Há exatamente 10 anos, num 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher sofreu um acidente de esqui nos Alpes franceses. O grave traumatismo craniano o deixou seis meses em coma. Desde então, seu real estado de saúde é um mistério e o alemão se mantém incomunicável. Jean Todt é uma das raras pessoas com autorização da família para visitá-lo.
Em entrevista para o La Stampa, o ex-chefe da Ferrari destacou a lealdade pela qual Schumacher sempre manteve com a equipe de Maranello, mesmo em tempos de vacas magras nos primeiros anos.
Afinal, o alemão foi bicampeão mundial em 1994 e 1995 pela Benetton, chegando na escuderia italiana em 1996. Mas seu primeiro título sob o comando de Jean Todt só ocorreria em 2000.
“Se Jean Todt for embora, eu também vou”, disse Schumacher
Na época da chegada de Schumacher à Ferrari, a equipe não vencia o Mundial de Construtores desde 1983. Ou seja, vivia um longo período em que era coadjuvante na Fórmula 1 tendo que se contentar com pódios, num momento até parecido com o atual.
“A situação era desastrosa no início. Em 1996 falou-se muito sobre a minha demissão. Michael tinha acabado de chegar e viu que meu plano estava certo. As pessoas que estavam prestes a chegar e com quem eu estava negociando em segredo correspondiam ao nosso plano. Por isso ele interveio e disse: ‘Se o Todt for embora, eu também vou embora'”, recordou Jean Todt, que estava na Ferrari desde 1993.
Dessa forma, Schumacher esperou por quatro temporadas para que emplacasse sua sequência de cinco títulos consecutivos na Ferrari entre 2000 e 2004. “Em 2000 vencemos. O abraço com Michael no pódio é o momento esportivo mais feliz da minha vida. Finalmente alcançamos a meta que nos propusemos em 1993”, celebrou Jean Todt.
A parceria profissional entre o alemão e o dirigente francês se encerrou em 2006, na primeira aposentadoria de Schumacher da Fórmula 1. Jean Todt sairia do comando da Ferrari no ano seguinte.