Em um fim de semana marcado pelo domínio dos Peugeot da PMO Racing, o TCR South America atingiu no Velocitta a marca de cinco vencedores diferentes em cinco corridas na temporada. Na primeira bateria do dia, o argentino Leonel Pernía, em apenas sua segunda aparição no evento, levantou sua primeira vitória liderando todas as voltas. O competidor do Peugeot #43 foi ainda o maior pontuador da etapa, levantando o troféu Ademicon Driver of the Weekend. Já na corrida 2 a vitória ficou com o brasileiro Rafael Suzuki, também com um Peugeot da PMO Racing.
“Passei um fim de semana espetacular, em um lugar incrível. Somei muitos pontos, sendo o melhor do fim de semana. A equipe PMO fez um trabalho impecável com todos os carros e estou muito feliz por todos os profissionais que fazem um esforço tremendo para competir no Brasil. Começamos nossa campanha no TCR em alto estilo e estou grato a todos os patrocinadores”, disse Leonel Pernía.
O líder do campeonato da Stock Car e que na véspera havia sido segundo colocado na classe GT3 no Endurance Brasil conciliando o fim de semana com a etapa da TCR South America Banco BRB, fechou sua maratona em Mogi Guaçu com mais um troféu de vencedor. Ele saltou de terceiro no grid para a liderança na corrida 2 e controlou Raphael Reis a prova toda, para ganhar em seu retorno à categoria (Suzuki competiu em Interlagos pela PMO Full Time Sports, mas não foi a Cascavel, retomando sua campanha no TCR no Velocitta, com a PMO Racing em seu primeiro contato com o Peugeot).
Rafael Suzuki: “Estou muito feliz em voltar ao TCR”
“Estou muito feliz em voltar ao TCR e quero agradecer à PMO. No ano passado era o PMO Lynk & Co, neste ano a PMO Racing com um Peugeot muito veloz. Quero agradecer ao Pablo Otero e Damian Fineschi pela oportunidade. Eu adoro essa categoria e estou muito feliz em fazer parte pelo segundo ano. O nível é muito alto e competitivo e ao mesmo tempo o ambiente é excelente. Então fico contente demais. Vamos comemorar a vitória de hoje. Foi uma experiência nova esta com o Peugeot, são guiadas diferentes em relação ao Lynk & Co e estou muito satisfeito pela adaptação rápida e por ter vitórias com duas montadoras diferentes”, disse Rafael Suzuki.
Pela classe Trophy foram dois vencedores diferentes neste domingo: Fabio Casagrande quebrou o domínio dos Peugeot triunfando na corrida 1 com um Honda da Squadra Martino. Já na corrida 2 o triunfo coube a Marcos Regadas, com o Peugeot #27 da PMO Racing.
No campeonato a liderança permanece com Juan Ángel Rosso, seguido por Pedro Cardoso. Raphael Reis completa o top3 da tabela de pontos no certame sulamericano.
A próxima etapa do TCR South America acontece em evento compartilhado com o FIA TCR World Tour, em Interlagos, nos dias 20 e 21 de julho.
Corrida 1
Em sua corrida de número 50, o único competidor a disputar todas as provas da história da categoria, Rapha Reis, não conseguiu deixar os pits para as voltas de alinhamento e foi forçado a largar de box. Guilherme Reischl, por troca de motor, teve que ocupar a última posição do grid. E o pole, Pedro Cardoso, alinhou seu Peugeot em sexto em virtude de penalização imposta na etapa passada.
Assim a primeira fila foi ocupada por Leonel Pernía e Digo Baptista. Matías Rossi e Galid Osman vinham na segunda, com Cardoso sozinho na terceira fila por fora (uma vez que permaneceu vaga a posição destinada a Reis).
No apagar das luzes, Digo tentou atacar Pernia, mas o argentino defendeu a liderança. Rossi vinha em terceiro, com Galid em quarto e Cardoso em quinto.
Na volta 2, Digo espalhou a trajetória na curva do Museu, cedendo posições para Rossi e Galid. Muito rápido desde os treinos livres, Cardoso tentou também atacar o Honda #3.
Na quinta volta, Pernía já apresentava vantagem de quase 3s sobre Rossi, que era acossado por Galid. Cardoso seguia na pressão sobre Baptista, trazendo junto Rafa Suzuki. Em oitavo, Marcos Regadas vinha tranquilo na liderança da Trophy.
Antes e depois do safety-car
Já o nome da primeira parte da prova era Rapha Reis, ocupando o 12º lugar depois de largar de box.
