 1)

Durante a maior parte de sua história, a Fórmula 1 “obrigou” as equipes participantes a terem ao menos dois carros no grid, sendo esse, inclusive, o número de pilotos que cada escuderia deve ter segundo o regulamento atual.

Dessa forma, diversas parcerias antológicas marcaram a história da categoria, seja por conquistas, fracassos ou até mesmo rivalidades internas. Algumas duplas parcerias não entregaram muito entretenimento nas pistas, mas chamaram atenção de alguma forma por envolver grandes nomes ou movimentar os bastidores.

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As melhores duplas da Fórmula 1

O Naspistas relembra então cinco duplas que abalaram a Fórmula 1 com desempenhos avassaladores e/ou utilizaram a categoria mais popular do automobilismo como palco de grandes rivalidades que só foram possíveis por dividirem o mesmo paddock.

James Hunt & Jochen Mass (McLaren / 1976 e 77)

Em 1976, o lendário brasileiro Emerson Fittipaldi se transferia para a Copersucar, dando lugar a James Hunt na McLaren. Assim, o britânico formou dupla com o alemão Jochen Mass, que já estava na equipe.

No primeiro ano, a relação entre os dois não foi das melhores, mas o título de Hunt contribuiu para melhorar o clima dentro da escuderia britânica. No entanto, em 1977, as coisas começaram a degringolar, resultando em um confronto acirrado entre os dois pilotos durante o Grande Prêmio do Canadá.

Quando Hunt tentava ultrapassar para dar uma volta em Mass, ambos colidiram, levando ao abandono do britânico. Furioso, Hunt se manteve na pista, erguendo o punho em sinal de reprovação a cada vez que seu companheiro passava pelo local do incidente. Um fiscal que tentou intervir foi agredido, e a McLaren viu seus dois pilotos se distanciarem da disputa pelo título naquela temporada.

Por fim, a parceria chegou ao fim após seu segundo ano, mas rendeu momentos memoráveis e até mesmo divertidos envolvendo a rivalidade entre o britânico e o alemão na tradicional escuderia britânica.

James Hunt agride fiscal de prova no GP do Canadá de 1977 (Reprodução / YouTube)

Nelson Piquet & Nigel Mansell (Williams / 1986 e 87)

Em meados dos anos 80, a Williams foi cenário de uma disputa intensa entre seus dois pilotos. De um lado, o bicampeão Nelson Piquet; do outro, o britânico Nigel Mansell em busca de seu primeiro título.

Devido à brigas internas pós acidente do chefe da equipe, Frank Williams, em 1986, a escuderia se dividiu em dois lados, com Piquet e Mansell em cada um deles. Isso foi notório na última prova daquela temporada em Adelaide, na Austrália. O título daquele ano acabou nas mãos do francês, deixando a Williams sem o troféu de pilotos, o que foi considerado na época um verdadeiro vexame.

Em 1987, as coisas se intensificaram nos bastidores da equipe, cedendo assim um prato cheio para a mídia, tendo o brasileiro e o francês no epicentro da “crise” interna. Em meio à acusações de sabotarem o desenvolvimento de seu carro, Piquet optou por uma estratégia psicológica que, apesar de polêmica, foi eficaz.

Nelson iniciou um ataque público a Nigel, dizendo até mesmo que a mulher de seu companheiro de equipe era “a mais feia do mundo”. Em outra ocasião, Piquet escondeu o papel higiênico quando Mansell enfrentou uma crise de diarreia durante o Grande Prêmio do México.

Enquanto o mundo esperava por uma verdadeira batalha na pista no derradeiro Grande Prêmio daquele ano, no Japão, Mansell cometeu um grave erro nos treinos ao bater sua Williams contra uma barreira de pneus, ficando assim de fora da corrida. Isso foi o suficiente para o brasileiro garantir seu tricampeonato mundial antes mesmo da largada.

Ayrton Senna & Alain Prost (McLaren / 1988 e 89)

Aos falarmos de duplas e rivalidades marcantes, automaticamente os nomes de Ayrton Senna e Alain Prost tomam a mente de muitos admiradores do esporte automobilístico.

Ambos possuíam um exímio talento ao volante, mas o brasileiro destacava-se do francês por sua habilidade e velocidade impressionante e conquistou o título mundial de 1988.

Embora o relacionamento entre os dois já não fosse o melhor no início de 1989, a rivalidade entre eles atingiu seu ápice já na segunda etapa da temporada, o Grande Prêmio de San Marino.

Havia um acordo entre a dupla para “não se atacarem na primeira volta”, mas Senna ignorou o combinado na relargada da prova em Ímola. A partir desse momento, a dupla dos sonhos se desfez, gerando grandes batalhas internas na McLaren, alimentando assim a mídia com disputas épicas nas pistas e até mesmo trocas de ameaças entre os lendários pilotos.

