No último final de semana, após a 5ª posição no GP do Japão, Lewis Hamilton reclamou do pedido de DRS da Mercedes a George Russel. Além disso, o heptacampeão mundial cobrou um melhor trabalho de desenvolvimento da marca para diminuir a distância do topo. O piloto analisou estar longe da pole position e demonstrou uma projeção pessimista para a próxima temporada da Fórmula 1.
Após o Grande Prêmio do Japão, Hamilton contextualizou o fato de ter terminado a prova em quinto: “Há coisas que pedi e algumas das quais implementamos. Mas ainda estamos muito longe do topo e não tenho ideia de onde estaremos com o carro no próximo ano”, disse o inglês.
“Uma coisa é certa: nos próximos seis meses teremos de fazer o melhor trabalho de desenvolvimento que alguma vez fizemos para diminuir a distância até ao topo. A McLaren mostrou em 2023 que isso é possível e não podemos fechar os olhos para isso. Precisamos ver o que eles fizeram. E temos que ir nessa direção também.”, ponderou o piloto.
Damom Hill, 22 vezes vencedor de Grandes Prêmios e campeão mundial da F1 em 1996, com a Williams, analisou a fala de Hamilton. Dessa forma, Hill avaliou que heptacampeão encontra-se exausto: “Ele disse durante todo o fim de semana que o carro estava no fio da navalha. O carro é tão difícil de dirigir e ele realmente deu tudo de si, está exausto”, disse o ex-piloto, que esteve no GP do Japão como comentarista da British Sky.
Damon Hill analisou também o pedido de DRS da Mercedes a Hamilton para Russel
No final do GP do Japão, Russel estava em quinto, enquanto Lewis Hamilton e Carlos Sainz estavam se aproximando. Porém, o companheiro de equipe do heptacampeão mundial tinha os pneus mais desgastados por ter feito apenas uma troca. Já o britânico e o espanhol haviam usado as duas paradas. Portanto, Russel sugeriu à Mercedes o uso do DRS, como medida para segurar o avanço de Sainz.
Dessa forma, a Mercedes solicitou o DRS a Hamilton. Logo que o pedido da Mercedes foi acatado, Sainz passou a pressionar Hamilton. No entanto, o espanhol não conseguiu tomar o quinto lugar do heptacampeão mundial. Russel finalizou a prova na sétima colocação.
Após a prova, Hamilton destacou que a ordem ‘não fazia sentido’. Ainda que o pedido teria vindo em momento que ele tinha conseguido abrir vantagem de dois segundos.
Sobre o posicionamento de Hamilton em relação ao DRS, Hill expôs o que pensa sobre o tema: “O que Lewis deveria fazer? Ninguém pode esperar que ele fique atrás de Russell, cujos pneus não estavam em boas condições. Não, Lewis simplesmente fez o seu trabalho. Ele é um piloto completo e seu próprio resultado é o mais importante”, pontuou. “É claro que as equipes de corrida exigem que os pilotos elogiem a equipe da boca para fora, mas o resultado final é que todos estão cuidando apenas de si mesmos”, enfatizou.
Além disso, disse que entendeu a ‘frustração’ do britânico: “Posso entender a frustração de Hamilton. Ele teve que pressionar a equipe a abandonar esses sidepods extremamente finos. Se esforçou muito para isso, mas será que esse é realmente o seu trabalho?”, questionou o ex-piloto de 63 anos. “Ele é um piloto de corrida, não um designer. Seus instintos como piloto lhe disseram que a Mercedes estava no caminho errado. Mas ele correu alguns riscos. Ele poderia estar errado e enviar a equipe para o caminho de desenvolvimento errado.”, completou.