No passado, a Fórmula 1 tomou medidas para conter o domínio de determinadas equipes. Assim, a organização já proibiu o sistema de suspensão interconectada dianteira e traseira (FRICS) da Mercedes, o difusor duplo da Brawn GP e até a suspensão ativa da Williams. Então, não seria uma surpresa se a categoria tentasse de alguma forma limitar Max Verstappen.
O domínio da Red Bull parecia ter atingido o auge na última temporada, ao vencer 17 dos 22 Grande Prêmios. No entanto, a atual temporada foi um verdadeiro choque para o sistema, já que os austríacos venceram 19 das 20 corridas disputadas até o momento. Além disso, Verstappen ganhou 17 dessas provas e tudo indica que ele ganhará as duas últimas em Las Vegas e Abu Dhabi.
No GP do Brasil, Lewis Hamilton chegou a comentar a situação, alertando que pode ser apenas o começo. A declaração, inclusive, provavelmente ecoou por todo o grid da categoria, levantando questões sobre a possibilidade da F1 tentar controlar o domínio “desanimador” do holandês.
“A Red Bull, eu acho, está tão longe. Acho que provavelmente ficará muito claro nos próximos anos”, disse o heptacampeão mundial.
Contudo, Stefano Domenicali, chefe da F1, afirmou que não pretende tomar nenhuma atitude, salientando que esse tipo de domínio é comum.
“Acho que se você olhar para trás, para o domínio de um piloto ou de uma equipe, isso sempre fez parte da F1. Precisamos considerar que Max Verstappen fez e está fazendo um trabalho incrível. Precisamos reconhecer. Mas se você ver hoje as lacunas na qualificação, é simplesmente incrível. Se você olhar o número de ultrapassagens que estamos tendo nas duas últimas temporadas, estamos no topo da escala. Não podemos ser vistos como um esporte que tenta fazer algo contra alguém, isso seria errado”, falou Domenicali.
Domenicali espera um 2024 mais acirrado, mesmo com o atual domínio de Verstappen
Entretanto, isso não significa que o ex-chefe da Ferrari não espera uma competição mais acirrada na próxima temporada.
“Por outro lado, a natureza da Fórmula 1 é garantir que no próximo ano as equipes possam dar aos outros pilotos que são muito, muito fortes, a possibilidade de competir nessa área. Devo dizer que nunca tivemos uma qualidade de pilotos tão incrível como temos hoje. Quero dizer, é impressionante”, finalizou o chefe da F1.