Hungaroring será o palco dos últimos dias de Fórmula 1 antes da pausa de verão. A corrida deste final de semana celebrará o quadragésimo aniversário do GP da Hungria. O autódromo também será utilizado na terça-feira e quarta-feira, 5 e 6 de agosto, quando a Pirelli realizará testes de desenvolvimento para os pneus de 2026. Ferrari, Racing Bulls e McLaren participarão de apenas um dos dias de teste, enquanto a Alpine participará dos dois dias. O teste tem como objetivo avaliar a construção dos pneus para o próximo ano, já que, de acordo com os regulamentos, eles devem ser homologados até 1º de setembro. Além disso, os testes visam avaliar alguns compostos protótipos. Neste caso, esses compostos devem ser homologados até 15 de dezembro. Após a sessão em Hungaroring, há mais seis dias de testes programados: dois em Monza, dois em Mugello e dois na Cidade do México.
Os compostos
O trio de compostos de pneus slick é o mesmo do ano passado: C3 como Duro, C4 como Médio e C5 como Macio. Até o último ano, essa seria a gama mais macia de todas, mas neste ano foi introduzido o C6. Porém, esse novo composto seria uma escolha extrema para um circuito que impõe um alto nível de densidade energética nos pneus a cada volta. Embora as cargas reais não sejam tão altas em termos absolutos, o fato de a volta ser curta faz com que esse esforço se acumule de forma significativa a cada passagem. Outro fator relevante é a alta temperatura que normalmente acomete o fim de semana húngaro, gerando uma degradação predominantemente térmica, agravada pelo asfalto muito escuro do circuito. A corrida do ano passado registrou a maior temperatura de pista da temporada, com 58,6 °C.


Em 2024
A estratégia mais popular foi a de duas paradas, utilizando várias combinações dos compostos C3 e C4. O pneu Médio teve a melhor performance e 13 pilotos o escolheram para a largada. Dos sete restantes, quatro optaram pelo Macio e três pelo Duro. Yuki Tsunoda, da Racing Bulls, foi o único piloto a receber a bandeirada com apenas uma parada, enquanto alguns fizeram três paradas, utilizando o composto Macio em um stint final mais curto. A dupla da Aston Martin, Fernando Alonso e Lance Stroll, fez duas paradas, utilizando todos os três compostos, seguindo uma estratégia própria de gestão de pneus durante os treinos livres. O canadense foi quem completou o stint mais longo (14 voltas) com o pneu Macio.

A pista
O autódromo de Hungaroring está passando por uma grande modernização. Primeiro, a área dos boxes foi reformada e, neste ano, as principais mudanças aconteceram na reta principal e na área dos boxes, incluindo o pit lane e a arquibancada principal. A área do grid e o pit lane foram recapeadas com 860 toneladas de uma mistura especialmente desenvolvida, utilizando betume com ponto de fusão mais alto. O novo asfalto foi aplicado com o objetivo de minimizar ondulações e fornecer uma superfície mais consistente. A nova pavimentação já foi utilizada durante corridas de GT realizadas no início de julho e será analisada nos próximos dias para verificar os níveis de aderência.
Normalmente, a evolução da pista ao longo do fim de semana é muito acentuada em Hungaroring, especialmente nos dois primeiros dias. Pode haver ocorrência de granulação durante os treinos livres de sexta-feira, tendência que diminui gradualmente à medida que a pista vai ficando mais emborrachada. A alta degradação térmica é outro fator com o qual os pilotos terão que lidar, inclusive durante voltas rápidas na classificação com pneus Macios. Se não forem bem cuidados, esses pneus podem apresentar problemas nas duas curvas finais.

Palavra-chave: Ar
Antes do fim de semana de corrida, a Pirelli infla os pneus com ar comprimido, utilizando uma máquina especial para remover a umidade. Em seguida, na área de montagem, onde todos os pneus Pirelli do evento são montados e desmontados nas rodas fornecidas pelas equipes, máquinas especiais os enchem até 60 psi para verificar se estão corretamente assentados nos aros. Depois disso, a pressão é reduzida para 45 psi antes de os pneus serem recolhidos pelas equipes. Elas podem escolher manter o ar comprimido seco ou substituí-lo por nitrogênio, um gás inerte, não inflamável e menos permeável que o oxigênio. O uso de qualquer outro gás ou mistura de gases é proibido pelo regulamento.
Em cada evento, a Pirelli define uma pressão mínima obrigatória a ser aplicada inicialmente, bem como pressões-alvo de rodagem que devem ser respeitadas por motivos de segurança. Por exemplo, na sexta-feira em Hungaroring, as pressões mínimas de partida foram estabelecidas em 22 psi no eixo dianteiro e 20 psi no traseiro. Ao final de cada sessão, o regulamento permite que essa pressão mínima seja ajustada, tornando-se obrigatória para a sessão seguinte.
Área de Estatísticas
O GP da Hungria estreou no calendário do Mundial de Fórmula 1 em 1986, marcando a primeira corrida da categoria além da “Cortina de Ferro”. Desde então, tornou-se uma etapa permanente, mesmo durante o ano da pandemia de Covid-19, em 2020.
Lewis Hamilton é o piloto de maior sucesso no circuito, com oito vitórias, nove pole-positions e 12 pódios. Michael Schumacher aparece em segundo lugar em número de vitórias e poles, com quatro e sete respectivamente, enquanto Kimi Raikkonen é o segundo em número de pódios, com nove.
Entre as equipes, a McLaren é a mais vitoriosa em Hungaroring com 12 vitórias, seguida por Williams e Ferrari, ambas com sete. McLaren e Mercedes dividem a liderança em pole-positions, com nove cada uma, enquanto a Ferrari aparece logo atrás, com oito. A Ferrari lidera em número de pódios, com 29, seguida pela McLaren com 25 e Williams com 18.
Dois pilotos ainda em atividade conquistaram sua primeira vitória na Fórmula 1 em Hungaroring: Fernando Alonso, em 2003, com a Renault; e Esteban Ocon, em 2021, com a equipe baseada em Enstone — que, àquela altura, já competia sob o nome Alpine.

