Uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, a Williams está longe do protagonismo que viveu nas décadas 80 e 90. A escuderia britânica não disputou os títulos nos últimos anos e tenta se reconstruir. A contratação de Pat Fry é uma das decisões tomadas no processo.
O profissional assumiu o cargo de diretor técnico e trabalha na empresa desde novembro de 2023, quando o Grande Prêmio do Brasil foi realizado, em São Paulo.
“Estou tentando entender como trabalhamos, o que é necessário e no que somos bons. Algumas coisas estão melhores, mas há outras que precisam de consertos e interpretação”, iniciou, em entrevista concedida ao site oficial da categoria.
“Mas trata-se de tentar construir essas primeiras impressões e depois definir uma meta geral para a equipe”, acrescentou.
Trajetória de Pat Fry na Fórmula 1
De acordo com informações oficiais, Pat Fry está há mais de duas décadas na Fórmula 1. Nesse período, ele representou McLaren, Ferrari e, mais recentemente, a Alpine.
“Cheguei com a ideia de reconstruir a equipe e trazê-la ao protagonismo novamente. Quero fazer mais: construir mais um time vencedor”, explicou.
“Ganhar é tudo. Não estávamos realmente comprometidos o suficiente para ir além do quarto lugar”, disse Fry, ao relatar o ciclo de trabalho, na Alpine.
“Não tínhamos o engajamento da administração para cobrar melhores resultados. Então decidi que era a hora de mudar. James (Vowles, chefe da Williams) estava me comovendo há algum tempo. Esta é uma oportunidade fantástica”, definiu.
Williams insinua evolução
A Williams mostrou crescimento em 2023. Terminou o campeonato de construtores em 7° lugar. Esta é a melhor posição da escuderia, na Fórmula 1, desde a temporada 2017.
“É impressionante ver o quão bem a Williams se saiu. Certamente, no ano passado, houve mais colaboração entre diferentes setores. Parece promissor”, contou Pat Fry.
“Tudo isso se deve ao desempenho de todos, mas desbloquearam uma parte do desempenho, o que é um bom passo”, reconheceu.
De acordo com Pat Fry, o projeto da Williams pode ser um atrativo para novas contratações.
“O que temos aqui é realmente emocionante. É o caso de tentar inspirar outras pessoas a aderirem”, opinou.
Crescimento é para o longo prazo, avalia dirigente
O retorno da Williams ao protagonismo da Fórmula 1 não vai ocorrer no curto prazo, segundo Pat Fry.
“Precisamos de uma visão de três ou cinco anos. Vamos esperar um ano ou um ano e meio pelas pessoas certas”, avaliou.
“O que importa é colocar as pessoas nos lugares certos e mudar a mentalidade que temos como empresa”, reforçou.
Na opinião de Pat Fry, a equipe Williams não pode ter medo de correr riscos. “Temos que ser corajosos”, resumiu.
“A diferença entre o primeiro e o segundo é muitas vezes o quão corajoso você é nas decisões que toma no momento, seja no túnel de vento, no escritório de engenharia, ou na rapidez com que você toma as decisões”, comparou.
Um bom ambiente de trabalho é necessário para a tomada de boas decisões num espaço curto de tempo.
“O fracasso não é um problema. Você aprende com eles. Você aprende mais sob pressão, pois não sabe o quão conservador tem sido”, declarou.
“É esse ambiente que levará tempo, mas é aí que precisamos chegar – onde a equipe não tenha medo de correr riscos”, concluiu Pat Fry.
A Williams já definiu qual dupla de pilotos vai ter como titular, na temporada 2024 da Fórmula 1. Logan Sargeant e Alex Albon vão representar a equipe nas pistas outra vez.