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Mercedes e Lewis Hamilton: recordes e títulos na Fórmula 1

Após conquistar seis títulos mundiais pela equipe alemã, britânico vai para a Ferrari em 2025; relembre a trajetória desta parceria

Lewis Hamilton (Reprodução / X - Mercedes)

Após cerca de onze anos, Lewis Hamilton e Mercedes encerrarão a parceria mais vitoriosa da história da Fórmula 1. Seis dos sete títulos mundiais de Hamilton foram conquistados pela equipe alemã, e os oito campeonatos de construtores conquistados pela escuderia foram com o britânico no volante.

Em 2025, porém, o heptacampeão se juntará à Ferrari, em mais uma parceria que, independente dos resultados, será histórica por unir dois dos principais personagens da história do automobilismo.

A multicampeã parceria entre Mercedes e Lewis Hamilton

O Naspistas traz então detalhadamente como foi a relação de sucesso entre Lewis Hamilton e Mercedes por mais uma década, entre 2013 e 2024.

A Mercedes “pré-Hamilton”

Embora a Mercedes tenha alcançado grande sucesso nos últimos anos, sua “árvore genealógica” na Fórmula 1 remonta à década de 1950.

Com o nome e logotipo da Mercedes, a equipe teve dois anos de sucesso ao integrar à categoria ainda em seus primórdios, entre 1953 e 1954, conquistando os dois títulos disputados. Conhecida como “Flechas de Prata”, a equipe se retirou do automobilismo, incluindo a Fórmula 1, em decorrência de uma tragédia nas 24 Horas de Le Mans de 1955.

Após isso, o retorno oficial foi apenas em 2010, substituindo assim a campeã Brawn GP. Já de início, a escuderia alemã trouxe de volta à categoria nada menos que o heptacampeão Michael Schumacher, com quem ficou até 2012. No entanto, foi em 2013 que a Mercedes trouxe às pistas da F1 aquele que a levaria a outro nível.

Árvore genealógica da Mercedes na Fórmula 1
“Árvore genealógica” da Mercedes (Reprodução / Youtube – Acelerados)

O início da relação

Antes de chegar à Mercedes, Lewis Hamilton já tinha sobre si grande parte dos holofotes da Fórmula 1. Em 2008, ele sagrou-se campeão mundial pela primeira vez, correndo pela McLaren, equipe por onde estreou em 2007 e ficou até o fim de 2012.

Em setembro de 2012, apesar das tentativas da equipe britânica em mantê-lo, Hamilton surpreendeu a todos ao optar por assinar com a “iniciante” Mercedes para a temporada seguinte.

Segundo declarações de Niki Lauda, que trabalhava para a equipe alemã na época, e do próprio piloto britânico, o tricampeão mundial foi essencial para o sucesso das negociações. Posteriormente, ambos se tornariam grandes amigos.

Hamilton já homenageou Lauda, que faleceu em 2019, em diversas ocasiões (Divulgação/ Mercedes)

2013: A estreia de Lewis Hamilton pela Mercedes

Em 2013, Lewis Hamilton fez sua estreia pela Mercedes no Grande Prêmio da Austrália, onde terminou a corrida na quinta colocação. Na etapa seguinte, no Grande Prêmio da Malásia, conquistou seu primeiro pódio pela equipe ao finalizar em terceiro lugar.

Foi então no Grande Prêmio da China que veio sua primeira pole-position na nova equipe. A primeira vitória, porém, veio apenas no Grande Prêmio da Hungria, 10ª etapa daquele ano, quando terminou à frente de Kimi Räikkönen e Sebastian Vettel.

Por fim, Hamilton encerrou sua primeira temporada pela escuderia alemã com apenas uma vitória, na 4ª colocação, enquanto a equipe foi vice-campeã entre os construtores com larga distância para a Red Bull Racing. Este, porém, foi apenas um aperitivo do que estava por vir no próximo ano.

2014: O primeiro título da Mercedes, o segundo de Lewis Hamilton

Após “calibrar” a parceria em 2013, a Mercedes entregou a Hamilton o memorável W05, um carro digno para que ele brigasse de fato por mais um título mundial.

Com o carro alemão provando-se superior a todo o restante do grid, Nico Rosberg, companheiro de Lewis que esteve na equipe desde seu retorno à F1, também pode desempenhar seu melhor, conquistando pontos importantes para o primeiro título mundial de construtores da Mercedes.

Com 11 vitórias e 384 pontos, Lewis Hamilton sagrou-se bicampeão mundial de Fórmula 1. Somando 317 pontos, seu companheiro de equipe alemão ficou então com o vice-campeonato.

