O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, está longe de ser uma unanimidade no cargo. No início do ano, por exemplo, foi investigado por suposta interferência no GP da Arábia Saudita em 2023. Ele também foi acusado de tentar impedir a homologação do circuito de Las Vegas. O mandatário sempre negou e se defendeu das acusações. E após uma investigação feita pela FIA, foi inocentado.
Já na segunda metade do seu mandato de quatro anos como Presidente da FIA, Ben Sulayem falou sobre sua gestão. Em uma longa entrevista à AFP News Agency durante o fim de semana do GP da China, ele abriu o jogo sobre vários assuntos.
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“Estou muito satisfeito com a FIA hoje, estamos indo para uma plataforma mais saudável. Nossas finanças estão cada vez melhores. Não sei se você seguiu nossa declaração. É a primeira vez na FIA, a primeira vez na história de 120 anos que terminamos a nossa auditoria”, disse.
“Passámos de um déficit de mais de 20 milhões [euros] nos nossos custos operacionais para menos de 2,5 milhões. E como você reduz essa lacuna? Garantindo que o dinheiro seja investido corretamente, garantindo que haja receita entrando e garantindo que não haja desperdício. Não podemos parar de desenvolver a FIA, já disse isso antes e direi novamente: não convém a ninguém no mundo do automobilismo que a FIA se torne fraca. A nossa força é a força deles”, prosseguiu o mandatário.
Em relação a possíveis melhorias na FIA até o fim de seu mandato, Ben Sulayem foi direto:
“Gostaria de melhorar o acesso dos membros à FIA, o crescimento do automobilismo a nível de base e melhorar o alcance da FIA para outras regiões em Ásia, África e Américas.”
“A FIA não existe para agradar ao Presidente e a FIA não existe para agradar aos promotores. A FIA existe para servir os membros. Comece com eles. É simples, uma vez que você os sirva, o presidente ficará feliz”, disse.
Sobre a possibilidade de um segunda mandato, o presidente da FIA falou em esperar para saber qual é a vontade dos membros da entidade.
“Estou mais do que feliz em desafiar qualquer pessoa, se necessário. Quer queiramos ou não, temos que trabalhar juntos para saber o que é melhor para todos os negócios. É claro que a mídia odeia a paz. Sobre o que eles escrevem? Eles precisam de algo sobre o que escrever”, começou.
“Se eu quero ficar [no cargo]? Vou esperar e ver a vontade dos nossos membros da FIA. Nunca me envolverei em algo que não esteja certo ou seguirei na direção errada por uma questão de dignidade. Quanto a me julgar, estou mais do que feliz”, concluiu.