Rafael Pimenta Vieira
A Nascar se juntou a vários outros órgãos esportivos do EUA ao anunciar o seu apoio ao mês do orgulho LGBTQIA+. Desse modo, a categoria do automobilismo norte-americano alterou o seu logotipo nas redes sociais para comemorar a causa. No entanto, as opiniões se dividiram e algumas das pessoas simplesmente não gostaram do que viram.
Ao mesmo tempo que uma parte das pessoas apoiaram a mudança, outras expressaram a sua oposição. Algumas até chegaram a ameaçar um boicote ao esporte por completo.
“Celebramos a comunidade LGBTQ+ durante o #PrideMonth e além”, twittou a conta oficial da NASCAR.
Opiniões divididas sobre a homenagem da Nascar
Como já dito, o post gerou indignação por parte de algumas pessoas. Dessa forma, elas se aglomeraram na seção de comentários para criticar a organização das corridas.
Em resposta, um homem disse: “Sim, chega de NASCAR para mim!”. Outro acrescentou: “Bloqueando @NASCAR. Tchau”. Um terceiro comentou: “E assim vamos comemorar não ter mais nada a ver com você”. Pouco tempo depois a hashtag #BoycottNASCAR começou a ser uma tendência no twitter.
No entanto, nem todo mundo foi contra o apoio da Nascar à comunidade LGBTQIA+. Assim, o membro do Congresso, Ted Lieu, twittou: “Obrigado @NASCAR por mostrar que na América valorizamos a liberdade e deixamos os americanos serem quem são. Feliz Mês do Orgulho!”.
Uma segunda pessoa entrou na conversa, salientando: “Hoje eu aprendi que a NASCAR celebra o Orgulho. Eu me pergunto se os conservadores vão boicotá-los também? E a NFL? Papa John’s? E Miller, Coors e Budweiser? O que vocês vão mesmo fazer? O que vão fazer nos fins de semana se vocês continuam por este caminho?”.
No ano passado, a Nascar lançou uma linha de produtos de edição limitada para comemorar o mês do orgulho LGBTQIA+. Assim, as camisetas arco-íris pró LGBTQIA+ tinham os termos “Yaaascar” e “Love Wins” estampados no peito.
Piloto gay fala sobre as dificuldades de se assumir dentro do esporte
Zach Herrin é um dos únicos pilotos abertamente gays de todo o esporte. Recentemente, ele falou sobre as suas experiências ao se assumir dentro da comunidade do automobilismo.
“Eu tinha essa parte da minha identidade que estava apenas empurrando para o lado. A indústria do automobilismo pode ser bastante unilateral às vezes, não muito receptiva a todos os tópicos de gênero, religião, sexualidade, seja o que for. É basicamente, ‘É isso, isso é o que o automobilismo é e o que deveria ser. Se você não se encaixa, saia’. [Sair do armário] acabou me levando a me afastar de tudo o que havíamos trabalhado. Eu me senti mais feliz ao tomar essa decisão. Pude me assumir para minha família e amigos. E durante esse período, fui capaz de desenvolver essa parte da minha identidade, tentando me expressar e como quero ser visto no mundo de hoje como um homem gay”, disse o piloto em entrevista.
