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Brasileiras lutam por igualdade de gênero nas pistas do Rally dos Sertões

Helena Deyama, Moara Sacilotti e mais oito mulheres superam o machismo e disputam esta edição do Rally dos Sertões

Helena Deyama e Moara Sacilotti disputam o Rally dos Sertões 2023.
Helena Deyama e Moara Sacilotti (Reprodução / Redes sociais)

Apesar dos esforços contrários de seu avô, Moara Sacilotti preferiu o rally ao balé. Já Helena Deyama optou pelo automobilismo a um namorado que reclamava quando ela não respondia às suas mensagens.

Dessa forma, elas carregam consigo histórias parecidas com as de muitas mulheres que precisam superar barreiras para conquistar o que desejam em meio a uma sociedade machista. Quando este desejo se estende então aos volantes, mais preconceitos aparecem em um esporte majoritariamente masculino.

No entanto, as duas brasileiras não se acanham e lideram os esforços para aumentar a participação feminina no automobilismo. Elas são duas das 10 mulheres que disputam esta semana o Rally dos Sertões, tradicional competição que conta com 307 participantes.

A prova percorre o sertão do Brasil entre 11 e 19 de agosto, sendo atualmente o maior evento de rally da América Latina.

As vozes femininas do Rally dos Sertões

Após conquistar um bom tempo com sua moto em uma etapa em estrada de terra, Moara deu entrevista ao Efe e falou sobre a prova: “Gosto deste tipo de terreno, com pequenas pedras soltas. Você vai rápido, mas tem que prestar atenção nos obstáculos em seu caminho. Você não tem tempo nem para beber água.”

Participante do Rally dos Sertões desde os 18 anos, a automobilista destacou o quão importante é a competição em sua vida: “Virei mulher graças a esse campeonato.”

Filha de motociclista profissional, ela também contou ao meio de comunicação que sempre gostou de explorar e descobrir novos recantos de sua terra natal. Mesmo assim, ela conta que não foi recebida de braços abertos ao decidir seguir no automobilismo.

Quando Moara chegou para sua primeira competição, um campeão de motociclismo lhe disse que ela não conseguiria completar uma única etapa. No final das contas, ela completou o primeiro estágio e todos os seguintes.

Para mim, mais do que preconceitos, são desafios.

Moara Sacilotti, ao Efe.

Helena pilota um UTV roxo nesta edição da competição e, em entrevista ao mesmo meio de comunicação, contou que também teve um início nada receptivo, principalmente por vir de uma família sem histórico no automobilismo.

A primeira coisa que eles dizem é que você não é capaz. A maior dificuldade foi superar isso, para que então me tratassem como igual.

Helena Deyama, ao Efe.

As duas protagonistas desta matéria conquistaram respeito ao vencer. Sacilotti venceu o Rally dos Sertões do ano passado na categoria acima de 40 anos, enquanto Deyama foi a primeira mulher a vencer um campeonato brasileiro da categoria.

Agora, elas e todas as dez mulheres que disputam a edição deste ano buscam por conquistar cada vez mais espaços na competição, deixando suas marcas e criando assim um caminho mais receptivo à mulheres que decidam viver do automobilismo brasileiro no futuro.

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Escrito por Mateus Pereira

Colaborador do Naspistas desde 2023, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minha maior paixão à minha vocação através da produção de conteúdo sobre esportes. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o automobilismo, o futebol e o universo geek.
Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.

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