Depois de um dia de descanso, as equipes que disputam a edição 2024 do Rally Dakar retomaram a corrida neste domingo (14), com uma especial de 483km entre Riyadh e Al Duwadimi, na Arábia Saudita. É o início da segunda semana do icônico desafio, com a prova se encerrando na próxima sexta-feira (19). Revelação do ano passado e fazendo sua estreia no time A da equipe Toyota Gazoo Racing, o brasileiro Lucas Moraes teve uma jornada bastante produtiva.
O piloto, que tem como navegador o espanhol Armand Monleón, terminou o percurso de hoje na segunda posição e com isso subiu para o terceiro posto na classificação acumulada dos sete dias de prova já disputados. O trajeto cronometrado foi dividido em 12 trechos, com a dupla da Toyota sendo a mais rápida em dois deles. A vitória na especial foi da dupla formada pelo francês Sebastian Loeb e o navegador belga Fabian Lurquin, que conduzem um Prodrive Hunter. Os espanhóis Carlos Sainz e Lucas Cruz (Audi RS Q e-tron E2) são os primeiros colocados na classificação acumulada (veja resultados abaixo), com Loeb e Lurquin na vice-liderança.
“Hoje o cenário mudou bastante. Tivemos piso de pedra praticamente o caminho todo, e muito menos areia. Tivemos um pneu furado a 50km do final, que soltava o ar lentamente, e optamos por não parar para a troca. Terminamos com a roda no aro – pedi desculpas pra equipe por isso. Mas valeu a pena pelo resultado que conquistamos. Olhando agora, eu acho que nosso objetivo pode ser lutar pelo pódio, sabe?”, disse Moraes.
Lucas obteve o primeiro pódio de um piloto brasileiro na classificação geral da categoria principal na edição 2023 do Dakar, em terceiro lugar – fato que lhe valeu o convite para integrar o time principal da Toyota.
“No fundo, como piloto, eu ainda acredito na vitória. Não fosse a capotagem que tivemos na quinta especial, estaríamos bem melhor em comparação aos dois primeiros colocados. Mas ainda faltam cinco etapas – cinco dias de corrida – e a gente vai continuar lutando. Vamos continuar pressionando. Foi assim que chegamos até aqui, né? Vamos continuar sonhando com esse resultado”.
O Brasil conta com uma delegação recorde no Dakar. Ao todo, são 17 representantes em diversas categorias – e histórias diversas na edição 2024 da prova. Na especial anterior, por exemplo, a dupla Rodrigo Varela/Enio Bozzano Júnior (Can-Am Maverick XRS Turbo) ficou duas noites atolada no deserto, com dificuldades, tendo que racionar comida e água com outros competidores acidentados.
“O helicóptero de socorro teve que priorizar competidores feridos em outros pontos do deserto. Por isso, tivemos que esperar duas noites para regressar ao acampamento”, relatou Varela, que ao lado de Bozzano iniciou a corrida na liderança da categoria UTV T4.
Outro que vinha fazendo uma forte campanha e teve dificuldades foi Marcelo Medeiros (Yamaha Raptor 700), que compete na categoria Quadriciclos com apoio de Mardisa/Viação Estrela/Taguatur Fiat/Sedel. Um dos favoritos à vitória, na especial de hoje ele sofreu uma queda, sem causar ferimentos graves, mas foi obrigado a abandonar a corrida.