O safety-car então foi ativado para resgate do carro de Fabian Yannantuoni na subida da Caipirinha.
A relargada veio na abertura da volta 7, com 12 minutos restantes na contagem regressiva de 25 minutos.
Pernía sustentou a liderança, com Rossi e Galid comboiando. Cardoso tentou atacar Baptista novamente, mas teve a porta fechada pelo Honda #3. Na tomada do Saca-Rolha ele novamente mergulhou por dentro, mas os carros se tocaram. Cardoso saiu da pista e voltou com o pneu traseiro direito fumando. Assim Suzuki atacou e passou na abertura da volta seguinte. Então na abertura da volta 10, Suzuki mergulhou por dentro de Digo na curva 1. Conseguiu ultrapassar, mas o Honda aplicou um X clássico e retomou o quarto lugar. Suzuki insistiu novamente no mesmo trecho na volta seguinte, mas Digo trancou a porta (no momento em que a direção de prova anunciava penalização de 5s pelo toque com Cardoso).
Então na volta 12 Suzuki passou Baptista. No giro seguinte, Regadas enquadrou Enrique Maglione pelo décimo lugar, que valia a vitória na classe Trophy. Ele então passou na tomada da curva da Mata após o carro do uruguaio se desequilibrar na freada.
Reis na volta final
Na volta final, Reis selou sua escalada passando Casella para ser oitavo, enquanto Digo Baptista deu o troco em Suzuki. Este perdeu rendimento na volta final, recebendo a bandeirada em décimo.
E assim foram até a bandeirada, para Pernía, em apenas seu segundo evento na TCR, vencer pela primeira vez em dobradinha argentina com Rossi. Galid completou o pódio. Após a punição a Baptista, Cardoso e Rosso fecharam o top5. Em nono, Regadas venceu mais uma na Trophy.
Após a bandeirada, porém, os comissários desportivos impuseram acréscimo de 20s ao tempo de prova do competidor do Peugeot #27 e 5s ao do Honda #15. Assim Regadas perdeu a vitória e a ordem do pódio da classe Trophy ficou: Casagrande, Maglione e Reischl.
Corrida 2
A corrida do grid invertido determinou pole para Regadas, com Juan Manuel Casella em segundo. Nenhum deles saltou bem no apagar das luzes, então Suzuki se aproveitou e saltou de terceiro para a liderança. O segundo colocado era Rosso, vindo de quarto no grid. E o top5, nesta ordem, foi completado por Reis, Baptista e Galid na primeira volta. Depois de cair para o fundo do pelotão, Regadas era décimo.
Na terceira volta, Reis atacou Rosso na freada do Saca-Rolha e assumiu a vice-liderança.
Nos dez minutos iniciais, Suzuki conseguiu livrar 1.9s de margem, e Reis vinha perdendo frações de segundo pouco a pouco para o líder. Já o pega entre Galid e Digo era a disputa mais vistosa, com o Honda #3 ocupando habilmente a pista toda para trancar as investidas do CUPRA #28.
Na volta 8, Galid mergulhou na freada da curva do Museu. Os carros tocaram porta com porta e Baptista acabou espalhando a trajetória, perdendo posições também para Rossi e Pernía. Na abertura da volta 10, Cardoso também passou por Digo, na freada da curva 1. E depois foi a vez de Regadas, na tomada do Saca-Rolha.
Galid penalizado
Galid então teve penalização de 10s anunciada pelo incidente com Baptista. Mas, alheio ao que se passava na torre, o competidor do CUPRA #28 enquadrou Rosso na pista.
O ataque surtiu efeito na abertura da volta 15, quando Galid mergulhou por dentro na freada da curva 1 e segurou o carro para evitar o “X” de Rosso.
Na volta 17, no entanto, Pernía emparelhou com Rossi na curva da Paciência e eles entraram lado a lado na reta. Os argentinos se respeitaram e Pernía saiu mais chutado para o contorno da segunda curva, ultrapassando seu compatriota. Logo atrás, Regadas passou reto na tomada da Caipirinha, mas conseguiu retornar à pista após contato no guard rail.
Suzuki levou seu Peugeot até a quadriculada, para ser o quinto vencedor diferente em cinco corridas no ano. Reis foi segundo e Rosso subiu ao pódio em terceiro após penalização a Galid. Regadas ganhou na Trophy, com Maglione e Diego Gutierrez fechando o pódio na divisão.