Mateus Pereira
A Fórmula 1 inevitavelmente cole os frutos de uma estratégia de “renovação” de seu público, seja de forma positiva ou negativa.
Parte disso se deve ao sucesso de obras em grandes mídias, inspiradas ou até mesmo ambientadas no paddock da categoria mais popular do automobilismo mundial. É o caso de “Drive to Survive“, a série documental da Netflix que acompanha os bastidores da F1 desde 2018.
A produção já conta com cinco temporadas, apesar de não agradar a todos os envolvidos na categoria. Max Verstappen, por exemplo, chegou a não participar das gravações por algumas temporadas.
Depois de uma conversa com Stefano Domenicali, o CEO da Fórmula 1, e os produtores do programa, o atual tricampeão parece ter adotado uma postura mais flexível e deve participar novamente das gravações.
Com o tremendo e constante sucesso do programa, é recorrente a dúvida do público sobre quando chegará – ou até mesmo se haverá – a sexta temporada. Então, para a alegria dos fãs da obra, “Drive to Survive” segue renovada pela Netflix.
Segundo informações do portal GPblog, a equipe de filmagem do serviço de streaming esteve presente em todos os Grandes Prêmios. Assim, a plataforma disponibilizará a nova temporada da série em 23 de fevereiro.
Confira abaixo o trailer da já disponível quinta temporada, que acompanhou o ano de 2022 da Fórmula 1:
O que os pilotos pensam sobre a série da Netflix?
Como citado anteriormente, Max Verstappen esteve fora de “Drive to Survive” por um tempo. O neerlandês não parece curtir muito o fator “celebridade” imposto tanto pela série quanto por alguns eventos extra pistas.
“Não preciso assistir porque sei o que acontece. Também não estou muito interessado em ouvir dos nossos vizinhos como eles encararam a temporada. Eu conheço o meu lado da história. Para mim, isso é o suficiente“; disse o tricampeão, em relação à obra da Netflix, em entrevista no ano passado à revista Time.
Já Lando Norris, admitiu que há benefícios na exposição midiática como piloto de Fórmula 1, mas também revelou que não há interesse de sua parte em assistir “Drive to Survive”, muito pelo fator “cinematográfico” do programa.
“Eu assisti, eu acho, o primeiro episódio em que participei, que foi o final da 1ª temporada e foi isso. Isso foi tudo que eu vi. A questão é que, quando você sabe tudo o que está acontecendo, é bom quando eles fazem você parecer bem, mas às vezes também fazem você parecer mal. Ainda é um show, é para entreter as pessoas. Não existe para fornecer talvez as coisas mais honestas sobre tudo“; opinou o britânico.
Já entre os chefes de equipe, Christian Horner, da Red Bull, também não poupou críticas à série da Netflix no último ano. Ele chegou a comparar “Drive do Survive” com uma produção das “Kardashians”, por supostamente retratar o universo da Fórmula 1 como algo superficial e fora da realidade.
“Você pensa: ‘eu realmente disse isso da forma como eles inseriram?’ E às vezes você se questiona para onde isso está indo […] Tudo isso soa como se estivéssemos fazendo um show“; desabafou o britânico no podcast Pardon my Take.
