A Stock Car é a principal categoria do automobilismo brasileiro e, ao logo de sua história de 44 anos, é comum ver pilotos de diversos estados do país. Entretanto, ainda não é muito normal ver pilotos estrangeiros competindo na categoria.
A situação da Stock Car é bem diferente do que acontece em categorias como a Indycar tradicional nos Estados Unidos. Na categoria americana, dois brasileiros já foram campeões: Emerson Fittipaldi (1989) e Tonny Kanaan (2004). Gil de Ferran (2000 e 2001) e Cristiano da Matta (2002) foram campeões na categoria CART da Indy. A Indycar também já tem entre seus campeões pilotos australianos, britânicos, franceses.
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Para efeito de comparação, no atual grid da Stock Car, por exemplo, apenas um piloto não é brasileiro. Trata-se do argentino Matías Rossi, da Full Time Sports. Nascido em Buenos Aires, o ‘hermano’ já está em sua terceira temporada na Stock Car. Ao todo, o argentino soma quatro vitórias na história da categoria.
Embora tenha números ainda tímidos na categoria, ‘El Misil’, como é conhecido, já é considerado o maior estrangeiro da história da Stock Car. O que ajuda a entender a falta de referências de outros países na categoria brasileira.
Néstor Girolami:
Outro argentino de ‘destaque’ na Stock Car é Néstor Girolami, que fez sua estreia em uma temporada completa da categoria em 2016, mas sem sucesso. O argentino venceu apenas a Corrida de Duplas de 2015 em Goiânia. “A verdade é que é uma categoria super competitiva. Tenho experiência na Argentina de categorias competitivas, mas aqui a Stock Car é uma categoria absurdamente competitiva”, disse Girolami em entrevista ao site Motorsport.com à época.
“Recomendaria a pilotos argentinos, mas lá temos muitos pilotos que correm todos os finais de semana e batem muitas datas. Seria muito difícil fazer um calendário aqui e lá sem coincidir. Mas acho que outro argentino deva vir em breve para fazer mais corridas”, acrescentou.
António Félix da Costa:
O português António Félix da Costa, campeão da Fórmula E em 2019-2020, competiu na Stock Car na etapa de Interlagos em 2021. Na ocasião, então com 29 anos, ele aceitou a missão de substituir o tricampeão da categoria Ricardo Maurício, que estava com Covid-19. E embora tenha vencido a corrida, não seguiu na categoria.
Em março, Félix da Costa falou sobre a possibilidade de voltar a competir na Stock Car – e o português não descarta a ideia. “Eu definitivamente penso sobre isso (Stock Car). Acho que todos os anos eu recebo um convite para correr na Stock Car, mas obviamente minha vida está muito mais na Europa e estou com a Porsche no momento”, começou o piloto português.
“Há uma grande combinação de fatores para eu estar onde estou, mas ontem mesmo visitei uma das equipes da Stock (Full Time Sports, pela qual corre o vencedor da Stock Car 2022, Rubens Barrichello, bicampeão da elite brasileira do esporte a motor). Como falei antes, já corri aqui (na Stock) algumas vezes e simplesmente amo. É muita diversão. Os carros são divertidos de se guiar e, à noite, alguns pilotos fazem churrasco no motorhome e bebem vinho (na noite) antes da corrida, então é super. Há os pilotos mais velhos, como Rubens e (Ricardo) Zonta, que amam corridas e querem aproveitar a vida. Essa combinação eu amo, então vamos ver… Talvez, caso a Porsche me demita daqui a alguns anos, eu venho aqui (correr na Stock Car)”, completou.
Jacques Villeneuve:
Campeão da Fórmula 1 em 1997 e com passagem pela também vencedora peal Indy, o canadense Villeneuve é outro estrangeiro com participação na Stock Car. A primeira aconteceu em agosto de 2011, quando competiu na Corrida do Milhão, em Interlagos, onde cruzou a linha de chegada em 18º.
A segunda participação aconteceu em 2015, quando ele reeditou dupla com Ricardo Zonta, de quem foi parceiro na BAR em 1999 e 2000, na Corrida de Duplas.
Confira o ranking dos maiores campeões da Stock Car:
12 TÍTULOS: Ingo Hoffmann (1980, 1985, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996, 1997, 1998 e 2002);
5 TÍTULOS: Cacá Bueno (2006, 2007, 2009, 2011 e 2012);
4 TÍTULOS: Paulo Gomes (1979, 1983, 1984 e 1995);
3 TÍTULOS: Ângelo Giombelli (1991, 1992 e 1993), Chico Serra (1999, 2000 e 2001), Daniel Serra (2017, 2018 e 2019) e Ricardo Maurício (2008, 2013 e 2020);
2 TÍTULOS: Giuliano Losacco (2004 e 2005) e Rubens Barrichello (2014 e 2022);
1 TÍTULO: Affonso Giaffone Júnior, Alencar Jr., Marcos Gracia, Zeca Giaffone, Fábio Sotto Mayor, David Muffato, Max Wilson, Marcos Gomes, Felipe Fraga e Gabriel Casagrande.