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Um fim de semana de resiliência – e toques – em Interlagos

Olá, leitores do Nas Pistas! Eu sou Gerson Campos, apresentador do Acelerados e piloto da Porsche Cup Challenge. Foi um fim de semana de muita resiliência para mim, em que virei alvo nas duas corridas da categoria. Mas no fim, os resultados foram bons diante das circunstâncias.

A segunda corrida começou com um carro me acertando. Perguntei no rádio para o meu engenheiro quem tinha batido em mim e ele desconversou duas vezes. Foi justamente para não tirar a minha concentração. Houve a batida, não teve safety car e a corrida continuou. O carro rodou, deu um 360°. Coloquei a primeira, fui embora de novo. Era hora de baixar a cabeça e terminar e continuar. A batida foi tão forte que achei que não continuaria. Mas percebi que o carro estava ainda em condições, então acabou dando uma animada. O safety car também ajudou no fim. Tentei passar o Sebá Malucelli no fim, mas a gente estava com o carro muito torto. Achei que uma tentativa ia ser perigosa, então preferi terminar em sexto.

O esporte é isso. O automobilismo é isso. Ele ensina a gente a lidar com as frustrações em milésimos de segundo. E, como na vida, não adianta ficar se lamentando, sair chutando lata. É baixar a cabeça e seguir. É assim que vou seguir para a segunda metade do campeonato. Estamos muito atrás na pontuação, mas nada está perdido. A categoria geralmente é decidida na corrida final. É essa a dinâmica e vou lutar muito para chegar com chances de ser campeão.

No balanço desse início de ano, estou feliz com a velocidade, com o que a gente atingiu, principalmente em ritmo de corrida. E Interlagos foi a melhor das três etapas. Tenho ritmo de classificação, mas tenho que melhorar ainda neste quesito. Em Interlagos, a gente conseguiu o segundo lugar no treino, mas tive de cumprir uma punição. Mas fomos rápidos no fim de semana inteiro. Mas tenho de largar na frente, porque é complicado no meio do pelotão. A gente sofreu muito nessa etapa, com duas batidas por trás, uma condição que não tinha como evitar.

Antes da corrida a gente foi chamado, a organização faz um trabalho fantástico, pediu para que todo mundo mantivesse a calma e desse um show bonito. Foi uma bronca sobre o que aconteceu ontem. Mas, infelizmente, fui vítima de novo. Tem que ter uma punição. Na minha opinião, tem que ter alguma coisa para a próxima etapa. Os pilotos têm que sentir o peso dessas manobras, não só financeiro, mas também emocional e esportivo. É uma decepção para todo mundo que vem, para os patrocinadores. Sem uma punição mais drástica, o piloto não sente e não vai pensar duas vezes. Ele se sente encorajado a fazer de novo. E isso é inaceitável.

Escrito por Gerson Campos

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