Sonia Cury
Em um domingo repleto de emoção em Interlagos, a equipe W2 Pro GP ocupou os dois lugares mais altos do pódio com Osman e Lappena em primeiro, com Reis e Barrio ocupando a segunda posição. Na etapa anterior, disputada em Termas de Río Hondo, o time conquistou a vitória na prova de Endurance com Raphael Reis e Jorge Barrio.
A trajetória da W2 dentro do TCR South America é regada de boas histórias. Além de terem sido a primeira equipe da história a ganhar na categoria com a presença de Pepe Oriola em Interlagos em 2021, após o resultado obtido na capital paulista em 2023, a W2 se tornou a primeira equipe a vencer no TCR Brasil e ainda com dobradinha. O feito também marcou a primeira vitória da CUPRA em São Paulo, já que em 2022 conseguiram a pole, mas perderam a corrida.
“A gente já chegou com muita expectativa para a primeira corrida do TCR Brasil depois da primeira perna na Argentina. E a gente conseguiu concretizar o que esperávamos com a vitória do Galid e a dobradinha com o Raphinha em segundo. Foi muito importante. O Raphinha estava pesado. A gente sabia que ia ser difícil, mas a gente conseguiu concretizar. Estamos muito felizes, com a sensação de dever cumprido. Agora vou começar a pensar na próxima, porque agora a gente volta para o Uruguai e para a Argentina”, disse Duda Pamplona.
Serafin Jr. também exaltou o desempenho de sua equipe e demonstrou estar muito orgulhoso de tudo o que conseguiram conquistar ao longo do final de semana.
“A gente tinha uma expectativa muito grande, principalmente para o Galid, que estava sem lastro. A gente sabia que ele ia andar muito bem. Focamos em fazer um carro bom de corrida porque, principalmente no caso do Raphinha e do Jorgito, a gente sabia que não tínhamos potencial para brigar pela pole. Então trabalhamos para tentar um melhor resultado na prova. A gente não esperava que viesse um segundo lugar e foi perfeito. Foi a primeira vitória do Galid, nossa primeira vitória com o CUPRA em Interlagos, e a primeira vitória do TCR Brasil com uma dobradinha fenomenal”, disse.
Primeiro a entrar na pista pelo carro #28, Galid Osman conseguiu administrar bem os pneus no começo da prova e em um determinado momento chegou a abrir 7 décimos de vantagem por volta em relação a Juan Ángel Rosso da Paladini Racing, que ocupava a segunda posição até a metade da prova.
Dentro do box da W2, que celebrava a conquista de seus pilotos, Galid falou diversas vezes do quão feliz estava pelo resultado e exaltou a boa segunda parte da prova que foi feita por Lapenna.
“Primeira vitória no ano depois de quatro etapas da TCR. Eu sabia que a adaptação estava sendo muito boa, mas talvez faltasse conhecer um pouco mais o carro para a gente chegar na vitória. Na última etapa em Río Hondo, a gente teve um pouco de falta de sorte, mas hoje deu tudo certo. Consegui fazer um ótimo primeiro stint e depois o Felipe fez um ótimo trabalho administrando o carro, colocou bons pneus e não cometeu nenhum erro. Eu acho que foi uma virada de chave pra gente disputar o título, porque os líderes do campeonato não pontuaram. Eu estou animado e confiante para as próximas etapas”, disse.
Durante a segunda parte da prova, Galid teve que acompanhar apreensivo dos boxes o stint de Felipe, sendo que seu companheiro chegou a ser pressionado por Vivaqua nas últimas voltas e com Fábio Casagrande rodando no finalzinho da prova, o medo de que um safety car entrasse na pista tomou conta.
“Realmente o relógio passa mais devagar para a gente quando estamos no box. O meu maior medo era de ter um safety car, porque juntaria todo mundo e toda a vantagem que eu tinha conquistado no primeiro stint seria perdido, com isso, a corrida poderia ficar mais complicada. Mas deu tudo certo e a gente conquistou a vitória.”
Com um triunfo válido tanto pelo TCR South America quando o TCR Brasil, Felipe Lapenna contou como foi para ele encarar o desafio de assumir o carro #28 na segunda parte da prova. Enrolado na bandeira do Brasil em meio às celebrações do time, Felipe elogiou a W2 e disse que pretende participar de uma temporada completa do campeonato sul-americano no próximo ano.
