Uma simples frase que apareceu em uma declaração da Ferrari após a equipe vencedora das 24 Horas de Le Mans perder para a Toyota em Monza pode ser uma referência bem clara ao Balanço de Desempenho que entrou em vigor nas 6 Horas de Monza. Além disso, o comunicado também disse que após a vitória em Le Mans, a equipe italiana “esperava lutar nas mesmas condições da prova francesa”.
Desse modo, a Ferrari comentou sobre uma “limitação imposta” em seu Hypercar 499p que diminuiu devido a estratégia da equipe e trabalho dos pilotos. Inclusive, vale mencionar que o termo BoP não apareceu em nenhum momento, já que fabricantes, equipes e pilotos não podem falar sobre isso no regulamento do WEC.
A equipe italiana também não se comunicou de outra forma após ficar em segundo na prova de Monza com Antonio Fuoco, Nicklas Nielsen e Miguel Molina. O time, inclusive, tem o costume de colocar uma figura de destaque da equipe para conversar com a mídia, mas não foi esse o caso. Além disso, os vencedores de Le Mans, Antonio Giovinazzi, Alessandro Pier Guidi e James Calado ficaram apenas em quinto lugar.
Tudo isso indica que a Ferrari acredita não ter tido uma chance justa nessa prova após as mudanças de BoP. Assim, o carro 499P teve um aumento de peso mínimo de 5kg, além de uma redução na potência de 16kW. Por outro lado, as revisões antes de Le Mans que atrelaram a Toyota foram feitas fora do sistema.
Apesar disso, a “desvantagem” da Ferarri não ficou tão evidente durante o fim de semana. Na classificação, Fuoco ficou apenas alguns centésimos atrás do Toyota GR010 HYBRID. Já na volta mais rápida ficaram somente seis centésimos atrás da rival. Além disso, a equipe italiana ficou apenas 16s atrás dos vencedores.
Pneus podem ter feito diferença entre Ferrari e Toyota
Para Pascal Vasselon, o diretor técnico da Toyota Gazoo Racing Europe, a vantagem de sua equipe veio da forma como cuidaram dos pneus durante uma passagem dupla.
“Matamos a oposição no segundo stint – no gerenciamento de pneus. Foi aí que criamos uma grande, grande lacuna”, disse Vasselon.
Além disso, os vencedores da prova usaram o Michelin de composto duro antes de mudar para o meio no stint final. Já a Ferrari rodou no meio, mas misturou no duro para um lado do carro ou em uma curva em diferentes momentos da corrida.
Por fim, vale lembrar que a Ferrari número 51 cruzou a linha de chegada no quinto lugar. No entanto, ela desceu para a sexta posição na classificação final por uma infração de direção de Giovinazzi e depois voltou ao quinto lugar quando o Toyota número 8 também sofreu penalização.