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Nick Cassidy vence em Mônaco e assume liderança da Fórmula E

Piloto da Envision chega ao seu quinto pódio no ano e confirma favoritismo pelo título

Nick Cassidy, Envision Racing , 1st position, Podium

Neste sábado (6), aconteceu o E-Prix de Mônaco, que mais uma vez proporcionou uma corrida repleta de disputas como já é de costume em todas as passagens da Fórmula E pelo principado. Largando da oitava posição, Nick Cassidy em poucas voltas saltou para a primeira posição e conseguiu ser o grande vencedor da corrida, além de assumir a liderança do campeonato.

Completaram o pódio, Mitch Evans na segunda posição e Jake Dennis em terceiro com a volta mais rápida da corrida. Pascal Wehrlein terminou em P10 e perdeu a liderança do campeonato.

No primeiro treino livre, o brasileiro Sérgio Sette Câmara, que corre pela NIO, chegou a ficar entre as primeiras posições, assim como Nico Müller da ABT. Entretanto, o principal destaque foi o piloto da DS Penske, Stoffel Vandoorne, que liderou boa parte do treino, mas foi superado na última volta por Mitch Evans que fez o tempo de 1m30s36.

Já no segundo treino livre do dia, o destaque foi de Maximilian Günther da Maserati, que fez o tempo de 1m29s269. Logo atrás dele, esteve Mitch Evans (Jaguar), Jake Dennis (Andretti), Sérgio Sette Câmara (NIO) e Stoffel Vandoorne (DS Penske).

O piloto da Envision, Nick Cassidy, teve alguns problemas com o seu carro, o que acabou atrapalhando o tempo de pista do neozelandês, que retornou aos boxes para verificar o problema.

A CHUVA DE PUNIÇÕES NA CLASSIFICAÇÃO

A classificação foi bastante caótica devido a quantidade de penalizações da direção de prova. Diversos pilotos ficaram sob investigação ao longo da sessão e em alguns casos, a decisão da direção de prova só saiu 1 hora e meia antes da corrida.

Os grupos ficaram divididos da seguinte forma:

Grupo A — Wehrlein, Vergne, Evans, Bird, Rast, Vandoorne, Lotterer, Nato, Ticktum, Fenestraz e Frijns.

Grupo B — Cassidy, Dennis, Da Costa, Buemi, Hughes, Günther, Di Grassi, Sette Câmara, Rowland, Mortara e Müller.

No Grupo A, o domínio foi da Nissan, com Norman Nato ficando em P1 com o tempo de 1m30s138, seguido por seu companheiro de equipe Sacha Fenestraz. Logo atrás deles ficaram Dan Ticktum e Mitch Evans.

Frijns e Lotterer tiveram diversos tempos de volta deletados por conta de limites de pista. Além disso, os dois pilotos da DS Penske tiveram todas as suas voltas canceladas por uma infração técnica, já que os pneus não estavam com a quantidade de pressão necessária para a pista. Eles sofreram uma penalidade e tiveram que largar das últimas posições do grid.

No Grupo B, Nick Cassidy, Maximilian Günther e Sérgio Sette Câmara em boa parte do tempo estiveram entre os quatro primeiros colocados que avançam para a etapa seguinte. No final, mesmo com todos os pilotos do grupo fazendo a volta rápida, os três conseguiram avançar para os duelos juntamente com Jake Hughes, que cresceu nos minutos finais. Maximilian Günther da Maserati fez o melhor tempo com 1m30s175.

Em relação às punições, Buemi e Rowland tiveram algumas voltas canceladas por conta de limites de pista. Sérgio Sette Câmara chegou a ter três de suas voltas deletadas pela direção de prova, mas não afetou a sua melhor volta e com isso ele conseguiu avançar para os duelos.

Na fase de duelos, Fenestraz venceu o Ticktum, Nato bateu o tempo de Evans, Hughes superou o Mortara, até que ao chegar no duelo de Günther com Sérgio Sette Câmara, uma polêmica foi gerada.

O brasileiro fez a volta mais rápida e chegou a ser confirmado para as semifinais, porém, a direção de prova passou a investigar Sette Câmara por erro de conduta nos procedimentos antes de fazer a sua volta.

Após alguns minutos de espera, foi confirmado que ele teve a sua volta deletada, porque apesar de ter respeitado a sinalização de luz na saída para a pista, Sérgio não respeitou a marcação no chão que delimita onde ele pode ficar antes da abertura do sinal de entrada na pista. Com isso, Günther avançou para as semifinais.

Nos duelos de semifinais, os dois pilotos da Nissan se enfrentaram e Sacha Fenestraz levou a melhor e quebrou recorde, ao fazer a volta mais rápida da Fórmula E em Mônaco com o tempo de 1m28s773.

Depois a disputa foi entre Max Günther e Jake Hughes, onde o piloto da McLaren dominou o primeiro e segundo setor da pista, o que fez toda a diferença para ele avançar para a etapa final contra o Sacha Fenestraz.

Na decisão da pole position, os dois novatos da temporada se enfrentaram e apesar do começo extremamente disputado entre os dois, Hughes acabou errando na chicane após a saída do túnel, o que garantiu uma ampla vantagem para Fenestraz, que ficou com a pole em um primeiro instante, porque uma investigação foi aberta em cima de Fenestraz devido a uma infração técnica e em cima de Hughes por limites de pista.

