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Muito dinheiro! 5 pilotos que ‘pagaram’ por um cockpit na Fórmula 1 

Nico Rosberg questionou a continuidade de Lance Stroll na Aston Martin para 2024, mas lembrou que o canadense é filho do dono da equipe

Lance Stroll, Fórmula 1 Aston Martin

Divulgação/Aston Martin

Nico Rosberg causou polêmica recentemente ao manifestar sua opinião sobre o desempenho de Lance Stroll na Aston Martin nesta temporada. No F1 podcast, da Sky Sports, o campeão mundial de 2016 sugeriu que a escuderia busque um novo companheiro para Fernando Alonso.

Rosberg ponderou que o baixo aproveitamento de Stroll está custando pontos à Aston Martin. Para o alemão, a equipe poderia buscar uma classificação final mais alta na temporada. O ex-piloto, contudo, reconheceu ser uma posição difícil, já que o canadense é filho do dono da equipe. 

“É impossível para mim julgar. Será mais o próprio Lance dizendo: ‘Eu deveria ir e fazer outra coisa’”, disse Rosberg.

A situação envolvendo Lance Stroll sempre levanta discussões na imprensa e em fãs da Fórmula 1. Entretanto, não é inédita. O normal, inclusive, é justamente o contrário: é pouco comum ver pilotos de origem humilde alcançando o topo da categoria. O inglês Lewis Hamilton, por exemplo, certamente é o principal nome nessa lista.

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Aproveitando a discussão levantada por Rosberg, o Naspistas listou cinco pilotos que aproveitaram a fortuna da família para ingressar na Fórmula 1. Incluindo o próprio Stroll.

Veja cinco pilotos que ‘pagaram’ por um cockpit na Fórmula 1:

LANCE STROLL (Canadá):

O piloto canadense é filho do empresário Lawrence Stroll, que fez fortuna atuando  no setor vestuário através de marcas como Ralph Lauren e Tommy Hilfiger. Lance começou a correr no Kart e ingressou na Academia da Ferrari em 2010. Em 2014 conquistou a F4 Italiana, na temporada seguinte, já pelo programa da Williams, venceu a Toyota Racing Series. Por fim, ainda terminou a F3 Europeia na quinta colocação.

Em 2016, Stroll se tornou piloto reserva da Williams e ganhou uma vaga no grid da Fórmula 1 no ano seguinte. O canadense foi escolhido para substituir o brasileiro Felipe Massa. O primeiro pódio aconteceu no Azerbaijão, quando conquistou o terceiro lugar e se tornou o mais jovem estreante a subir no pódio. Stroll seguiu na Williams até o fim da temporada de 2018.

Para 2019, o piloto foi anunciado como piloto da  Racing Point, antiga equipe Force India, comprada por Lawrence Stroll. Já em 2021, o pai de Lance liderou um consórcio para investir mais de 180 milhões de libras na Aston Martin em troca de 25% de participação na empresa. Nesse ínterim, a Racing Point foi rebatizada para Aston Martin, com Stroll filho permanecendo na equipe até os dias atuais.

Em 2021, Stroll conquistou 34 pontos; no ano passado foram 18 e, por fim, na temporada atual, são 47 pontos somados até o momento. Embora essa já seja a melhor campanha do canadense na Aston Martin, o desempenho é muito aquém do esperado. Para efeito de comparação, o bicampeão Fernando Alonso, seu companheiro de equipe, é o terceiro colocado da classificação com sete pódios e 170 pontos.

Nicholas Latifi (Canadá):

Para abrir conversas sobre Nicholas Latifi, é importante começar dizendo que ele é filho do empresário iraniano-canadense Michael Latifi,  diretor executivo da Sofina Foods, Inc. Ademais, a mãe de Nicholas é a magnata ítalo-canadense Marilena Latifi, do grupo Saputo Inc.

O piloto canadense ingressou no automobilismo em 2009 e foi campeão da Rotax Júnior aos 13 anos. Na sequência, passou por F4, F3 e F2, sempre com resultados discretos, antes de alcançar a Fórmula 1 em 2020. Nicholas Latifi foi anunciado como piloto da Williams contando com o aporte financeiro de sua família. 

