A mudança de Marc Márquez da Repsol Honda para a Gresini Ducati segue gerando bastante repercussão. Será a primeira vez em que o oito vezes campeão mundial subirá em outra moto que não seja a da equipe de fábrica japonesa, que defendeu por 11 temporadas na categoria rainha da MotoGP.
Entretanto, a chegada de Marc Marquez à equipe satélite da Ducati não foi considerada uma unanimidade. Mesmo que tenha causado uma boa impressão nos testes de Valência no mês passado, a presença do espanhol no time italiano não teve o consenso de 100% dos seus diretores.
Em entrevista para o portal GPOne, Paolo Ciabatti, o diretor esportivo da Ducati, ressaltou a qualidade de pilotos que a escuderia apresenta no time de fábrica e também nos satélites. Dessa forma, admitiu não considerar necessário o ingresso de Marc Márquez, pelo menos num primeiro momento.
“Todos conhecemos o talento do Marc. Na minha opinião, dados os resultados da Ducati, com três motos à frente, não houve necessidade de adicionar outra carga”, declarou Ciabatti.
“Marc Márquez será um dos candidatos à equipe oficial da Ducati”
Diante da presença de Márquez com contrato de um ano para guiar uma Gresini Ducati, Paolo Ciabatti exaltou o hexacampeão mundial das 500 cilindradas.
“Para todos nós é mais um reconhecimento do trabalho que estamos a fazer, assim como o fato da Ducati ser a melhor moto”, enalteceu. Desse modo, o diretor da equipe complementou que Márquez é um postulante natural à moto de fábrica a partir de 2025.
“Diria sem problemas que Marc será um dos candidatos à equipe oficial. Obviamente, há um aspecto importante a sublinhar, que é do ponto de vista econômico. Já não estamos naquela era ‘pré-covid’ em que um piloto como ele pode ganhar salários milionários”, esclareceu o dirigente.
Por fim, Ciabatti reconhece que o possível ingresso de Marc Márquez à escuderia principal pode significar a perda de um talento para uma moto rival. Então, citou o piloto vice-campeão mundial com a Pramac em 2023.
“Este risco existe e temos plena consciência disso. Penso, por exemplo, em [Jorge] Martín. Um talento como ele, caso não vá para o time oficial, certamente poderá despertar o interesse de outros fabricantes. Mas ele não é o único”, concluiu.