Bruno Bravo Duarte
Em meio a uma onda de racismo contra o jogador de futebol Vinícius Júnior, do Real Madrid, Mauro Cezar Pereira relembrou um caso de preconceito sofrido por Lewis Hamilton, na Fórmula 1. De acordo com o jornalista, em sua coluna no UOL Esportes, o crime aconteceu na Espanha, no ano de 2008.
“Quatro pessoas de perucas escuras, pintadas de preto com camisetas brancas onde se lia “Hamilton’s family”, ou seja, a família de Lewis Hamilton, piloto inglês de Fórmula 1 que se transformaria no maior campeão da categoria, com sete campeonatos. Em 2008, ele era “apenas” o rival do espanhol Fernando Alonso, que já trazia seus dois títulos mundiais no currículo. E no Grande Prêmio da Espanha os quatro assim se apresentaram. Há 15 anos!”, relembrou o comunicador.
O grupo descartou qualquer referência racista ao ser entrevistado pela imprensa britânica. Segundo a publicação de Mauro Cezar, a segurança não tomou nenhuma medida e o homem chegou a comparar a fantasia preconceituosa com o carnaval.
“Nos vestimos para celebrar o carnaval. Queríamos dar um toque de humor. Os seguranças do portão começaram a rir e nos deixaram passar”, comentou um dos torcedores, Toni Calderón.
Mauro Cézar ainda citou um outro caso de racismo envolvendo Lewis Hamilton. Segundo o jornalista, a agência de publicidade TBWA teria chamado o britânico de “mestiço”.
“O escritório da empresa em Nova York disse não saber por que o site, projetado e de propriedade de sua filial de marketing interativo na Espanha, não foi monitorado para evitar que fosse usado por racistas. O porta-voz Jeremy Miller disse que o escritório principal da TBWA não tinha conhecimento dos problemas com o local e que a responsabilidade pelo que aconteceu era parte de sua filial espanhola, relatou a reportagem de Matthew Taylor, Richard Wray e Giles Tremlett”, escreveu.
Hamilton x Alonso
O preconceito contra Lewis Hamilton está associado a temporada de 2007. Na ocasião, o inglês superou o seu companheiro Fernando Alonso, na McLaren. Enquanto o inglês era um novato, o espanhol já tinha conquistado dois títulos na categoria. Naquele ano, Lewis terminou o campeonato na segunda colocação, atrás do campeão Kimi Raikkonen, da Ferrari.
“Como Hamilton era um estreante e Alonso tinha dois títulos, muitos espanhóis que, naturalmente, por ele torciam achavam que o britânico deveria se portar como um segundo piloto, ao invés de competir com o colega de equipe, como fez. O tempo mostrou quem era (é) o melhor e segue confirmando que o racismo na Espanha é um problema antigo, que atinge o esporte e precisa ser combatido”, finalizou Mauro.