Embora tivesse um desempenho ruim, Latifi competiu pela Williams em três temporadas, entre 2020 e 2022. A melhor colocação do canadense em sua passagem pela equipe de Wantage, por exemplo, foi o sétimo lugar no GP da Hungria de 2021. 

A Williams anunciou a saída de Latifi ao final da temporada de 2022. O piloto lamentou a decisão da equipe. “É obviamente uma notícia decepcionante. Eu gostaria de ficar na F1. Foi para isso que trabalhei minha vida inteira. Eu gostaria de continuar na categoria, mas sabemos que esse esporte é baseado em desempenho.”

Em julho desse ano, Nicholas Latifi anunciou sua saída do automobilismo para focar nos estudos de administração de empresas. “Não é necessariamente um adeus ao mundo das corridas. As corridas estiveram na minha vida desde os 13 anos, e ainda é algo que estou apaixonado. (…) No entanto, entendi que este ano era a hora certa de explorar e perseguir outros caminhos na vida”, explicou o canadense. 

Logan Sargeant (Estados Unidos):

Coincidência ou não, quem substituiu Nicholas Latifi na Williams para a atual temporada foi o norte-americano Logan Sargeant. O piloto de 22 anos foi escolhido pelo grupo Dorilton, que assumiu o controle da Williams Racing. A fortuna da família de Sargeant vem de seu tio, o influente empresário político Harry Sargeant III. 

Logan iniciou sua carreira no Kart, conquistado destaque em competições regionais e nacionais. O norte-americano passou pela Fórmula 3 e pela Fórmula 1 antes de alçar uma vaga na F1. Em 2021, foi anunciado como membro do programa de jovens pilotos da Williams, e conquistou vaga no grid atual da Fórmula 1 nesta temporada.

Em 14 corridas disputadas até o momento, mas é um dos poucos pilotos ainda zerados na classificação. Ele está acompanhado de Daniel Ricciardo e Liam Lawson, que só disputaram duas corridas pela AlphaTauri cada um, e do já demitido Nyck de Vries.

Nikita Mazepin (Rússia):

Mazepin iniciou sua carreira no Kart, mas também passou pelas divisões inferiores da Fórmula 1 antes de alçar a categoria principal do esporte a motor. O piloto russo foi oficializado pela Haas em 2021, para correr ao lado de Mick Schumacher, filho do heptacampeão Michael Schumacher. 

Durante o período em que Mazepin esteve na Haas, a equipe norte-americana contou com o aporte financeiro da empresa russa UralKali. Uma das maiores produtoras de potássio do mundo, a UralKali tem como acionista Dmitry Mazepin, pai de Nikita.

Em sua única temporada na Fórmula 1, Nikita Mazepin não conquistou nenhum – a melhor colocação foi o 14º lugar no GP do Azerbaijão daquele ano.

Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a Haas rescindiu o contrato de patrocínio com a  UralKali e, consequentemente, com Mazepin. Demitido da equipe norte-americana, o piloto russo afirmou ter ficado desapontado com a decisão. 

“Estou muito desapontado ao saber que meu contrato foi rescindido. Embora eu entenda as dificuldades, a decisão da FIA e minha disposição em aceitar as condições propostas para continuar foram completamente ignoradas. Nenhum processo foi seguido em uma etapa unilateral”, disse o piloto em comunicado oficial divulgado na época.

Elio De Angelis (Itália):

Elio de Angelis ingressou no automobilismo como todos os outros pilotos citados aqui: através do Kart. Após se destacar na categoria, chegou na Fórmula 1 como piloto da Shadow em 1979, mas com um detalhe curioso em seu contrato. 

O piloto italiano pagava algo em torno de 25 mil dólares por corrida para competir pela equipe inglesa. Depois de apenas uma temporada no time de Northampton, se transferiu para a Lotus e posteriormente passou ainda pela Brabham. 

Por fazer carreira na Fórmula 1 quase sempre carros negros, e por ter nascido em ‘berço de ouro’, ganhou o apelido de “Príncipe Negro”. 

De Angelis teve sua carreira encurtada de maneira trágica em em 1986. O italiano morreu durante testes no Circuito de Paul Ricard, em Marselha, na França.

*Essa reportagem conta com informações do canal SPLASH AND GO – F1.

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Escrito por Danielle Barbosa

Jornalista.

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