2015: Temporada tranquila para equipe e piloto

Após uma temporada dominante em 2014, as expectativas se concretizaram no ano seguinte, com a Mercedes colocando novamente seus dois motoristas no topo do Mundial de Pilotos, e conquistando novamente o campeonato entre os construtores, sem grandes dificuldades.

Durante o Grande Prêmio de Mônaco, sexta etapa daquele ano, a escuderia alemã anunciou a renovação de contrato com Lewis Hamilton até 2018. Diferentemente de 2014, Hamilton liderou o campeonato desde a primeira corrida e garantiu o título com três corridas de antecedência ao vencer no Grande Prêmio dos Estados Unidos.

Clima tenso entre Hamilton e Rosberg após o GP dos Estados Unidos de 2015

2016: Nico Rosberg, o terceiro elemento

Durante o “casamento” entre Mercedes e Lewis Hamilton, podemos dizer que a equipe teve um rápido “affair” com Nico Rosberg, resultando em uma histórica briga pelo título em 2016, ano do tricampeonato da equipe.

Hamilton e Rosberg foram amigos na infância, mas a disputa pelo título entre 2014 e 2016 destruiu a amizade, deixando a relação fora das pistas insustentável. Durante esse período, os pilotos trocaram farpas e se enfrentaram algumas vezes na pista. Apesar da briga ser “positiva” para a Mercedes, ela teve de lidar com a sede de vitória do piloto alemão.

Apesar de Hamilton iniciar a temporada superando o companheiro de equipe e principal rival, uma colisão entre os dois pilotos no início do Grande Prêmio da Espanha, quinta etapa do ano, foi o ponto de ignição para que o alemão não medisse esforços para superar o tricampeão mundial.

Em meio ao complicado clima interno na Mercedes, Rosberg conseguiu enfim superar Hamilton, com apenas cinco pontos de vantagem, impedindo assim o tetracampeonato do britânico. Surpreendentemente, o alemão optou por aposentar-se da F1 ao fim daquela temporada.

Em 2016, Hamilton superou a marca de 52 vitórias de Alain Prost durante o Grande Prêmio do Brasil, tornando-se o segundo piloto com o maior número de vitórias na história da Fórmula 1, atrás apenas de Michael Schumacher, que venceu 91 vezes.

2017: Lewis Hamilton e Mercedes dominam a F1

Após 2016, a Fórmula 1 tinha um tabu: apenas o segundo piloto da Mercedes poderia bater de frente com Hamilton, visto que a escuderia alemã tinha disparadamente o melhor carro do grid. Nos anos seguintes, isto foi comprovado.

Apesar de ter de conviver com a sombra do bom parceiro Valteri Bottas, que também tirava proveito das máquinas produzidas pela equipe alemã para manter-se sempre entre os quatro melhores do grid, estava clara a hierarquia interna: o objetivo era manter o título de Construtores com a Mercedes e o de Pilotos com Hamilton, o que foi alcançado com maestria.

Neste período, porém, Sebastian Vettel, já pela Ferrari, foi a principal pedra no sapato de Hamilton. Em 2017, o alemão tentava impedir que o britânico igualasse seu posto de tetracampeão mundial.

No entanto, no Grande Prêmio do México, restando ainda duas provas para o fim da temporada, Lewis Hamilton recebeu a bandeirada quadriculada na nona colocação, o suficiente para sagra-se tetracampeão, unindo-se a um seleto grupo de pilotos. Com essa vitória, ele igualou Sebastian Vettel e Alain Prost como campeões da Fórmula 1 com quatro títulos.

2018: A Ferrari torna-se um incômodo superado

Em 2018, após uma batalha ferrenha com Vettel, Hamilton consagrou-se pentacampeão, conquistando 11 vitórias na temporada, seis a mais que o adversário alemão. Essa foi uma das temporadas mais brilhantes do astro britânico, que até mesmo adaptou seu estilo de pilotagem para se manter próximo das Ferrari’s de Kimi Räikkönen e Sebastian Vettel

Com a Mercedes sagrando-se campeã no Grande Prêmio do Brasil, Lewis Hamilton, que já possuía um grande carinho pelo país por ter Ayrton Senna como seu maior ídolo, estreitou ainda mais sua relação com o público brasileiro. Mais tarde, em 2022, ele receberia o título de de cidadão honorário do país.

Com a conquista de 2018, Lewis Hamilton igualou-se ao argentino Juan Manuel Fangio em número de títulos. Agora, faltava “apenas” alcançar o heptacampeão Michael Schumacher.

2019: Mais um título, novas marcas

Em 2019, a Red Bull já começava a demonstrar sua evolução, mas ainda perseguia a Ferrari e a dominante Mercedes. Assim, apesar da Scuderia equilibrar um pouco mais as coisas no meio da temporada, Hamilton voltou a vencer o campeonato com duas provas de antecedência, no Grande Prêmio dos Estados Unidos.

