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Peugeot comemora participação no WEC: “Bilhete da Fórmula 1 é muito caro”

Chefe da fabricante francesa explica o que motivou a volta ao Mundial de Endurance

Peugeot
Divulgação/ Twitter Peugeot Sport

Não há dúvidas de que o WEC vive um dos melhores momentos. Desse modo, o Campeonato Mundial de Endurance da FIA apresenta marcas de renome mundial como protagonistas. Uma dessas marcas é a Peugeot, que completará um ano do seu retorno à categoria nas seis horas de Monza.

O sucesso da categoria acontece devido a inúmeros fatores, como o regulamento técnico não prescritivo, que oferece muitas possibilidades de experimentação, os custos mais baixos e o aumento da audiência na TV.

Assim, a principal administradora da Peugeot foi entrevistada pelo site Formula Passion e explicou os pontos fortes do WEC de uma perspectiva interna.

WEC apresenta uma sustentabilidade econômica

O automobilismo é indiscutivelmente caro. Assim, se a organização consegue conter custos ou até mesmo equilibrá-los com um retorno adequado, a competição será um sucesso. E é nisso que Linda Jackson, CEO da Peugeot, acredita.

“Tudo o que fazemos, desde uma sala de exposições até uma corrida, parte de um estudo de negócios.  Deve haver um retorno sobre o investimento. Queremos dar à equipe os recursos para ser eficaz, mas todo programa deve ser financeiramente viável. Acreditamos que correr no WEC vale a pena, caso contrário não estaríamos fazendo isso”, disse Jackson.

Além disso, a CEO da Peugeot salientou que a marca não pretende investir na Fórmula 1 por causa do seu alto custo.

“O custo da passagem para entrar na Fórmula 1 não é compatível com o retorno econômico. Você tem que fazer alguns investimentos enormes. A Fórmula 1 é muito interessante para o público, mas também muito cara para entrar. De nossa parte, precisamos ver onde há o melhor equilíbrio entre o que queremos investir em um programa e o retorno que vem dele”, completou a chefe da marca francesa.

As suas palavras se somam as de Jean-Marc Finot, vice-presidente sênior da Stellantis Motorsport.

“Nossa estrutura do departamento de automobilismo não é capaz de suportar um programa de Fórmula 1. Em Le Mans, a equipe varia de acordo com o fabricante, mas tem cerca de 300 funcionários. Já na Fórmula 1, são necessários mais de 1000 para ter alguma esperança de vitória. Além disso, do ponto de vista de marketing, correr na Fórmula 1 não é uma grande vantagem em relação ao WEC. O automobilismo é uma ferramenta de marketing e como todas as outras deve ser eficiente”, disse Finot.

Plataforma de marketing para a Peugeot

Segundo Linda Jackson, o seu compromisso com a WEC apresenta um retorno tecnológico e econômico para a Peugeot. Isso só melhora com o aumento da notoriedade da marca pelo mundo.

“Vamos pegar Le Mans como exemplo. É um grande evento para nós e nos permite trabalhar com nossa rede de concessionárias. Mais uma vez, é negócio: recebemos encomendas, vendemos e, em geral, ajudamos e motivamos as nossas concessionárias, ou pelo menos os franceses. Este é mais um retorno do investimento”, comentou Jackson.

Além disso, vale lembrar que a organização da competição é da responsabilidade da FIA e da ACO, sendo que esta última é de origem francesa. No entanto, isso não ajudou no retorno da Peugeot.

“O fato de o WEC interessar à Peugeot não se deve aos seus laços com a França, mas justamente ao seu caráter global, como a nossa marca. Ter Le Mans no calendário é um valor agregado, mas não é o principal motivo de estarmos aqui”, completou a CEO.

Os três motivos que justificam o retorno da Peugeot

A CEO da Peugeot também disse de modo resumido os três principais pontos para a empresa retornar ao WEC.

“O WEC é um laboratório tecnológico. Isso não diz respeito apenas ao híbrido, mas também aos pneus, aerodinâmica, baterias, arquitetura eletrônica. Algumas dessas inovações já podem ser vistas no 508 PSE. O primeiro benefício para nossos clientes decorrente de nossos compromissos no automobilismo é a possibilidade de poder testar essas tecnologias e depois transferi-las para carros de produção”, disse Jackson, salientando a sua relevância tecnológica.

“A segunda razão pela qual corremos no WEC é atrair novos clientes. Isso aumenta a consciência da Peugeot em todo o mundo. Por exemplo, no próximo ano vamos correr em San Paolo, o que é fantástico porque é um mercado onde estamos presentes e onde queremos continuar a crescer. Em Le Mans foram mais de 300.000 espectadores, um número que mostra que ainda existe uma paixão pelo esporte motorizado. Acho que é um sinal muito bom. Além disso, andando pelos circuitos, depara-se com muitos jovens, dos quais se repete que não se interessam por carros. Le Mans mostra algo radicalmente diferente. É um ótimo sinal”, justificou a CEO.

No terceiro ponto, Jackson se deixa levar por algumas considerações mais emocionais, mas que estão entrelaçadas com a essência da marca e os valores que pretende transmitir ao seus clientes.

“A terceira razão pela qual viemos aqui está a nossa paixão. Os três valores fundamentais da Peugeot são design, excelência e emoção. Nossa ideia é que seja qual for o carro que você esteja dirigindo, seja ele híbrido, elétrico ou a hidrogênio, ainda será um prazer dirigir”, finalizou Linda Jackson.

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