Quem conhece a família Fogaça sabe quanto eles são emotivos – e o quanto de altos e baixos eles já atravessaram na estrada da vida e nas pistas da Copa Truck.
O ano passado é um ótimo exemplo: enquanto celebrou a vinda do primeiro filho, Fabinho Fogaça quebrou a clavícula no começo do ano e viu seus principais patrocinadores debandarem no fim da temporada.
A caminhada não vem sendo fácil para os Fogaça, principalmente para Fabinho. Depois de um início promissor no automobilismo, a falta de apoio o impediu de dar voos mais altos e, desde 2017, assumiu o desafio de tocar a equipe iniciada pelo pai há mais de uma década.
O prazer de correr e trabalhar junto do pai (o “Monstro” Djalma Fogaça) veio junto com o amargor da dificuldade em conseguir parcerias. Mesmo mostrando ter talento e condições de andar na frente, parece que as portas das grandes marcas insistem em não se abrir para ele.
No entanto, a resiliência vem sendo recompensada. Depois de se reerguer de um complicado fim de 2023 no lado profissional, fazendo mudanças importantes na FF (trazendo Maicon Roncen e deixando o pai como chefe de equipe), ele conseguiu a primeira vitória na classe principal, superando as equipes de fábrica e encerrando um jejum longo.
Em suas redes, Fabio fez um longo desabafo emocional: “2 anos e 6 meses, ou 924 dias e 40 corridas atrás, estava acontecendo a última vitória de um piloto sem apoio de fábrica. Você tem noção do tamanho desse feito?”
“Foram mais de seis anos trabalhando para realizar esse que era um dos meus sonhos, passei por muita coisa nesse período, humilhações, falta de patrocínio, julgamentos, medo, etc. Encarei tudo isso com trabalho, esperança, fé, honestidade, resiliência, humildade. Fui pintor, mecânico, engenheiro eletrônico, carreguei carreta, virei noite embaixo de caminhão…”, continua.
“Comecei minha trajetória nessa mesma Goiânia em 2017, com os piores caminhões do Grid, como a menor equipe do grid e com a certeza que Deus me colocava nessa posição para virar exemplo Foi uma vitória da raça, da garra, de quem trabalhou demais. Se eu fui capaz de vencer qualquer um pode ser”, completa.