Rafael Pimenta Vieira
Aleix Espargaró pilota pela Aprilia na MotoGP desde 2017. Desse modo, o espanhol acabou se tornando uma espécie de “capitão” do time italiano. O seu feedback, inclusive, foi decisivo para o desenvolvimento do RS-GP da equipe em 2020, tendo impacto até os dias atuais. No entanto, em 2021, Maverick Viñales, piloto com características bem diferentes de Espargaró, se juntou a marca.
O motociclista de 28 anos havia ficado anos na Suzuki e Yamaha, passando por algumas dificuldades para se adaptar ao motor V4 que apresenta linhas bem diferentes. Assim, o mais novo espanhol da Aprilia demorou algum tempo para se tornar competitivo.
Após um ano, Viñales conseguiu conquistar os seus primeiros pódios. Em 2023, ele começou a temporada com um segundo lugar na estreia em Portugal. Além disso, mais recentemente, em Silverstone, o automobilista chegou em terceiro no sprint. Já no Grande Prêmio, ele ficou com a quinta posição.
Agora, o espanhol reflete sobre a moto da Aprilia e destaca que ela foi feita para um piloto com um estilo de pilotagem determinado.
“O fato é que a moto é construída para um piloto, para um estilo de pilotagem. Tentamos adaptar a moto ao meu estilo de pilotagem. Às vezes é por isso que temos que correr riscos [no acerto]. Temos que entender o que é bom para mim, como eu dirijo. Esse é o caminho”, disse o piloto espanhol.
Mesmo com as dificuldades, Viñales sente que está em um bom lugar
O piloto espanhol de 28 anos ainda deixou claro, que no momento, a sua moto é diferente da pilotada por Espargaró.
“Neste momento as nossas motos são diferentes. O Aleix exige uma coisa, o meu estilo de pilotagem outra. Exploramos áreas que a Aprilia nunca fez. Às vezes pode acontecer de seis voltas antes do final da corrida não tenhamos mais nenhum pneu”, salientou o ex-campeão mundial da Moto 3.
Isso, inclusive, foi exatamente o que ocorreu com ele em Silverstone. Na ocasião, ele foi incapaz de lutar pela vitória no fim da corrida, enquanto seu companheiro garantiu a segunda vitória da Aprilia na MotoGP. Contudo, Viñales permaneceu em sua moto até o fim da corrida.
“Gosto de sentir que posso lutar pela vitória. Vou levar isso comigo para construir em casa e voltar mais forte”, afirma o piloto.
Vale observar que a antiga equipe do piloto, a Yamaha, está longe dos seus melhores dias na categoria. Além disso, ele também se sente muito mais confortável e em melhores mãos com a Aprilia. Isso sem mencionar que ele voltou a trabalhar com José Manuel Cazeaux, seu chefe de equipe na época de Suzuki.
“Estou em um bom lugar. É bom que eu esteja mentalmente no ataque. Isso é fantástico, porque em outros momentos eu estava muito calmo e esperei. Agora estou tentando atacar. Tenho que ultrapassar. Estou tentando fazer o meu melhor a cada volta. Temos que continuar trabalhando. Para ser honesto, começar a segunda metade da temporada assim é fantástico”, finalizou Viñales.
