Octávio Almeida Jr
Os números apresentam um crescimento indiscutível da McLaren. A escuderia chefiada por Zak Brown superou Ferrari e Mercedes na primeira metade da Fórmula 1.
Entrou no período de férias como vice-líder, tanto no campeonato de pilotos como de construtores. Segundo o dirigente, a explicação é financeira.
“Tudo está dando certo. Recebemos grandes investimentos dos acionistas e patrocinadores. Temos ótimos pilotos e uma grande equipe técnica”, iniciou Brown, em entrevista concedida para o Autorsport.
“Andrea (Stella, também chefe da McLaren) usa a expressão ‘Material para o Campeonato Mundial’. Eu gostaria de afirmar que todos os departamentos que contribuem, direta ou indiretamente para o desempenho, são importantes”, acrescentou.
A McLaren tem duas vitórias na atual temporada da Fórmula 1, sendo uma delas com Lando Norris. O britânico foi o primeiro a completar todas as voltas no Grande Prêmio de Miami.
“A ambição dele por vitórias está maior. Norris sempre foi um grande piloto. Após entregarmos um bom carro, ele começou a mostrar isso”, analisou Brown.
“Ele está correndo, regularmente, na frente. Acho que as expectativas dele são maiores. Tivemos chances de vencer as últimas corridas. Isso traz mais emoção, expectativas e pressão. Mas estamos gostando”, acrescentou.
A McLaren tem 366 pontos no campeonato de construtores. A desvantagem em relação à líder e atual bicampeã, Red Bull Racing (RBR), é de 42. Conforme o dirigente, a mentalidade da empresa mudou.
“É porque agora sentimos o gosto da vitória. O segundo lugar definitivamente ainda é um grande resultado, sempre comemoramos cada pódio porque é uma grande conquista. Mas queremos vencer e sabemos que estamos em posição de vencer”, disse Brown.
“Por isso, quando terminamos em segundo por um segundo ou meio segundo, como fizemos em Ímola este ano, isso cria um pouco menos de entusiasmo”, constatou.
Brown também reconheceu erros estratégicos, por parte da McLaren. O GP da Hungria é um dos exemplos.
A equipe ordenou, várias vezes, que Lando Norris cedesse a liderança para que o companheiro de equipe, Oscar Piastri, pudesse vencer a corrida de Fórmula 1.
“Acho que alguns dos erros cometidos neste ano foram porque éramos uma equipe que não estava na frente regularmente há muito tempo. Acho que vai demorar um pouco mais para se acostumar”, observou Brown.
“Toto Wolff (chefe da equipe Mercedes) disse que, às vezes, não aprende coisas até estar no meio da guerra. E agora que estamos no meio da guerra. Estamos aprendendo algumas coisas à medida que avançamos, mas tudo bem”, finalizou.