No fim, quem levou a melhor no segundo e último ano da emblemática dupla foi o francês. No decisivo Grande Prêmio de Suzuka, Prost e Senna colidiram na Chicane, levando à desclassificação do brasileiro, que foi suficiente para confirmar o título de seu rival e companheiro de equipe.

Vale também mencionar que Alain Prost seja talvez o piloto que mais formou duplas de alto nível durante sua carreira na Fórmula 1, devido às suas parcerias com Niki Lauda e Nigel Mansell, por exemplo.

Prost e Senna colidem no GP do Japão de 89, sacramentando assim o título do francês

Michael Schumacher & Rubens Barrichello (Ferrari / 2000 – 2005)

Contratado em 1996, Michael Schumacher recebeu Rubens Barrichello como companheiro na Ferrari em 2000. Durante os anos em que competiram juntos, Schumacher e Barrichello mantiveram uma relação complexa. Ainda assim, essa foi uma das melhores – se não a melhor – parceria envolvendo Schumacher em seus tempos de Scuderia, além de ser a mais duradoura dessa lista.

Michael Schumacher e Rubens Barrichello, Ferrari, Fórmula 1
Schumacher e Barrichello no pódio do GP da Áustria de 2002 (Divulgação / F1)

Como a lenda alemã ocupava a posição de piloto principal da equipe, o seu “escudeiro” brasileiro foi essencial para a conquista dos cinco títulos mundiais consecutivos de 2000 a 2004. No entanto, houveram momentos em que Rubens claramente esteve insatisfeito com seu papel de segundo piloto e com a preferência evidente dada a Michael dentro da equipe.

A parceria entre o alemão e o brasileiro rendeu também um dos momentos mais traumáticos para os fãs brasileiros. No Grande Prêmio da Áustria de 2002, Barrichello estava prestes a vencer a corrida quando recebeu instruções para ceder sua posição a Schumacher na linha de chegada. Essa atitude revoltou grande parte dos torcedores e especialistas, sendo até hoje lembrada como um dos momentos mais vergonhosos da história da Ferrari.

Lewis Hamilton & Fernando Alonso (McLaren / 2007)

Uma parceria que durou apenas uma temporada e não trouxe um título mundial para qualquer um dos dois, mas ao menos rendeu momentos marcantes de rivalidade nos bastidores e nas pistas.

Em busca de voltar ao topo da Fórmula 1, a McLaren uniu o já consolidado Fernando Alonso a uma das maiores promessas do automobilismo na época: Lewis Hamilton. Porém, o espanhol fez jus ao seu histórico de mal companheiro e bateu de frente com um jovem britânico que não estava disposto a abaixar sua cabeça, por mais que o admirasse como piloto.

Apesar de ainda ser uma aposta, o futuro heptacampeão de Fórmula 1 demonstrou seu exímio talento já em seu ano de estreia, conquistando impressionantes nove pódios em suas primeiras nove corridas. Assim, Lewis se estabelecia como um surpreendente adversário direto de Fernando na disputa pelo título da temporada.

Apesar de parecer ter em mãos o necessário para dominar a categoria em 2007, a McLaren colocou tudo a perder ao não conseguir controlar seus bastidores. Nas pistas, Alonso foi acusado de de prejudicar intencionalmente Hamilton durante o treino classificatório do GP da Hungria, enquanto no tribunal a equipe enfrentou acusações de espionagem industrial, resultando na perda do título de construtores, uma multa bem alta e sua reputação manchada.

No fim, Kimi Räikkönen, da Ferrari, ficou com o título entre os pilotos, concretizando o fracasso da McLaren naquele ano e o fim de uma das mais marcantes duplas da F1.

Alonso retarda saída dos boxes para prejudicar Hamilton (Reprodução / YouTube)

Uma nova dupla histórica ganha forma na Fórmula 1?

Atualmente, a Fórmula 1 carece de grandes duplas como as mencionadas por aqui. Em 2025, Lewis Hamilton se unirá a Charles Leclerc em uma parceria promissora, em busca de encerrar a atual hegemonia da Red Bull Racing.

No entanto, só o tempo dirá se a nova dupla da Ferrari renderá o entretenimento esperado ou se outros candidatos aparecerão em meio à “dança das cadeiras” que deve ocorrer no mercado de pilotos dos próximos anos.

Escrito por Mateus Pereira

Colaborador do Naspistas desde 2023, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minha maior paixão à minha vocação através da produção de conteúdo sobre esportes. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o automobilismo, o futebol e o universo geek.
Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.

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