Muitas ideias foram implementadas e aperfeiçoadas no passado da Fórmula 1 para que chegássemos ao nível técnico e estético dos carros atuais da categoria. No entanto, nessa longa caminhada, alguns projetistas “perderam a mão” na intenção de inovar ou simplesmente chamar atenção para o seu modelo.
De modelos únicos a ideias revolucionárias, a F1 já teve em sua história vários tipos de carros monopostos, sempre em busca de alcançar a maior tecnologia possível no cenário da velocidade e do entretenimento automobilístico. Assim, o Naspistas reuniu alguns dos carros mais feios ou, no mínimo, inusitados que já passaram pela categoria.
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Os carros mais inusitados da Fórmula 1
Curiosamente, os a década de 70 contou com aparições bastante chamativas no design de alguns carros no grid. Assim, durante a pesquisa para elaboração desta lista, a maior parte dos carros cogitados, inclusive os cinco incluídos aqui, são deste icônico momento da Fórmula 1.
Sem mais delongas, confira, em ordem cronológica, cinco modelos que chamaram atenção por serem bem diferentes do convencional da categoria mais popular do automobilismo mundial, seja por sua estética ou por implementar ideias “mirabolantes”.
Brabham BT34 (1971 e 1972)
Incluído aqui por se enquadrar entre os carros “mais feios” da Fórmula 1, o BT34 foi produzido por Ron Tauranac e utilizado pela Brabham em vinte corridas nos primeiros anos da década de 70. O modelo chegou a ser pilotado pelo brasileiro Wilson Fittipaldi, irmão do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi, em 1972.
O design “diferentão” foi mesmo o maior destaque do carro pela categoria, já que seu melhor desempenho foi então uma pole position do argentino Carlos Reutemann no Grande Prêmio da Argentina de 1972. A 5ª colocação de Graham Hill no Grande Prêmio da Áustria de 1971 foi assim o melhor que o carro verde e amarelo conseguiu alcançar em corridas.
March 711 (1971 e 1972)
Ainda em 1971, a March trouxe um conceito inédito em sua asa dianteira que chamou bastante atenção na época. Rapidamente o formato foi apelidado como “Tea Tray” (bandeja de chá em português), além de também ser comparado a outros objetos, como prancha de surfe
O carro também se destacou por ser o primeiro pilotado pelo austríaco Niki Lauda na Fórmula 1. O brasileiro Carlos Pace também chegou a assumir seu volante. Nas pistas, o modelo não acumulou vitórias, mas passou longe de decepcionar, levando o sueco Ronnie Peterson a conquistar cinco pódios e um vice-campeonato.
Tyrrell P34 (1976)
A icônica Tyrrell é presença obrigatória nesta lista, graças a uma ideia pra lá de inusitada para a temporada de 1976. Naquele ano, já então em meio a sinais do declínio da escuderia na década seguinte, o destaque foi para o fato de colocarem na pista um impressionante carro de seis rodas, algo inédito e único na categoria.
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O projeto revolucionário do engenheiro Derek Gardner tinha o objetivo de adquirir mais aderência colocando mais borracha na pista e até ganhou corridas, mas não teve sequência após a chegada do efeito solo, além da “má vontade” da fabricante de pneus da época.
Brabham BT46 (1978 e 1979)
A Brabham é a única equipe digna de ceder mais de um modelo a esta seleta lista, mas, desta vez, não é por trazer um carro feio, mas sim por tentar implementar uma ideia bastante inusitada, assim como o último exemplo da Tyrrell.
Durante os últimos anos da década de 70, a escuderia britânica colocou na pista o que ficaria conhecido como “carro ventilador”, exatamente por conter o objeto em sua traseira. Sem conseguir lidar da maneira correta com o efeito solo, o engenheiro Gordon Murray teve a brilhante ideia de puxar o ar e criar mais downforce, o que realmente funcionou.
Foi ao volante do modelo que Niki Lauda venceu de forma dominante o GP da Suécia de 1978, com mais de 30 segundos de vantagem. O brasileiro Nelson Piquet também chegou a pilotar a máquina da Brabham por um curto período antes dela ser então banida da Fórmula 1 por questões de segurança.
Ensign N179 (1979)
E o responsável por encerrar nossa lista é muito provavelmente o carro com o design mais feio da história da Fórmula 1. Ironicamente comparado por alguns a um ralador de queijo, o N179 foi projetado por Dave Baldwin e utilizado pela Ensign em 1979.
Este foi mais um carro na onda de fazer bom uso do efeito solo, mas falhou miseravelmente em seu objetivo. Com um desempenho de fazer jus à sua estética, o modelo não se classificou em sete das 11 provas disputadas, além de abandonar em três ocasiões e terminar apenas uma corrida, na 13ª colocação.
Atualmente, uma das principais críticas do público da Fórmula 1 é a padronização excessiva no design dos carros, resultando em modelos cada vez mais parecidos no grid. Assim, se torna ainda mais interessante relembrar os tempos em que carros com ideias bem diferentes desfilavam nas pistas da categoria, fossem elas eficientes ou não.