Ricardo Zonta e a equipe Shell-RCM mostraram grande resiliência para terminar nos pontos a primeira corrida da história da nova Stock Car. Depois de classificar o novo SUV #10 em segundo lugar no grid, Zonta teve falha no turbo na volta de apresentação. Ele então foi obrigado a resetar seu carro na volta inicial, caiu para o fundo do pelotão e passou os 50 minutos seguintes recuperando terreno. Colocou o bólido patrocinado pela Shell em 13º em Interlagos, anotando seus primeiros três tentos na temporada.
O incidente antes da largada foi um tropeço desanimador para o ex-F1, depois de um início de ano promissor com boa performance de sua máquina nos treinos livres e no quali, num fim de semana marcado por diversas quebras dos novíssimos carros da categoria.
Até por conta disso a programação da etapa inaugural em Interlagos foi bastante adaptada. Não houve push-to-pass nem asa móvel. Não houve a corrida 1. E a prova que aconteceu valeu apenas 15 pontos para o vencedor, com decréscimo de um tento por posição até o 15º lugar.

A meta era minimizar o prejuízo de competidores cujos carros receberam a peças com atraso e tiveram comprometido o trabalho de montagem, inviabilizando uma competição com isonomia.
Foi justamente este o caso de Gianluca Petecof. O piloto do carro #101 da equipe Car Racing KTF nunca teve equipamento viável em Interlagos. Não classificou seu carro no sábado, não andou no warmup e foi lento o tempo todo em que esteve na pista no domingo.
Quando foi apagada a luz vermelha, Zonta não largou e foi engolido pelo pelotão, mas seguiu na pista e veio recuperando um pouco por volta. Era 25º com 15 minutos de prova, quando foi acionado o carro de segurança.
Já Gianluca Petecof, lento desde o início, era 28º e permanecia na pista apenas para acumular quilometragem e testar o equipamento.
A relargada aconteceu na abertura da volta 12, com 30 minutos restantes na prova. Zonta era 26º, uma posição à frente de Gianluca.
Com a prova se aproximando do minuto 30, alguns carros começaram a se retirar por problemas diversos. A dupla da Shell seguia na pista, com Gianluca bem mais lento que Zonta, mas ainda com o carro #101 andando por meios próprios.
O competidor da Shell-RCM era 19º na volta 18, enquanto Petecof era 24.
Faltando 15 minutos para a abertura da volta final, Zonta era 18º, a três posições da zona de pontuação. Petecof vinha em 22º.
A oito voltas do fim, com pouco menos de dez minutos na contagem regressiva, Zonta havia ultrapassado o carro #95 para ser 17º e tinha à sua frente um oponente que havia sido punido com 5s de acréscimo de tempo, de modo que faltava apenas uma posição na escalada para pontuar. E a ultrapassagem sobre Átila Abreu veio na volta 25. Então dois carros à sua frente fizeram contato na tomada do Laranjinha, com Zonta avançando a 15º justamente passando o carro que teria acréscimo de tempo (#73). Depois ele superou também o #38, para ser 14º.
Zonta pisou fundo até o final, anotou sua melhor volta da prova na penúltima passagem, mostrando mais uma vez que teria sido candidato à vitória não fosse a falha do novo SUV da Stock Car no início. O #10 recebeu a bandeirada em 13º, favorecido por um carro parado na subida do Café na volta final. Já Petecof retirou seu carro no fim.
Já na F4 Brasil a maior patrocinadora do esporte a motor no mundo comemorou sua primeira vitória no ano. Ethan Nobels largou em segundo lugar e pressionou seu concorrente até este abusar da trajetória na segunda perna do S do Senna e rodar após invevitável contato entre os carros. Ethan seguiu com sua trajetória limpa, assumiu a liderança, controlou o pelotão com tranquilidade na relargada e conduziu até a bandeirada, para vencer pela manhã.
A jornada da F4 marcou também a estreia de Christian Helou como representante da marca, com o estreante fechando a corrida em 11º depois de passar a prova quase toda no top10.
Em Miami, a programação da F1 Academy previa a realização da segunda bateria da etapa, que integra o evento suporte do GP de Fórmula 1. A representante da Shell, Aurelia Nobels, largaria da quinta posição após a penalização de uma concorrente por um incidente ocorrido na primeira corrida do fim de semana. No entanto, uma forte chuva, iniciada ainda na volta de formação do grid, obrigou o cancelamento da prova. A organização optou por adicionar essa corrida ao cronograma da próxima etapa, no Canadá, sem alterações no calendário oficial da categoria.
A Stock Car tem sua segunda etapa marcada para Cascavel, nos dias 24 e 25 de maio. A F4 Brasil realiza seu próximo evento no último fim de semana de junho, no Velocitta. E a F1 Academy promove sua quarta etapa em Montreal, de 13 a 15 de junho.
O que eles disseram:
“O carro estava muito constante, mas tivemos um problema no turbo e caímos para última colocação, sendo necessário resetar o carro. Quando voltamos, a ideia seria ganhar posições, mas precisei focar em cuidar do desgaste dos pneus e torcendo para um safety car durante a corrida. Estava sendo muito complicado ultrapassar nas retas porque os carros na minha frente estavam num pace muito bom. Está foi uma corrida mais para conhecer o carro, mas foi uma pena porque tínhamos potencial para brigar pelo pódio.”
Ricardo Zonta
“Não era o jeito que gostaríamos de começar o ano. Claro que é um projeto novo e vão ter problemas, mas fui o único carro que não fez voltas na classificação e nem no warmup, além de já ter tido uma quebra no início da corrida. Praticamente ficamos o final de semana inteiro sem conseguir andar. Tiveram carros que também tiveram problemas, mas conseguiram se recuperar, ao contrário do meu. O lado positivo que tiramos é que sabemos que temos um chassi competitivo, mas precisamos que o motor funcione para conseguir competir. Apesar de tudo, estou confiante que para a próxima etapa vamos conseguir solucionar todos os problemas e vir fortes”
Gianluca Petecof
“Foi um final de semana muito bom, fomos evoluindo aos poucos e trabalhamos muito, mesmo tendo uma boa performance, sempre podemos evoluir um pouco mais. Estou muito feliz com o nosso resultado, nossa estratégia era ganhar hoje, o que conseguimos. Somos líderes do campeonato e marcamos bons pontos e agora o foco é manter dessa forma e nos manter na liderança.”
Ethan Nobels
“Eu estou muito grato por estar representando uma empresa tão renomada quanto a Shell na F4 Brasil. É a minha primeira experiência oficial na categoria e acredito foi bom, mas temos muito para evoluir e vamos trabalhar nos pontos que precisamos. Nosso objetivo é lutar por pontos e andar na frente. Sei que estou numa equipe muito competente, que é uma das melhores na categoria e sei que todos estão focados em evoluir. A Bassani é uma equipe que eu respeito muito e para mim é uma honra defender esse time”
Christian Helou
“Fizemos uma grande corrida no sábado e foi ótimo voltar a brigar pelas primeiras posições. Infelizmente, perdemos o pódio nas três voltas finais, mas seguimos muito satisfeitos com o desempenho, principalmente porque tínhamos um ritmo forte! Agora é seguir trabalhando para manter essa mesma boa performance na próxima etapa.”
Aurelia Nobels