Hamilton pontuou em todas as etapas da temporada, igualando assim mais um feito que até então apenas Michael Schumacher havia alcançado, em 2002.

Com o hexacampeonato, Lewis ultrapassou definitivamente Juan Manuel Fangio, ficando atrás de Schumacher por apenas um título. A Mercedes, assim como seu piloto, sagrava-se hexacampeã mundial.

Matéria do “Fantástico”, em 2019, sobre o hexacampeonato de Hamilton (Imagens: Rede Globo)

2020: O duplo heptacampeonato

No ano seguinte, como esperado, o heptacampeonato mundial foi alcançado, tanto pelo piloto, quanto por sua equipe. Assim, o britânico juntou-se a Michael Schumacher como os maiores campeões da história da Fórmula 1.

Além do título, 2020 também foi um ano de múltiplos recordes e eventos marcantes além das pistas na vida do piloto da Mercedes. No Grande Prêmio de Portugal de 2020, ele superou o recorde de 91 vitórias de Schumacher, conquistando seu 92º triunfo. Ele também se tornou o maior recordista de pole positions na Fórmula 1, com 101 poles.

No Grande Prêmio da Turquia de 2020, Hamilton ultrapassou também o recorde de 72 vitórias por uma mesma equipe, também da lenda alemã, ao conseguir sua 73ª vitória pela Mercedes.

Em dezembro, Hamilton testou positivo para a COVID-19 durante a pandemia, ficando assim de fora do Grande Prêmio de Sakhir de 2020. Por fim, o piloto britânico também foi agraciado com o título de cavaleiro da Ordem do Império Britânico e passou a ser chamado de “Sir”.

Matéria do “Fantástico”, em 2020, sobre o heptacampeonato de Hamilton (Imagens: Rede Globo)

2021: Em embate épico, Hamilton é superado por Verstappen

Apesar da evolução da Red Bull Racing e da ameaça da Ferrari no ano anterior, para muitos, a dupla Mercedes e Lewis Hamilton era invencível, e muitos reclamavam desta soberania.

No entanto, a escuderia taurina deu ao jovem Max Verstappen um carro à altura do desafio. Assim, nasceu uma das maiores rivalidades da história da Fórmula 1, proporcionando uma temporada memorável para os fãs da categoria.

Com a chegada das corridas sprints à F1, aumentaram-se as chances de pontuar, o que só trouxe mais tensão ao confronto entre “Patrão” e “Vespa”. Após inúmeros duelos dentro – e também fora – das pistas, ambos os pilotos chegaram ao GP de Abu Dhabi com chances de título.

Após uma polêmica interferência do safety car, Hamilton e Verstappen tiveram um pouco mais de uma volta para decidir o título, e o neerlandês, que possuía pneus melhores aquela altura, ultrapassou o heptacampeão, sendo assim o primeiro a supera-lo desde 2016, em um dos finais de temporada mais épicos da Fórmula 1.

A Mercedes, porém, sagrou-se campeã do Mundial de Construtores pela oitava vez, sendo essa a última ocasião em que superou a Red Bull até o momento.

2022 a 2024: O melancólico “divórcio” entre Hamilton e Mercedes

Nos anos seguintes, as coisas desandaram para Mercedes e Lewis Hamilton. Com a nova soberania instaurada pela Red Bull e Max Verstappen, que viria a conquistar mais dois títulos mundiais, piloto britânico e equipe alemã passaram longe de desempenhar seu melhor nas pistas da F1.

Assim, mesmo após uma renovação de contrato plurianual, o “casamento” chegou ao fim, com Hamilton anunciando que correrá pela Ferrari a partir de 2025, em meio a rumores de tensão nos bastidores.

Nesta temporada, o piloto britânico, agora em seu último ano pela Mercedes, voltou a vencer provas, trazendo assim esperanças que a parceria com a Ferrari possa coloca-lo novamente na disputa pelo título, além de demonstrar que a equipe alemã pode estar “de volta ao jogo” da Fórmula 1.

No Grande Prêmio de Silverstone, o heptacampeão mundial voltou a vencer após 945 dias de jejum, conseguindo assim, talvez, o combustível necessário para buscar um octacampeonato mundial com o o carro da Ferrari.

Por fim, é inegável que a história de Lewis Hamilton e Mercedes se mesclam, sendo impossível citar um sem mencionar o outro. Independente do futuro de ambos, o legado desta parceria permanecerá intacto e marcado eternamente na história da maior categoria do automobilismo de todos os tempos.

Escrito por Mateus Pereira

Colaborador do Naspistas desde 2023, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minha maior paixão à minha vocação através da produção de conteúdo sobre esportes. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o automobilismo, o futebol e o universo geek.
Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.

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