O heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, voltou a aparecer fora das pistas com uma declaração que chamou a atenção. Dessa vez, ele criticou um ponto do regulamento da FIA, que deixa de lado a inclusão de gênero na categoria.
Segundo ele, não há surpresa na decisão da FIA para a F1 Academy, que não possui mulheres. O britânico lembrou ainda que fala sobre o problema desde que estreou na Fórmula 1, em 2007, ou seja, há 16 anos.
O ponto central para Hamilton é que no marco regulatório da FIA o termo “piloto” é estabelecido para o gênero masculino, não incluindo o gênero feminino. Outras categorias conhecidas, como o MotoGP, por exemplo, não tem a mesma definição.
“Desde que estou na F1 só tem homens. Só houve homens desde que cheguei aqui. Além do mais, não demos importância suficiente ao problema, mas definitivamente não é encorajador para ninguém ouvir isso que estou dizendo”, disse Hamilton, em fala reproduzida pelo Marca, sobre o que para ele é um problema a ser resolvido.
Danica Patrick comentou as falas de Hamilton
Expoente do automobilismo feminino, a ex-piloto Danica Patrick, que competiu na Fórmula Indy e na Nascar, tendo feito sucesso em ambas as categorias, comentou a fala de Hamilton. Na Sky Sports, onde atua como comentarista, Danica disse que as mulheres precisam competir com os melhores para serem ainda mais fortes, por isso precisam de espaço.
“Muitas pessoas querem pilotar, competir e treinar com os melhores, porque você também fica mais forte. Se você está em outra categoria, isso pode afetar sua saúde mental e fazer com que você não se esforce para explorar onde estão seus limites”, disse a ex-piloto da Indy e da Nascar.
“Tem de fazer os testes certos e depois vamos poder ver se uma piloto é suficientemente rápida e saber se há um próximo passo adiante ou não. Os pilotos devem competir com os pilotos”, disse Danica.
Não há uma mulher sequer na Fórmula 1 desde os anos 1990, quando a italiana Giovanna Amati disputou três classificações, mas não disputou as corridas. A principal mulher que conseguiu alguma sequência na Fórmula 1 foi Lella Lombardi, que disputou 12 corridas entre 1974 e 1976, tendo uma sexta colocação no GP da Espanha de 1975. Outras pilotos na categoria foram a também italiana Maria Teresa de Filippis, a britânica Divina Galica e a sul-africana Desiré Wilson.
