Campeão da Fórmula 2 em 2022, Felipe Drugovich parece ser o brasileiro mais próximo de conquistar uma vaga na Fórmula 1, apesar de também ter tido seu nome ventilado na Fórmula E durante as últimas semanas.
Em alta no automobilismo mundial, Drugovich se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão da categoria de acesso à Fórmula 1 em seu atual formato.
No entanto, se levarmos em consideração seus antigos moldes, a categoria, hoje organizada pela FIA e intitulada como F2, já contou com outros 4 brasileiros entre seus campeões.
Sobre a Fórmula 2
Antes de falarmos sobre seus vencedores de nosso país, vale destacar mais sobre a história da Fórmula 2 e suas “diversas formas” no automobilismo mundial.
A categoria de acesso à F1 já recebeu em suas origens o título de Fórmula 2. Isso ocorreu durante sua criação, em 1948. No entanto, em 1985, foi substituída pela Fórmula 3000 por motivos financeiros. Esta, por sua vez, deu lugar à GP2 Series, no ano de 2003.
Já em 2009, a FIA reviveu a antiga Fórmula 2, que perdurou até 2012, mas se viu obrigada a fazer uma “pausa”. O motivo para engavetar o projeto foi o declínio dos números de inscritos.
Ainda assim, em 2015, a FIA optou por retornar com a categoria de acesso, novamente com o título de GP2 Series. O nome criado em 1948, porém, só voltou a ser utilizado em 2017 e se mantém até os dias atuais.
Apesar de Drugovich ser o único campeão do atual formato, é possível destacar, ao todo, 5 brasileiros que já venceram a categoria. Todos os outros quatro pilotos alcançaram suas glórias na era da Fórmula 3000.
Roberto Moreno
Ano do título: 1988
Equipe: Bromley Motorsport
Em 1988, Ricardo Moreno surpreendeu o mundo do automobilismo na Fórmula 3000. O brasileiro já havia disputado uma temporada pela equipe Ralt no ano anterior, mas, ao se mudar para a pequena Bromley Motorsport, conseguiu conquistar o título, após vencer quatro provas. Ricardo superou assim o francês Olivier Grouillard.
Após sua excelente passagem pela F3000, Ricardo Moreno recebeu oportunidades em equipes menos badaladas da Fórmula 1, onde chamou a atenção por conseguir tirar o melhor de carros muito ruins. No entanto, após o GP da Bélgica de 1991, o brasileiro teve sua vaga no grid cedida ao então jovem Michael Schumacher.
Christian Fittipaldi
Ano do título: 1991
Equipe: Pacific Racing
Filho de Wilson Fittipaldi e sobrinho do bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi, Christian conseguiu colocar o tradicional nome de sua família no topo de mais uma categoria do automobilismo mundial.
Até então uma jovem promessa, ele chegou na F3000 após o título da Fórmula 3 sul-americana e um quarto lugar na F3 Inglesa. Esta última, na época, era a principal categoria para quem queria brigar por uma vaga na F1.
Já em seu primeiro ano pela categoria, conseguiu conquistar o título correndo pela pela Pacific Racing. Na ocasião, o brasileiro superou Alessandro Zanardi, piloto que viria a ser bicampeão da Fórmula Indy.
A conquista lhe abriu então portas para a Fórmula 1, onde conseguiu figurar no grid entre 1992 e 94. Pela categoria máxima do automobilismo foram 40 GPs e 12 pontos somados, em uma época onde só o top-6 pontuava.
Ricardo Zonta
Ano do título: 1997
Equipe: Super Nova
Pela Fórmula 3000, Ricardo Zonta conquistou o campeonato em seu segundo ano na competição, após já ter corrido uma temporada pela Draco. Em 1997, agora pela Super Nova, o brasileiro competiu diretamente pelo título com Juan Pablo Montoya, colombiano que viria a ser destaque na Fórmula 1 pouco tempo depois.
O título veio ao chegar na frente durante a penúltima etapa da F3000 daquele ano, em Mugello. Após o feito alcançado, Zonta assinou contrato com a McLaren, mas só veio a ter de fato uma oportunidade na F1 pela BAR, em 1999. Atualmente, o piloto figura entre os principais destaques da Stock Car.
Bruno Junqueira
Ano do título: 2000
Equipe: Petrobras Junior Team
Outro com passagem pela Stock Car após ter em seu currículo um título da Fórmula 3000 é Bruno Junqueira.
Em sua primeira temporada pela F3000, o mineiro também correu pela Draco, onde terminou no 18º lugar da classificação geral. No ano seguinte, em 1999, Bruno foi para a Petrobras Junior Team, onde já conseguiu terminar o campeonato em quinto.
Foi então em sua terceira temporada na categoria de acesso, ainda pela equipe citada anteriormente, que o piloto conseguiu alcançar o ápice. Para levar o campeonato, o brasileiro teve de superar Nicolas Minassian, da Super Nova.
Em meio à grande disputa, o título só veio para o Brasil após a última etapa em Spa, na Bélgica. Bruno Junqueira se sagrou campeão em uma edição que também trazia Mark Webber e Fernando Alonso em seu grid.
Felipe Drugovich
Ano do título: 2022
Equipe: MP Motorsport
Após a conquista de Junqueira e diversas mudanças na categoria, foram 22 anos até que um brasileiro voltasse a levar o título da categoria de acesso à F1, agora já intitulada como Fórmula 2.
Drugovich chegou à MP Motorsport, até então uma escuderia de meio de grid, em 2020. Na ocasião, o paranaense conquistou duas provas durante a temporada.
Em 2021, foi para a UNI-Virtuosi sob certas expectativas, já que a então nova equipe havia sido vice-campeã no ano anterior. No entanto, Felipe não obteve o sucesso esperado, ocupando apenas o 8º lugar na classificação geral.
Na última temporada, ele recebeu a chance de retornar à sua antiga escuderia, onde surpreendeu a todos e conquistou o campeonato com tranquilidade. O título se concretizou após vencer a corrida sprint de Monza, mesmo fora da prova desde a primeira volta por um um toque.
Atualmente, Felipe Drugovich é piloto de testes na Fórmula 1 pela Aston Martin. Ao que tudo indica, o brasileiro é um dos nomes cotados a assumir uma vaga no grid principal da categoria dentro dos próximos anos.