Os últimos anos de disputa na Fórmula 1 foram marcados por um protagonismo absoluto do holandês Max Verstappen, tricampeão de forma consecutiva. A temporada 2024 foi aberta, e o cenário de dominância parece encaminhado para ser repetido. O protagonismo do piloto da Red Bull, no entanto, pode trazer danos para a categoria, é o que garante Jeff Dodds, novo CEO da Fórmula E.
Presente em solo brasileiro para acompanhar a etapa de São Paulo da categoria elétrica, Dodds disse que este cenário de um piloto somente ditando o ritmo na F1 e sobrando frente aos demais pode impactar em um distanciamento dos fãs e diminuir a popularidade do esporte.
“Nós tivemos oito campeões diferentes em nove temporadas. A maioria dos campeonatos foi decidida na última corrida. Os fãs adoram a competição, e quando a competição começa a desaparecer, a base de fãs também começa a desaparecer”, iniciou Dodds.
Na temporada passada, a Red Bull venceu 21 dos 22 GPs realizados. Destes, Max Verstappen levou a melhor em 19 deles, e não à toa, foi campeão restando ainda seis etapas para o desfecho do calendário. A conquista, sem muita emoção em termos de disputa, veio em uma sprint race, o que diminuiu ainda mais a empolgação dos amantes da categoria.
Com o cronograma de provas tendo sido iniciado com dois triunfos de Max Verstappen e a Red Bull sobrando mais um ano, mesmo em crise nos bastidores por conta do caso Horner, é difícil prospectar um cenário diferente na F1.
“Agora, a questão é se Max será capaz de vencer todas as 24 corridas do calendário deste ano, e nós não queremos ser esse tipo de esporte. Ele já venceu as duas primeiras”, disse o novo CEO da Fórmula E.
Curiosamente, durante a realização dos testes de pré-temporada, Dodds afirmou que iria doar US$ 250 mil (cerca de R$ 1,2 milhão na cotação atual) para instituições de caridade caso Verstappen não faturasse o tetracampeonato neste ano.