Para muitos, a Fórmula 1 tem perdido no quesito entretenimento com a atual superioridade da Red Bull em relação ao restante do grid. Da mesma forma, o domínio da Mercedes também incomodava anteriormente, o que deu grande destaque para a temporada de 2021, momento em que a hegemonia de Lewis Hamilton foi quebrada pelo atual tricampeão mundial Max Verstappen.
Para muitos entusiastas do automobilismo, principalmente os mais novos, a temporada de 2021 passou então a ser considerada a melhor de todos os tempos, principalmente pelo fato de ter sido decidida de forma imprevisível na última volta. Ainda assim, há quem defenda que outras temporadas foram melhores por outros quesitos e o ano de 2012 pode facilmente ser mencionado por alguns.
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2012: A temporada dos campeões mundiais
Em um dos anos mais “glamurosos” da F1, o grid contou com alguns nomes que já haviam conquistado grandes feitos pela categoria, sendo assim seis campeões mundiais: Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Michael Schumacher, Jenson Button e Kimi Raikkonen.
O resultado de um grid recheado de estrelas foi então um notório equilíbrio, com seis equipes diferentes a alcançarem vitórias durante as 20 corridas da temporada.
A Ferrari trazia uma dupla de elite com o bicampeão mundial Fernando Alonso e seu consolidado companheiro de equipe Felipe Massa. A Red Bull contava com o então atual bicampeão Sebastian Vettel e seu escudeiro Mark Webber, consolidando as duas equipes como as principais candidatas da temporada.
No entanto, foi uma surpreendente McLaren quem alcançou o maior número de vitórias. A dupla Jenson Button e Lewis Hamilton trouxe o lugar mais alto do pódio para a escuderia britânica em sete ocasiões.
Em uma realidade bem destoante da atualidade, os fãs brasileiros de F1 contaram então durante o ano de 2012 com dois nomes para os quais poderiam torcer no quesito nacionalidade: o já conhecido Felipe Massa e Bruno Senna, da Williams, que por muito tempo foi alvo de grande expectativa por ser sobrinho da lenda Ayrton Senna.
Grid completo da Fórmula 1 em 2012
Confira então abaixo o grid completo da Fórmula 1 2012, com as 12 equipes e seus motores, além dos 24 pilotos responsáveis em trazer emoções à pista, conforme informações contidas na Wikipédia:
Equipe | Motor | Pilotos |
---|---|---|
RBR | Renault | Sebastian Vettel Mark Webber |
McLaren | Mercedes | Jenson Button Lewis Hamilton |
Ferrari | Ferrari | Fernando Alonso Felipe Massa |
Mercedes | Mercedes | Michael Schumacher Nico Rosberg |
Lotus | Renault | Kimi Raikkonen Romain Grosjean |
Force India | Mercedes | Paul di Resta Nico Hulkenberg |
Sauber | Ferrari | Kamui Kobayashi Sergio Pérez |
STR | Ferrari | Daniel Ricciardo Jean-Eric Vergne |
Williams | Renault | Pastor Maldonado Bruno Senna |
Caterham | Renault | Heikki Kovalainen Vitaly Petrov |
HRT | Cosworth | Pedro de la Rosa Narain Karthikeyan |
Marussia | Cosworth | Timo Glock Charles Pic |
O resultado nas pistas
A temporada de 2012 da Fórmula 1 entregou um dos inícios mais equilibrados entre os pilotos em sua história. Foram então sete vencedores diferentes nas primeiras sete provas do ano: Button (Austrália), Alonso (Malásia), Rosberg (China), Vettel (Bahrein), Maldonado (Espanha), Webber (Mônaco) e Hamilton (Canadá).
Em uma temporada tão disputada, o atual campeão Sebastian Vettel teve mais dificuldade do que a memória de alguns pode lembrar, mostrando uma verdadeira superioridade em relação ao restante do grid apenas após emplacar quatro vitórias seguidas em solo asiático: Singapura, Japão, Coreia do Sul e Índia. Antes disto, o alemão havia vencido apenas no GP do Bahrein, também na Ásia, no início da temporada, contabilizando então cinco vitórias no total.
Antes da “guinada asiática” de Vettel, era Fernando Alonso o líder do campeonato. No fim, o alemão da Red Bull se sagrou tricampeão apenas três pontos (281) à frente do espanhol da Ferrari (278), correndo grande risco de deixar o título escapar quando quase abandonou o GP do Brasil, o último daquele ano.
Analisando o fim da temporada, é possível dizer que os brasileiros decepcionaram, com Felipe Massa destoando do destaque de seu companheiro de equipe pela Ferrari, ao conquistar apenas o 7º lugar do Mundial de Pilotos, com 122 pontos. Já Bruno Senna não conseguiu algo superior à volta mais rápida do GP da Bélgica (1:52.822) e um 6º lugar na Malásia, ficando na 16ª colocação geral, com 31 pontos.
A surpresa da temporada e a “treta” que mudou a F1
Além dos renomados Sebastian Vettel e Fernando Alonso – que considera essa a melhor temporada de sua carreira -, outros nomes receberam grande destaque durante a temporada e um deles surpreendeu quem acompanhava a Fórmula 1 na época.
Sergio Pérez, então na Sauber, foi ao pódio três vezes naquele ano: P3 no Canadá e P2 em Itália e Malásia, onde deu muito trabalho a Alonso na briga pela vitória.
Por fim, o mexicano ficou em uma honesta 10ª colocação no Mundial de Pilotos, o que o levou à McLaren no ano seguinte para o lugar de ninguém menos que Lewis Hamilton.
Apesar de conquistar o maior número de vitórias na temporada, a McLaren (3ª) não conseguiu ameaçar de fato Red Bull (1ª) e Ferrari (2ª) no Mundial de Construtores de 2012 e o clima ruim nos bastidores da equipe britânica pode ter sido um dos principais fatores para isso. Segundo rumores da época, os campeões mundiais Hamilton e Button não tinham um bom relacionamento.
No fim das contas, Button ficou na tradicional equipe para 2013 e Lewis Hamilton migrou para a Mercedes, em uma transferência que pegou muitos de surpresa, devido então ao fato da escuderia alemã ser considerada inferior à McLaren naquela altura.
O resultado dessa parceria nós já sabemos: seis títulos mundiais para o piloto britânico, que se tornou hepta como Schumacher, e 8 mundiais de construtores para a Mercedes, em uma hegemonia que só foi então quebrada pela atual era da dupla Red Bull e Max Verstappen.