Mateus Pereira
Ao final da temporada de 2022, mesmo após o anúncio controverso de sua transferência da Alpine para a Aston Martin, poucos acreditavam que Fernando Alonso pudesse retornar ao patamar dos melhores nomes da Fórmula 1 em 2023.
No entanto, aos 42 anos de idade, o piloto espanhol vivenciou um ano notável na categoria, chegando até mesmo a superar uma marca importante de Michael Schumacher.
Porém, mesmo com toda sua experiência e após um ano marcante, Alonso admite que enfrenta desafios com os carros de F1 atuais, que reintroduziram o efeito solo. Ele destaca que a faixa ideal de desempenho é tão estreita que até os pilotos mais talentosos, como ele próprio, por vezes têm dificuldade em antecipar o que esperar.
“Os carros (de hoje) são definitivamente mais difíceis de configurar e mais difíceis de entender. Fica ainda mais difícil dar informações à equipe“; destacou Alonso. “Às vezes piloto e sinto que tudo está indo bem. Mas, quando paro e olho a classificação, estou em 14º lugar. Às vezes é o contrário, o carro está difícil (de guiar), desequilibrado e estou entre os três primeiros. A configuração destes carros é muito sensível“; apontou.
O regulamento de 2022 ainda confunde Fernando, especialmente devido à exigência de manter a suspensão baixa e rígida para aproveitar o efeito solo. Atualmente, esse fenômeno é responsável por 60% da carga aerodinâmica do carro.
“Não creio que seja apenas a aerodinâmica. Acho que também é porque a suspensão é muito rígida e muito baixa. Você perde um pouco o que o carro oferece em termos de ‘feedback’ […] Acho que é uma geração de carros muito complexa“; opinou o bicampeão.
Aston Martin “reacendeu a paixão” de Fernando Alonso
Em outra entrevista recente, Alonso enalteceu o trabalho de sua atual equipe na Fórmula 1. Ele relatou o quão prazerosa está sendo sua passagem pela escuderia britânica.
“Somos uma equipe feliz e jovem. Estamos comemorando cada resultado como uma vitória. E essa energia é importante de se manter para o próximo ano“; contou Alonso.
Apesar da dificuldade para entender essa “nova era” da categoria, ao ser perguntado se a Aston Martin reacendeu algo em seu coração em relação à F1, Fernando Alonso demonstrou empolgação.
“Sim, 100%“; afirmou; “ser competitivo, sentir a velocidade novamente e chegar aos finais de semana sabendo que há uma possibilidade de pódio ou até mesmo de vitória na corrida, isso obviamente lhe dá uma abordagem e um amor muito diferente pelas coisas que você faz“; revelou Alonso.
