Tradicional nas categorias de base da Fórmula 1, a Hitech apresentou formalmente inscrição para concorrer a uma vaga junto à Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A princípio, a disputa da equipe britânica é para ingressar no grid da categoria a partir da temporada 2026.
CEO o Liberty Media, grupo que gere a Fórmula 1, Greg Maffei foi perguntado sobre o tema em participação no podcast Waker Webcast. O executivo avaliou que apenas “circunstâncias certas” poderiam convencer as dez atuais equipes do grid a receberem mais uma integrante para dividir a receita.
“O verdadeiro problema é a forma como a estrutura funciona atualmente. Provavelmente há quatro ou cinco garagens, áreas de paddock onde seria difícil colocar uma 11ª baia. Talvez isso se resolva com dinheiro e tempo, mas não é algo que você estala os dedos e pronto. A outra questão é que as dez equipes dividem os lucros entre elas, e dividir de 11 formas não é algo que as entusiasma, particularmente”, começou Greg Maffei.
O principal entrave e circunstâncias certas:
Embora exista uma taxa de inscrição de US$ 200 milhões para ser repartido entre o grid atual, a divisão da receita é o principal entrave. Maffei comentou sobre essa questão também.
“Francamente, foi uma grande mudança, pois, historicamente, não existia taxa de franquia. Na verdade, as equipes não eram franquias. A Fórmula 1 tinha o direito de adicionar, com a anuência da FIA, novas equipes — quantas quiséssemos. Mas realmente queríamos criar valor com essas franquias, fazer as equipes valerem dinheiro para que haja investidores e se crie, esperamos, igualdade na pista”, seguiu.
“As equipes agora olham e dizem ‘Bom, espere um pouco, não queremos dividir em 11, estamos muito satisfeitas’, e tudo o que está sendo proposto sobre pagar uma taxa de franquia não as compensa o suficiente pela diluição que haverá com a 11ª equipe”, analisou o CEO do Liberty Media.
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Além da Hitech, a Andretti almeja uma vaga no grid da Fórmula 1 a partir de 2026. Greg Maffei comentou a possibilidade de acordo:
“Bom, acho que, nas circunstâncias certas, trabalharemos para ter a 11ª equipe, alguém que possa agregar muito valor aos fãs pela sua posição e tecnologia, como uma OEM, posição em marketing. Alguma combinação assim e podemos imaginar algum tipo de acordo. Mas não sem controvérsia entre as dez”, completou.
FIA se manifesta sobre 11ª equipe na Fórmula 1:
Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem é um dos maiores defensores da entrada de una 11ª equipe no grid da Fórmula 1. O dirigente, entretanto, reconhece as dificuldades do processo e das conversas com as partes envolvidas.
“Existem algumas equipes querendo entrar. Estamos felizes por expressarem interesse. Estamos trabalhando com a FOM e Stefano Domenicali [CEO da Fórmula 1]. Isso é muito importante para fazer a devida diligência. E eles percebem que a FIA também é uma das principais parceiras nisso. E ambos concordamos que para ter uma nova equipe, não podemos forçar os outros times a dizerem ‘sim’ ou ‘não’. Cabe a eles. Você vê o que já fizemos: foi uma transição do que eles fizeram”, disse Mohammed Ben Sulayem em entrevista ao site GrandPrix247.
“Entendo a preocupação dos times. É algo importante. Nós, na FIA, temos essa preocupação. Quando falamos sobre manifestação de interesse, ainda existem regras e não podemos fechar o pedido dizendo não, porque temos outra chance e não podemos dizer ‘não’ se eles preenchem os requisitos. Entendo as preocupações das outras equipes, mas não estamos quebrando as regras. E esperaria que eles entendessem nossa posição quando se trata disso também. É assim que podemos avançar juntos. Como disse, entendo, mas também tenho certeza que eles vão entender nossa posição. Uma coisa que não farei é de quebrar as regras”, completou.