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História da Fórmula 1: a década de 1960 e o domínio britânico

Anos 60 foram marcados por grande conquistas de pilotos como Jackie Stewart Graham Hill, além de equipes como Cooper, Lotus, Tyrrell e Brabham

Jack Brabham
Jack Brabham em prova na Austrália (Divulgação/National Archives of Australia)

A década de 1960 foi dos Beatles. O grupo de Liverpool ficou, em 1964, se tornou a primeira banda a ter cinco música nos primeiros cinco lugares da parada norte-americana da Billboard com “I Want to Hold Your Hand”, “She Loves You”, “Can’t Buy Me Love”, “Twist and Shout” e “Please Please Me. O mesmo fenômeno ocorria nas pistas da Fórmula 1. As equipes britânicas venceram 7 campeonatos mundiais (1960, 1962, 1963, 1965, 1966, 1967 e 1968).

O sucesso dos Beatles também era parecido com o dos pilotos britânicos, que venceram os mundiais de 1962, 1963, 1964, 1965, 1968 e 1969. Portanto, a “invasão britânica” da década de 1960 foi um fenômeno cultural e esportivo, se pensarmos do ponto de vista automobilístico — os brits também ganharam a Copa do Mundo de 1966, mas isso foi com um gol na final no qual a bola não entrou; com um sofrido 1 a 0 sobre a Argentina nas quartas-de-final, em um jogo no qual o árbitro alemão expulsou de maneira absurda o craque do Boca Antonio Rattín; e com Portugal caçando Pelé em campo na fase de grupos, mas isso é outra história…

O sucesso de Jack Brabham e da Cooper Car Company

A década começou com os carros da Cooper Car Company dominando as pistas com Jack Brabham ao volante e as vendas com o Mini Cooper, carros populares que eram guiados pelas ruas britânicas por ninguém menos que John Lennon e Paul McCartney. 

Na verdade, Brabham e a Cooper já encerram a década anterior campeões mundiais de Fórmula 1, pois venceram a temporada de 1959.

Em 1960, portanto, as companhias britânicas Brabham e a Cooper já eram uma realidade nas pistas. Depois disso, Jack Brabham se tornaria, em 1966, o primeiro piloto a vencer o campeonato mundial de Fórmula 1 dirigindo um carro criado pela sua própria companhia, a Brabham Racing Organization (BRO).

A Brabham também venceu em 1967 com Denny Hulme. Assim Jack Brabham e Hulme se tornaram os primeiros australianos a ganharem o campeonato mundial de Fórmula 1.  

A década de 1960 também foi o período no qual outras equipes britânicas, como a Lotus Grand Prix e a Tyrell Racing, surgiram com força no cenário do automobilismo — ambas acabaram se tornando campeãs mundiais de F1 nos anos 60.

Outro grande nome das pistas da Fórmula 1 nos anos 1960 foi Graham Hill. Campeão em 1962 e 1968. Hill e o filho Damon, assim como Keke e Nico Rosberg, são as únicas famílias que tiveram pais e filhos campeões mundiais de Fórmula 1.

Graham Hill também é o único piloto a vencer a tríplice coroa do mundo o automobilismo: 24 Horas de Le Mans; o Grande Prêmio de Mônaco e as 500 Milhas de Indianápolis.

Jackie Stewart e a luta por mais segurança na Fórmula 1

Outro grande nome do automobilismo que surgiu nesse período foi o do excelente piloto Jackie Stewart, que acabaria se tornando tricampeão mundial de Fórmula 1.

Stewart estreou na Fórmula 1 em 1965. Ele venceu o campeonato mundial da categoria em 1969, pela equipe Matra; e, em 1971 e 1973, pela Tyrrell. 

A carreira de Stewart foi meteórica. Ele se aposentou em 1973, temporada na qual não disputou a corrida final em Watkins Glen. Essa decisão ocorreu depois que seu amigo e companheiro de equipe François Cevert morreu nos treinos da prova.

Durante sua carreira nas pistas e fora delas, Sir Jackie Stewart foi um constante defensor de mudanças capazes de tornar a Fórmula 1 um esporte mais seguro. Em sua vida como piloto, o escocês não cansava de falar que havia presenciado a morte de dezenas de companheiros no esporte. 

Nesse momento, em um cenário onde Stewart, então o grande ídolo da categoria, deixava as pistas defendendo profundas mudanças nas regras, que surgia outro piloto espetacular: Emerson Fittipaldi — brasileiro que iria deixar sua marca nas décadas seguintes no automobilismo mundial. 

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Renato Roschel

Escrito por Renato Roschel

Editor-chefe do Nas Pistas. Há mais de 30 anos com trabalhos nas áreas de jornalismo e produção de conteúdo. Já colaborou para jornais como Folha de S. Paulo e Valor Econômico. Foi correspondente da Rádio Eldorado em Londres, editor da Revista Osesp e é tradutor, revisor, organizador e autor de diversos livros, entre eles, Literatura Livre: ensaios sobre ficções que formaram o Brasil, obra publicada pelo Sesc em 2022.

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