As principais competições da motovelocidade terão mudanças significativas em seus regulamentos a partir de 2024. Na MotoGP, as equipes que menos pontuaram no ano passado terão a chance de realizar mais testes para melhoras nas motos. É o chamado sistema de concessões, que beneficiará fabricantes como Honda e Yamaha e proporcionará restrições à Ducati.
No WorldSBK, será instituída a regra do peso mínimo. A moto terá que ser proporcional ao peso do piloto. No caso de Álvaro Bautista, bicampeão do Mundial de Superbikes com a Ducati Aruba.it Racing, o espanhol será obrigado a adicionar mais quilos ao seu veículo. Afinal, o veterano de 39 anos é um dos mais leves do grid.
Com as modificações polêmicas, o chefe da Ducati deixou clara sua insatisfação. Gigi Dall’Igna reconheceu que a regra das concessões inicialmente favoreceria as tradicionais Honda e Yamaha na MotoGP. A reclamaçao maior do engenheiro italiano de que as demais equipes como KTM e Aprilia vêm tirando proveito.
“Estávamos dispostos a assinar a primeira proposta que a Dorna [detentora dos direitos de TV da MotoGP] nos deu, que, fundamentalmente, só dava ajuda à Honda e à Yamaha. Era razoável, para nós, era uma proposta equilibrada, então teríamos assinado na hora. Por outro lado, outros fabricantes aproveitaram a oportunidade para tirar vantagem para si ou tentar nos prejudicar”, acusou o dirigente em entrevista ao diário espanhol Marca.
“Punir quem trabalha bem na MotoGP não é esportivo”
Dall’Igna não escondeu sua indignação. “Tentamos resistir, mas pelo compromisso de querer ficar bem com todos, tivemos que nos contentar com isso. É claro que tanto no MotoGP como no Superbike, parece que quando a Ducati vence o regulamento está errado e quando outra pessoa vence, o regulamento está certo”, ironizou.
O chefe da Ducati citou o exemplo no WorldSBK. “O único penalizado é o Álvaro Bautista”, observou. “Nós das Superbikes já concordamos em dar super concessões às equipes que tinham motos antigas e estavam com dificuldades de desenvolvimento. Portanto, não somos contra ajudar quem tem dificuldades. Talvez um dia seremos nós que teremos dificuldades, mas punir quem trabalha bem não parece muito esportivo”, concluiu.