“Eu quero agradecer ao Galid pelo convite e toda a equipe W2 que é excelente e é por isso que eles estão no topo. O Galid fez uma corrida incrível, com um ritmo muito forte no início e abriu uma vantagem de 3.7 segundos quando me entregou o carro. Depois para mim foi só manter a distância em relação ao segundo colocado. Eles iam me informando se o cara chegava ou não e eu vim controlando o carro. Mas deu certo, o carro chegou inteiro e o ritmo era muito bom. E ganhar em Interlagos, é ganhar em Interlagos. Espero que no próximo ano eu consiga correr o campeonato inteiro da TCR, porque eu gostei bastante do carro”, contou Lapenna.
Ainda falando sobre o carro do TCR, Felipe disse que sentiu a diferença ao pilotar um carro um tração dianteira, após estar acostumado com o carro de tração traseira da Stock.
“Eu nunca tinha andado de tração dianteira e é muito diferente. Eu ainda acho que eu tenho que aprender algumas manhas. Às vezes, você acha que tá rápido e não é daquele jeito, tem que ter uma guiada diferente. Até o Galid ainda tá se adaptando, então, é totalmente diferente mesmo. Mas o carro é muito gostoso, ele praticamente vira quase igual a Stock Car. Eu adorei. Confesso que eu esperava menos, mas o carro é fantástico de guiar”, disse.
No outro lado do box, a dupla do carro #77 formada por Raphael Reis e Jorge Barrio – que ficou com o segundo lugar da prova após o carro #70 de Nunes e Vivaqua ser punido por uma infração durante o pit-stop -, destacou a importância do resultado para a equipe, principalmente, em relação a confiança para o andamento do campeonato.
“Foi um domingo excelente. Nos treinos a gente focou bastante no desgaste dos pneus, porque a gente sabia que seria determinante na corrida longa. Meio-dia em Interlagos o asfalto fica com muitos pontos onde a tração fica complicada. Mas a gente se preocupou com isso e colhemos o resultado desse trabalho. O Barrio é um ótimo parceiro que fez uma corrida excelente. Ganhamos em Termas e aqui ficamos em segundo. Agora é só festejar e que seja mais um passo para a gente retomar a disputa pela frente do campeonato e disputar o título”, destacou Reis.
Rivais diretos na briga pelo campeonato, Bernardo Llaver e Ignacio Montenegro não conseguiram um bom resultado na prova de Endurance em São Paulo. Quando perguntado sobre isso, Raphael Reis apenas comentou que por ser um campeonato longo, é esperado que em algum momento um problema aconteça.
“A gente teve problemas em Rosario e sabíamos que em algum momento aconteceria alguma adversidade com os nossos concorrentes. É saber jogar com isso, é um campeonato longo. Mas hoje foi um excelente dia para nós.”
Parceiro de Raphael Reis no carro #77, o argentino Jorge Barrio comentou sobre o resultado positivo da dupla em Interlagos, ainda mais após terem conseguido vencer em Termas de Río Hondo.
“Foi um final de semana positivo. Largamos de sexto lugar e o Raphael fez uma excelente primeira stint e me entregou o carro nas melhores condições e o carro performou muito bem. na prova eu defendi muito a minha posição, tentaram diminuir a distância, mas eu me mantive firme até a última volta e com a punição recebida pelo Nunes e o Vivaqua, subimos para o segundo lugar”, disse.
A etapa em São Paulo, marcou a primeira vez do argentino pilotando na pista de Interlagos e quando perguntado sobre as impressões dele em relação a pista, Barrio não poupou elogios para esse que é um dos traçados mais famosos do automobilismo mundial.
“Interlagos é uma pista muito bonita e é considerada uma das melhores da Fórmula 1 e isso não é à toa. É uma pista que tem subidas e descidas, trechos largos e mais estreitos. É impressionante um autódromo com tantos níveis diferentes. Tem trechos de frenagens fortes, curvas rápidas. É uma pista muito completa”, afirmou.
A próxima etapa do TCR South America acontece no dia 23 de julho e será disputada na pista Uruguaia de Rivera.