No fim, Sacha perdeu a pole position para Jake Hughes por uso indevido de energia. Segundo a direção de prova, o piloto da Nissan usou mais do que os 350kW que são permitidos na classificação.

UMA CORRIDA AGITADA

Na largada, o pole position Jake Hughes conseguiu se manter na liderança, mesmo com a pressão sofrida inicialmente por Fenestraz e Nato que vinham logo atrás.

Na segunda volta, Oliver Rowland conseguiu fazer uma escalada de pelotão impressionante, saindo da 13º colocação para ficar em sexto lugar.

Na volta 4, Nick Cassidy teve que focar no gerenciamento de energia e acabou caindo algumas posições, passando a brigar pelo P9 com Jake Dennis e Pascal Wehrlein. Contudo, Cassidy começou a sua escalada para o topo de maneira rápida e após algumas brigas de posição na subida da Sainte Dévote e também na curva Hairpin, ele ultrapassou um a um até chegar na segunda posição da corrida, onde começou a disputar a liderança da prova com Mitch Evans.

Fenestraz e Hughes tentaram reagir pegando o Modo Ataque com o objetivo de se estabelecer entre os três primeiros, porém, o ritmo de Dennis, Cassidy e Evans era maior e por mais que conseguissem brigar por posições, os dois novatos não conseguiam se manter na frente por muito tempo já que precisavam cuidar da regeneração de energia.

Assim que Cassidy assumiu a liderança da prova, as confusões começaram a acontecer.

Dan Ticktum que largou na quinta posição, lutou de igual para igual com os carros que possuem um trem de força superior ao da NIO. Destemido, o britânico foi para cima de qualquer um que atravessasse o seu caminho. A consequência foi uma pequena colisão que ele teve com Norman Nato em uma disputa de posição, além de um toque que ele deu no carro de Max Günther ao fechar a passagem em uma situação semelhante, o que fez com que o piloto alemão não pudesse prosseguir na prova.

Ambas as situações foram entendidas como um lance de corrida e Ticktum não recebeu punição.

Logo em seguida, Oliver Rowland sofreu uma colisão na saída do túnel e também precisou abandonar a prova, o que gerou um safety car. A essa altura a prova estava entrando na volta de número 24.

Com Cassidy firme na liderança e resistindo a pressão de Mitch Evans, era aguardado que a direção de prova colocasse algumas voltas adicionais, porém, a esperança acabou quando Sam Bird – que foi bastante criticado por sua conduta dentro de pista – bateu no carro de Nico Müller na curva 1, o tirando da corrida. Quando tudo aconteceu, o piloto da ABT havia acabado de conseguir ficar entre os 10 primeiros colocados.

Faltando pouco para o encerramento da etapa, Scot Elkins, diretor de prova da Fórmula E, informou que voltas extras não seriam acrescidas. Deste modo, o E-Prix de Mônaco terminou com um safety car na pista e mesmo com um final anticlímax, a corrida entregou muitas disputas. Segundo dados oficiais da Fórmula E, ao todo foram 116 ultrapassagens nas 29 voltas realizadas no principado.

“Ainda há um longo caminho a percorrer e o Mitch mostrou hoje o quão incrivelmente forte ele é. Vai ser disputado até o fim, mas agora eu só quero aproveitar o fato de termos vencido em Mônaco”, disse Cassidy em entrevista após a corrida.

Mitch Evans, que ficou em segundo lugar, falou do gosto amargo de não ter vencido, já que subiu ao pódio por três vezes consecutivas em Mônaco, mas em nenhuma delas foi no degrau mais alto.

“Eu gostaria de poder reviver alguns momentos da corrida. Nick me ultrapassou na hora certa e com uma boa manobra na curva 1. Também sofri um dano na asa em uma disputa, o que acabou me afetando um pouco. A exigência de energia no final foi muito alta para eu poder brigar”, comentou o piloto da Jaguar.

Vale destacar o desempenho da dupla da DS Penske, que após largarem do fundo do grid, conseguiram escalar muitas posições e terminaram com os dois carros dentro do top 10. Vergne que largou de P22 terminou em P7 e Vandoorne que largou de P21 terminou em P9.

Com a vitória conquistada em Mônaco, Nick Cassidy chega aos 121 pontos, abrindo 20 de vantagem em relação a Pascal Wehrlein. O bom desempenho também afetou a sua equipe, já que a Envision assumiu a liderança do campeonato de equipes da Fórmula E com 182 pontos.

Após a corrida, Sam Bird sofreu penalidade de 5 segundos por conta de sua colisão com Nico Müller. Bird, que havia terminado a corrida dentro dos pontos ao ficar em P10, caiu para P16 e todos os pilotos que estavam anteriormente do P11 ao P16 subiram uma posição. Com isso, Pascal Wehrlein terminou dentro dos pontos ao ficar em décimo lugar.

A Mahindra informou que Oliver Rowland acabou machucando a mão após a colisão sofrida por ele na volta 23. O piloto foi atendido e levado ao hospital para fazer um raio-X. Felizmente não foi detectado nenhuma fratura na região, apenas hematomas e inchaços, por isso, ele deve ter uma rápida recuperação.

A próxima etapa da Fórmula E será o E-Prix de Jacarta, rodada dupla que acontece nos dias 3 e 4 de junho.

Assista aos melhores momentos da prova no vídeo acima

Escrito por Sonia Cury

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