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Mercedes, detentora de oito títulos mundiais de Fórmula 1, tem sua história com início na Tyrrell

Octacampeã, escuderia alemã possui raízes na lendária Tyrell e na campeã Brawn; confira sua trajetória

Divulgação / Twitter Mercedes

A Mercedes é uma das escuderias de maior sucesso do atual grid da Fórmula 1. No entanto, apesar de parecer para muitos uma figurinha carimbada no grid há décadas, a equipe alemã completou seus primeiros 10 anos na categoria em 2023 — será mesmo?

A história da Mercedes

Apesar do sucesso em anos recentes, a “árvore genealógica” da Mercedes se iniciou na F1 ainda nos anos 50, mas se estruturou de verdade a partir da década de 70 e teve outras quatro equipes além dela como protagonistas por 40 anos. Confira então um resumo de toda a trajetória da escuderia alemã, além de também relembrar todos os seus “familiares” na Fórmula 1.

Árvore genealógica da Mercedes na Fórmula 1
Árvore genealógica da Mercedes (Reprodução / Youtube – Acelerados)

Os primórdios na antiga Fórmula 1

A escuderia alemã, ao contrário do que muitos podem pensar, deu sua partida na F1 muito antes da última década e até mesmo antes da “Era Tyrrell”. Isso porque, segundo registros da Wikipédia, a Mercedes teve uma passagem de sucesso pela categoria ainda nos anos 50.

Em dois anos correndo pela Fórmula 1 ela foi soberana e venceu os dois campeonatos de pilotos em questão – na época não havia competição entre os construtores. Sob o apelido de “Flechas de Prata”, a equipe se retirou do automobilismo, incluindo a F1, devido a uma tragédia ocorrida nas 24 Horas de Le Mans de 1955. Na triste ocasião, 83 espectadores foram mortos e quase 180 ficaram feridos.

Mercedes-Benz W196, carro da equipe em 1954 e 1955 (Reprodução / Wikipédia)

A era Tyrrell

Em 1970, Ken Tyrrell, ex-automobilista britânico de sucesso, fundou sua própria equipe para participar do Campeonato Mundial de Fórmula 1 da época, iniciando assim a nossa jornada até a Mercedes atual.

Em apenas dois anos de F1, a Tyrell alcançou um feito notável ao conquistar tanto o título de construtores quanto o de pilotos de 1971, graças à excelente condução de Jackie Stewart. Já em 1973, Stewart sagrou-se campeão novamente, ajudando a Tyrell a assegurar pela segunda vez o vice-campeonato de construtores.

No entanto, mais uma tragédia assombraria a “família Mercedes” ainda em 1973, com a morte de seu piloto François Cévert devido a um acidente em Watkins Glen, nos Estados Unidos. Após isso, Jackie Stewart anunciou que não iria mais correr, sacramento assim este como um dos momentos mais difíceis da trajetória da Tyrrell na Fórmula 1.

O icônico Tyrrell P34, de seis rodas, em 1977 (Reprodução / Wikipédia)

Dessa forma, contando com uma nova dupla de pilotos em 1974, a equipe britânica alcançou ainda a terceira posição no campeonato de construtores, mas começou a mostrar sinais de declínio.

Em 1977, o destaque da escuderia foi para o fato de colocar na pista um inusitado carro de seis rodas, algo inédito na categoria. O projeto revolucionário do engenheiro Derek Gardner até ganhou corrida, mas não teve sequência após a chegada do efeito-solo e por conta da “má vontade” da fabricante de pneus da época.

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O declínio

Após 1984, a Tyrell enfrentou várias crises, chegando até mesmo a ser temporariamente banida da categoria, perdendo um de seus pilotos em um acidente e vendo seu prestígio diminuir progressivamente nas corridas.

No entanto, o cenário começou a se estabilizar em 1989, com a equipe figurando entre o 5º e 6º lugar no campeonato. Ainda assim, em 1993 o caminho voltou a ficar obscuro para a equipe fundada por Ken.

