A temporada de 2024 do Campeonato Mundial de Rally (WRC) começou com a etapa de abertura em Monte Carlo, que será finalizada neste domingo (28). Duas das equipes da competição utilizam freios da marca Brembo: Ford M-Sport e Hyundai Motorsport. Além disso, a fabricante também fornece equipamentos para os modelos Ford Puma e Hyundai i20.
Os sistemas de travamento da Brembo são desenvolvidos e produzidos em Stezzano, na província italiana de Bérgamo. Os pilotos do WRC Adrien Fourmaux e Grégoire Munster utilizam freios da empresa pela Ford, enquanto Thierry Neuville, Ott Tanak, Andreas Mikkelsen, Esapekka Lappi e Dani Sordo trabalham com a fornecedora pela Hyundai.
A versão online do tradicional jornal italiano La Gazzetta dello Sport detalhou o funcionamento do sistema de frenagem da Brembo presente no WRC. “Fornecimento completo, incluindo disco em ferro fundido, pinças, bombas e pedais em alumínio”, escreveu o portal.
A empresa italiana de freios automotivos reforçou a relação que possui com as duas equipes sobre troca de dados e o tratamento aos clientes. “A Brembo costuma recebê-los quando há um problema ou quando uma equipe está a testar algo novo para o qual há necessidade de feedback detalhado sobre o componente que estão utilizando [os freios]. Por isso é solicitada uma série de dados de telemetria para análise posterior, em primeiro lugar sobre os valores relativos às temperaturas”, disse um porta-voz da fabricante de Bérgamo.
Freios são ajustados corrida a corrida no WRC
A Gazzetta complementou mais características dos freios utilizados no Campeonato Mundial de Rally. Quanto aos discos de ferro fundido que são utilizados em corridas de asfalto, como nas etapas de Monte Carlo, Croácia, Europa Central e Japão, a Brembo oferece pacotes de 370 mm na dianteira, com espessuras de 30 mm ou 32 mm, enquanto na traseira a escolha é 355 mm com espessura de 30.
Conforme dados da Brembo, o sistema de frenagem nos testes no inverno em Mônaco são menos exigentes do que em temperaturas mais elevadas, como no Japão.
“Por este motivo, um ajuste correto a ser realizado corrida a corrida, principalmente no que diz respeito aos diâmetros, pode ser fundamental. O mesmo vale para provas em terra, sendo o diâmetro dos discos de 300 mm, contra uma espessura de 25,4”, detalhou o site.
A fabricante de freios para o WRC finalizou o seu relatório sobre o que é necessário para um bom desempenho nos ralis. De acordo com a Brembo, o equipamento deve permanecer em uma faixa inferior a 180°, temperatura que deve ser medida o mais próximo possível dos pistões e, portanto, para o fluido de freio.
“No que diz respeito aos discos, a faixa ideal é de 450° a 600°. Sobre as pastilhas, existem várias soluções. Se você adotar uma pastilha muito agressiva e com muita mordida inicial, mas que aqueça os freios um pouco muito, após a primeira travagem eficaz corre o risco de ficar com um pedal que começa a ficar esponjoso. O sistema sobreaquece e acaba por ‘perder’ as travas. Caso contrário, como sempre, procura-se o equilíbrio certo, melhorando a aderência, ou seja, a agressividade inicial”, concluiu a Brembo.