Assim como em 2023, a Fórmula E marcará presença novamente no circuito de rua de São Paulo. E o palco mais uma vez será o trajeto que passa pelo Sambódromo do Anhembi. A largada do E-Prix será neste sábado (16), às 14h (horário de Brasília).
A quarta etapa da temporada 2024 da Fórmula E será a segunda seguida que o Brasil receberá do campeonato formado por carros 100% elétricos. No ano passado, o trajeto também foi projetado no mesmo local, onde desfilam as escolas de samba de São Paulo. O traçado será o mesmo, com 2,96 km de extensão e 11 curvas.
No E-Prix de São Paulo realizado em 25 de março de 2023, a vitória foi do neozelandês Mitch Evans. Numa chegada aciradíssima, o piloto terminou apenas 0,284s do compatriota Nick Cassidy. Terceiro colocado, o britânico Sam Bird ficou somente a 0,507 de Evans. Entre os brasileiros, Lucas Di Grassi terminou em 13º lugar, enquanto Sérgio Sette Câmera foi o 17º.
Fórmula E sucede a Indy no Sambódromo
O campeonato formado por monopostos elétricos resgatou o expediente utilizado pela Fórmula Indy no começo da década passada. Entre 2010 e 2013, com o apoio do Grupo Bandeirantes, a tradicional competição norte-americana teve corridas também sediadas no Sambódromo do Anhembi. Foram as quatro últimas edições do campeonato no país.
Conhecida como São Paulo Indy 300, o percurso pela pista do Anhembi era maior com relação à Fórmula E. O comprimento do traçado era de 4,180km, também com 11 curvas. A Reta dos Bandeirantes, de 1,5km pela Marginal Tietê, é considerada uma das maiores da história da Fórmula Indy, com os carros chegando a alcançar 340km/h.
Will Power, tricampeão da São Paulo Indy 300
A definição do Sambódromo do Anhembi como a largada e a chegada do Sâo Paulo Indy 300 foi definida em janeiro de 2010, com a primeira corrida ocorrendo em 14 de março daquele ano. A prova foi caótica, devido às muitas paralisações causadas pela chuva, além das bandeiras amarela e vermelha no decorrer da disputa.
O australiano Will Power conquistaria com sua Penske a primeira de suas três vitórias seguidas no Anhembi. Na ocasião, era apenas o seu terceiro triunfo na carreira na Indy depois de Long Beach (2008) e Edmonton (2009). A bandeirada aconteceu na bandeira branca depois do limite de tempo de duas horas.
Ryan Hunter-Reay terminou na segunda colocação. Os brasileiros Vitor Meira e Raphael Matos ficaram, respectivamente, em terceiro e quarto. Os demais pilotos do país na prova foram Hélio Castroneves (9º), Tony Kanaan (10º), Bia Figueiredo (13ª), Mario Romancini e Mario Moraes (ambos não completaram).
Prova disputada em dois dias
O segundo ano da corrida no Anhembi teria ainda mais problemas, com o evento dividido em dois dias. Marcado para 1º de maio de 2011, uma chuva torrencial em São Paulo causaria uma demora de quase duas horas e meia para o início. Logo após os carros irem para a pista nos primeiros 40 minutos, a organização da Indy optaria por transferir a conclusão da prova para o dia seguinte, uma segunda-feira.
Naquele 2 de maio, a chuva novamente não daria trégua. Mas a corrida seria finalizada mesmo assim, com apenas 1h19m14s de duração, para completar as duas horas do limite estabelecido. Das 75 voltas previstas, foram completadas 55, sendo 34 com bandeira verde e 21 em amarela.
Assim como em 2010, Will Power adotaria a melhor estratégia para vencer pela segunda vez no Anhembi. Graham Rahal e Ryan Briscoe completaram o pódio. Entre os brasileiros, disputaram Vitor Meira (17º), Helio Castroneves (21º), Tony Kanaan (22º), Bia Figueiredo (24º) e Raphael Matos (25º).
A terceira e última vitória de Will Power em São Paulo ocorreria em 29 de abril de 2012. Dessa vez, o australiano venceria sem os problemas das duas corridas anteriores. Assim como em 2010, Ryan Hunter-Reay mais uma vez terminaria em segundo no circuito de rua do Anhembi. Takuma Sato completou o pódio.
Hélio Castroneves concluiu a São Paulo Indy 300 em quarto, depois de largar na vigésima colocação. Em sua única temporada na Fórmula Indy, Rubens Barrichello concluiria a prova em décimo, defendendo a KV Racing. Companheiro de equipe de Rubinho, Tony Kanaan finalizou em 13º, enquanto Bia Figueiredo se classificou em 20º em 2012.
Despedida da prova foi marcada por última volta histórica
No ultimo ano da Indy no Anhembi, a prova vencida pelo canadense James Hinchcliffe teve o final mais emocionante. Logo após uma sequência de bandeiras amarelas e relargadas, a volta derradeira reservaria uma disputa alucinante pela vitória entre Hinchcliffe, Takuma Sato e Josef Newgarden.
Restando alguns metros para a linha de chegada, o canadense, que abriu a volta em terceiro, conseguiria ultrapassar o japonês e o norte-americano para receber a bandeirada. Também na parte final da prova, Marco Andretti garantiu a terceira colocação, superando Newgarden. Entre os brasileiros, apenas Hélio Castroneves completou a prova em 13º, enquanto Tony Kanaan e Bia Figueiredo abandonaram.
Com a crise financeira do Grupo Bandeirantes na época, a emissora não conseguiu bancar as edições posteriores do evento, com a Fórmula Indy nunca mais retornando ao Brasil. Pelo menos, a Fórmula E resgatou o circuito de rua no Sambódromo do Anhembi como palco do automobilismo.