BAR chega e “arruma a casa”

A Tyrell foi gradualmente perdendo sua força até finalmente se tornar a British American Racing em 1998. Em uma alusão direta ao novo nome, a equipe passou então a ser popularmente conhecida pela sigla BAR.

De 1999 a 2003, a escuderia pertencente a British American Tobacco, uma das maiores indústrias de tabaco, manteve uma presença consistente no top-5, permanecendo entre os destaque das equipes medianas do pelotão. Porém, em 2004, a BAR surpreendeu ao conquistar o vice-campeonato de construtores.

No entanto, o ano seguinte foi marcado por amarguras, pois o carro da equipe britânica enfrentou diversos problemas, fazendo até mesmo com que ela fosse temporariamente suspensa devido a irregularidades. Apesar das adversidades, a equipe conseguiu garantir a quinta posição ao final de 2005.

BAR 007, carro da equipe em 2005 (Reprodução / Wikipédia)

A modesta aventura da Honda na F1

Ainda no final de 2005, a fornecedora de motores Honda comprou a equipe, iniciando assim a sua curta trajetória como escuderia de Fórmula 1. Em seu primeiro ano nessa posição, veio um bom resultado: 4º lugar no Mundial de Construtores de 2006. Os dois anos subsequentes, no entanto, foram ruins para a escuderia com sede no Reino Unido.

O sucesso “relâmpago” da Brawn GP

Com a crise econômica mundial de 2008, a Honda encontrou sua salvação nas mãos do engenheiro Ross Brawn, que comprou a equipe. Assim nasceu a Brawn GP, que contou com o brasileiro Rubens Barrichello em seu carro e participou de apenas uma temporada.

No entanto, foi tempo suficiente para a escuderia britânica fazer história ao conquistar tanto o título de construtores quanto o de pilotos, este último sendo alcançado por Jenson Button, companheiro de equipe de Barrichello. O sucesso foi meteórico, registrando um dos desempenhos mais notáveis da história da Fórmula 1.

Brawn BGP 001, carro da equipe em 2009 (Reprodução / Wikipédia)

O poderoso retorno da Mercedes à Fórmula 1

A equipe chegou às mãos da Mercedes-Benz já no ano de 2010. Se a primeira passagem nos anos 50 foi a avassaladora, esta foi marcada por incríveis oito títulos mundiais para a poderosa escuderia do Reino Unido.

Apesar do caminho de sucesso, A Mercedes iniciou sua nova jornada na Fórmula 1 rodeada de muitas dúvidas, a ponto do já campeão mundial Lewis Hamilton sofrer com duras críticas quando anunciou sua mudança para a equipe. Apesar disso, nos primeiros anos, o time conseguiu manter-se consistentemente entre os cinco primeiros e conquistou o vice-campeonato de construtores em 2013.

A partir do ano seguinte, a Mercedes estabeleceu um domínio absoluto na Fórmula 1. Foram sete títulos de pilotos e oito de construtores, sendo seis deles conquistados por Lewis Hamilton e um por Nico Rosberg. A equipe quebrou vários recordes ao longo desse período.

No entanto, essa supremacia não só foi interrompida em 2021, quando Max Verstappen conquistou seu primeiro título de pilotos, como a Red Bull assumiu esse papel de dominância na temporada seguinte, além de também levar para casa ambos os campeonatos em 2023.

George Russel e Lewis Hamilton (Reprodução/ X – Mercedes)

Para 2024, Lewis Hamilton segue em busca de seu oitavo título mundial, no que talvez seja o maior desafio de sua carreira: vencer o neerlandês Max Verstappen. George Russel também se mantém na equipe e, assim como o companheiro de equipe multicampeão, espera receber um carro verdadeiramente competitivo da Mercedes, em busca de recoloca-la no lugar mais alto da Fórmula 1.

Escrito por Mateus Pereira

Colaborador do Naspistas desde 2023, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minha maior paixão à minha vocação através da produção de conteúdo sobre esportes. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o automobilismo, o futebol e o universo geek.
Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.

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