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Roberto Pupo Moreno abre o jogo e revela detalhes de sua negociação com a Ferrari

Ex-piloto brasileiro Roberto Pupo Moreno correu na Fórmula 1 nas décadas de 80 e 90 e também disputou a Fórmula Indy

Divulgação

Roberto Pupo Moreno foi um piloto que costumou figurar nos paddocks da Fórmula 1 nos anos 80 e 90, além de também disputar a Fórmula Indy posteriormente. Em entrevista para o Canal Enerto no YouTube, Roberto Pupo Moreno recordou histórias de sua carreira no automobilismo.

Hoje com 64 anos, o brasileiro relatou como ocorreram as conversas para o piloto defender a Ferrari na Fórmula 1, no ano de 1988. Na ocasião, Roberto Pupo Moreno admitiu que precisou pedir uma passagem emprestada para viajar para a França, pois passava por dificuldades financeiras. O primeiro encontro ocorreu no Circuito de Paul Ricard, próximo de Marselha.

Afinal, Roberto Pupo Moreno lembrou de um diálogo com sua esposa, em que ela recordava que o marido não tinha dinheiro para pagar os exames de saúde da filha. Ao chegar no aeroporto de Marselha, se dirigiu ao autódromo através de uma carona com um mecânico da Brabham.

Em Paul Ricard, se encontrou com o empresário da Ferrari, Marco Piccinini, que lhe telefonara antes, combinando uma reunião em Mônaco dois dias depois. No apartamento do agente, Roberto Pupo Moreno ouviu o convite para que fosse piloto de testes da escuderia de Maranello por três anos.

Aquilo me impactou como uma pedrada na cara“, relatou. Dessa forma, Pupo Moreno comparou a situação com a que viveu na Lotus na década de 80, na qual considerou sua carreira prejudicada por cinco anos. “Destruí todas as oportunidades que eu poderia ter tido na Fórmula 1“, lamentou.

Roberto Pupo Moreno esteve a um passo de ser titular da McLaren

Dessa forma, o brasileiro recusou o convite da Ferrari. “Eu não conseguia dizer nada, eu perdi as palavras. Eu estava tremendo“, lembrou. O próprio empresário chegou a acalmá-lo e, após tomar uma água e um chá de camomila, Pupo Moreno contou que sua frequência cardíaca chegou a baixar.

O ex-automobilista lembrou do trauma de ter recusado um convite para correr oficialmente como titular da McLaren por dois anos, em 1983. Mas o então chefe da Lotus, Peter Warr, segurou Pupo Moreno, então piloto de testes da equipe. Ele assegurou que o brasileiro substituiria Elio de Angelis, que estaria de saída da escuderia. Entretanto, o automobilista italiano continuou na Lotus e Pupo Moreno permaneceu na reserva da equipe britânica.

Então, Pupo Moreno rechaçou o convite de Piccinini para desenvolver o câmbio semi-automático da Ferrari para o rendimento do carro com motor aspirado. Mas o piloto tinha a intenção de defender uma equipe durante toda a temporada da Fórmula 1 e o empresário garantiu que acharia para Pupo Moreno um carro para o brasileiro.

Com a promessa do automobilista se tornar oficial da Ferrari no terceiro ano, Roberto Pupo Moreno recebeu meio milhão de dólares no primeiro ano para ser piloto de testes da equipe italiana. O ex-piloto contou que foi a maior quantia que ganhou no automobilismo.

Na temporada seguinte, Marco Piccinini desembolsou mais 500 mil dólares para Roberto Pupo Moreno correr na Coloni em 1989, uma espécie de equipe júnior da Fórmula 1. No terceiro ano, atuaria pela Ferrari em 1990, ganhando um milhão de dólares. “Eu assinei, e eles fizeram tudo por mim. Eu tornei-me um piloto de verdade para eles“, contou.

Mesmo assim, Roberto Pupo Moreno nao chegou a defender a Ferrari oficialmente. Em 1991, guiaria o carro da Benetton como titular durante a maior parte da temporada.

Escrito por Marco Andrews Felgueiras Maciel

Jornalista formado pela PUCRS em 2007 e pós-graduado em Imprensa Esportiva e Assessoria de Comunicação pela Universidade Castelo Branco. Atuei na web-rádio Voz do Futebol e escrevo para o Torcedores.com desde 2022, além de colaborar para o site Nas Pistas a partir de 2023. Também edito o SAMBARIO, voltado para carnaval e sambas-enredo, desde 2004. No canal do YouTube do portal (@sambariosite), entrevistamos mais de uma centena de personalidades do samba e do carnaval nos tempos da pandemia. Ainda fui redator e assessor de imprensa da ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade).

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