Arthur Santos Eustachio
A Pirelli negou a alegação de Max Verstappen de que a Fórmula 1 poderia ter evitado os problemas de pneus que enfrentou no Catar, garantindo que outras séries corressem no circuito com antecedência. De fato, o Grande Prêmio regressou ao calendário este ano, iniciando um contrato de 10 anos; mas o evento foi dominado por discussões em torno de problemas inesperados nos pneus.
Depois que a Pirelli descobriu micro cortes em seus pneus após a corrida de sexta-feira, a FIA reduziu a largura da pista em 80 cm nas curvas 12 e 13 para desencorajar os pilotos de correrem largamente. Suspeita-se que as guias piramidais de 50 mm nas extremidades externas da pista em certas curvas foram responsáveis pela série de problemas de pneus encontrados.
Em meio a contínuas preocupações de segurança, a FIA anunciou antes do Grande Prêmio de domingo que iria impor períodos máximos de 18 voltas para cada competidor. Verstappen, que quer evitar a repetição dos pit stops obrigatórios, afirmou que a Fórmula 1 parecia “boba” por ser a primeira série a correr no recém-reformado Circuito Internacional de Lusail.
No entanto, o chefe de corridas de automóveis e F1 da Pirelli, Mario Isola, diz que outras categorias não teriam necessariamente sido capazes de descobrir os problemas enfrentados agora. “Cada campeonato é diferente. Por exemplo, no passado, tivemos alguns problemas com os carros GT, porque eles cortavam muito mais curvas do que os da F1. Talvez você pudesse organizar um evento internacional de GT, mas não encontra o mesmo problema”, disse.
“Portanto, não tenho certeza se organizar um evento internacional seja a forma de resolver o problema. Prefiro confiar na simulação e ver qual é o resultado da simulação. Não é perfeito, mas acredito que temos ferramentas bastante precisas. Assim, se combinarmos a simulação com testes internos e trabalharmos em conjunto com outros especialistas em outras áreas, tenho certeza que poderemos encontrar soluções”, concluiu.
Foi anunciado na semana passada que a Pirelli havia fechado um acordo com a F1 para permanecer como o único fornecedor de pneus do esporte até 2027. O fabricante italiano rechaçou a concorrência da Bridgestone para vencer o mais recente processo de concurso de pneus, garantindo também uma opção adicional de um ano para prorrogação.
Os chefes das equipes da categoria fizeram lobby coletivo para que a Pirelli permanecesse à frente da decisão final, insistindo que havia “muitos milhões de razões” para continuar.
