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F1 hoje: FIA protege comissários com novos regulamentos; saiba mais

Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), não quer mais que seus comissários sejam criticados na internet

Mohammed Ben Sulayem, FIA presidente
Mohammed Ben Sulayem vai dar mais poder aos comissários da FIA (X.com/ Mohammed Ben Sulayem)

A FIA anunciou alterações no Código Esportivo Internacional feitas para evitar que os comissários da entidade sejam alvos de críticas na internet durante as corridas organizadas pelo órgão.

Portanto, nas corridas de Fórmula 1 e todas as outras categorias que são organizadas pela FIA terão agora novos regulamentos voltados para proteger os comissários, segundo a instituição, de ondas de ódio na internet.

O comunicado publicado por Mohammed Ben Sulayem no Instagram afirma: “Como parte da nossa luta contínua contra o abuso online, investigações recentes mostraram que existe uma ligação direta entre os comentários negativos dos condutores e membros das equipes e o aumento do ódio dirigido aos funcionários nas redes sociais. No último Conselho Mundial do Esporte a Motor, foi aprovada uma mudança na definição de má conduta no Código Esportivo, em resposta a incidentes em que figuras proeminentes do nosso esporte fizeram comentários que incitaram ódio contra os fiscais”.

Agora, com as alterações feitas nos regulamentos, os comissários poderão até mesmo punir as equipes e os pilotos se esses produzirem críticas na internet capazes de “gerar ódio” contra os funcionários da FIA.

A FIA ainda não anunciou oficialmente quais serão as mudanças e como elas serão aplicadas. Até agora, o que se tem é o comunicado de Sulayem no Instagram. Porém, muitos temem que se as regras foram draconianas, o que pode dar poder demais aos comissários e produzir decisões que possam descambar para o abuso.

A repercussão ao texto de Sulayem foi imediata. Muitos fãs e jornalistas temem que as alterações venham a gerar censura na Fórmula 1, com os pilotos e os membros das equipes preferindo o silêncio a correr o risco de sofrer alguma punição.

Sulayem já enfrentou problemas esse ano com Lewis Hamilton, que atacou a FIA por falta de transparência. Antes do GP da Austrália, o heptacampeão, saiu em defesa de Susie Wolff, a diretora da Academia da Fórmula 1 para mulheres que querem pilotar carros de corrida, que foi acusada pela FIA de divulgar informações confidenciais — a acusação acabou arquivada.

Segundo Hamilton disse à época, “não há nenhuma prestação de contas no esporte (Fórmula 1) ou dentro da FIA”. O heptacampeão afirmou que muitas “coisas acontecem às portas fechadas, não há transparência, não há realmente nenhuma responsabilização e precisamos disso. Os fãs precisam disso. Como você pode confiar no esporte e no que está acontecendo aqui se você não tem isso?”.

Agora, com as novas mudanças impostas por Sulayem, o temor é que essa falta de transparência se torne ainda maior.

A fórmula 1 retorna às pistas nos dias 23, 24 e 25 de agosto com os treinos livres e a corrida do GP da Holanda.

Renato Roschel

Escrito por Renato Roschel

Editor-chefe do Nas Pistas. Há mais de 30 anos com trabalhos nas áreas de jornalismo e produção de conteúdo. Já colaborou para jornais como Folha de S. Paulo e Valor Econômico. Foi correspondente da Rádio Eldorado em Londres, editor da Revista Osesp e é tradutor, revisor, organizador e autor de diversos livros, entre eles, Literatura Livre: ensaios sobre ficções que formaram o Brasil, obra publicada pelo Sesc em 2022.

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