Nos dias atuais, não é nenhum absurdo colocar a Aston Martin como uma das escuderias mais populares e charmosas do grid da Fórmula 1, principalmente após seu inesperado período de ascensão na última temporada, com a chegada do bicampeão mundial Fernando Alonso.
A história da Aston Martin
Confira então um resumo de toda a trajetória da escuderia britânica, além de também relembrar todos os seus “familiares” na Fórmula 1 entre 1990 e 2020. Hoje propriedade de Lawrence Stroll, a vaga da equipe já esteve, por exemplo, nas mãos do famoso ex-chefe de equipe irlandês Eddie Jordan.
Os primórdios na antiga Fórmula 1
A escuderia britânica, ao contrário do que pensa a maioria, deu sua partida pela F1 muito antes dos últimos anos e até mesmo antes da “Era Jordan”. Isso porque, segundo registros da Wikipédia, as primeiras tentativas da marca sediada em Silverstone de entrar na categoria foram no início dos anos 50. Após alguns anos competindo pela Fórmula 1, a Aston Martin se retirou em 1960.
A era Jordan
Em 1990, a Aston Martin ainda não sabia, mas nascia a equipe que asfaltaria sua oportunidade de retornar às pistas da maior categoria do automobilismo mundial. Eddie Jordan decidiu criar sua própria equipe de Fórmula 1 e contou em seu carro com um iniciante que viria a se tornar uma lenda do automobilismo mundial: Michael Schumacher. Foi na Jordan que o alemão, que anos mais tarde se sagrou heptacampeão de F1, fez sua primeira corrida no GP da Bélgica de 1991.
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Apesar da estreia satisfatória da equipe britânica pela categoria, os anos consecutivos não foram dos melhores. Porém, entre 1994 e 1998, a Jordan manteve consistentemente sua posição no top-6 do campeonato, contando com a participação de pilotos renomados como Rubens Barrichello, Giancarlo Fisichella, Ralf Schumacher, Eddie Irvine e Damon Hill.
No ano de 1999, a equipe de Eddie atingiu seu auge ao conquistar o terceiro lugar no campeonato de construtores. Nos três anos subsequentes, continuou entre as seis melhores equipes, até que enfrentou desafios significativos em 2003, resultando assim em uma temporada quase catastrófica.
Midland e a passagem de bastão “relâmpago” à Spyker
Enfrentando dificuldades financeiras e problemas com fornecedores de motores, a Jordan se despediu da Fórmula 1 em 2005, e a Midland assumiu as atividades.
No entanto, a passagen da escuderia russa pela categoria não foi muito longa. Após apenas uma temporada foi vendida para a Spyker, ainda em 2006. Sob o novo nome e sediada na Holanda, a equipe também não desempenhou bons resultados.
A era Force India
A “família Aston Martin”, porém, estava próxima de viver dias melhores na Fórmula 1. Graças ao seu desempenho insatisfatório entre 2006 e 2007, a Spyker foi eventualmente vendida e passou a se chamar Force India.
O primeiro ano da equipe sob a liderança do empresário e milionário indiano Vijay Mallya não foi dos melhores, mas a temporada de 2009 apresentou surpresas, como uma pole position. No entanto, a posição no campeonato ainda ficava aquém do esperado.
Os anos seguintes, porém, foram palco de uma melhoria gradual, com a equipe consolidando sua posição e emergindo como uma das forças entre as equipes do meio do grid. A Force India se tornou então figurinha carimbada na F1, mantendo essa estabilidade até 2018.
Em 2018, A escuderia indiana enfrentou uma crise que resultou na sua venda para Lawrence Stroll. O hoje membro da Red Bull, Sergio Pérez, foi um dos pilotos na época e chegou a realizar investimentos pessoais para evitar o fechamento das portas da equipe.
Racing Point e a chegada da família Stroll
Em agosto de 2018, a Force India deu lugar à Racing Point. A agora escuderia britânica seguiu sob o comando de Lawrence, que em 2019 colocou seu filho, Lance Stroll, para correr em seu carro. O jovem canadense já havia passado pela Willliams, muito por conta dos investimentos do pai na tradicional equipe.
A Racing Point teve uma temporada mediana em 2019, mas alcançou um notável quarto lugar em 2020. Apesar do curto período de existência, ela protagonizou feitos significativos, como a primeira pole position de Lance Stroll e a primeira vitória de Sergio Pérez na Fórmula 1.
Aston Martin retorna à Fórmula 1
Em 2021, a Aston Martin assumiu as operações da Racing Point, mantendo Lawrence Stroll como proprietário e Lance como piloto. Apesar das elevadas expectativas para a temporada de estreia com a contratação do tetracampeão mundial Sebastian Vettel, a equipe não conseguiu superar o sétimo lugar em seus dois primeiros anos.
No entanto, com a substituição de Vettel por outro campeão, o veterano Fernando Alonso, as coisas melhoraram para a escuderia britânica. Na primeira metade da temporada de 2023, a equipe incomodou os gigantes e chegou a flertar com o top-3. Junto a isso, Alonso voltava a competir em alto nível aos 41 anos de idade.
Apesar da queda de rendimento após a parada de verão, a Aston Martin encerrou o ano na 5ª colocação, com 280 pontos. Já o piloto espanhol conquistou um sublime 4º lugar, com 206 pontos, terminado à frente de Charles Leclerc, da Ferrari, graças aos seus oito pódios alcançados na temporada.
Para 2024, Lawrence Stroll segue como proprietário da escuderia de Silverstone, que mantém o questionado Lance como um de seus pilotos. Fernando Alonso também permanece na equipe para a temporada. Após um 2023 acima das expectativas, é de se esperar que durante os próximos anos a Aston Martin almeje voos cada vez mais altos, mas só o tempo dirá se conseguirá ou não alça-los.