Fabricio Carvalho
Johann Zarco, da LCR, cravou que a Honda estará se beneficiando por não focar o desenvolvimento da sua moto de MotoGP num único piloto, como foi o caso de Marc Márquez na equipe. A RC213V Honda, que estreou em 2012, foi gradualmente reformulada de acordo com as exigências de Márquez, que fez uma estreia de destaque com o fabricante japonês há quase 11 anos.
Embora a decisão de basear a sua moto quase inteiramente em Márquez tenha inicialmente provado ser um enorme sucesso, já que o espanhol conquistou seis títulos num período de sete anos, a sua lesão no início da temporada de 2020 e os períodos de paragem subsequentes destacaram grandes falhas na estratégia da Honda no MotoGP.
Além disso, Márquez também foi capaz de contornar alguns dos problemas fundamentais da RC213V, o que significou que a Honda não tinha uma compreensão completa das suas fraquezas até que a moto ficou significativamente atrás da concorrência nos últimos dois anos.
Com o piloto de 31 anos “rasgando” o contrato para iniciaro próximo capítulo da sua carreira com a Gresini Ducati, a Honda está adotando uma nova abordagem ao seu programa de MotoGP que o aproxima mais das marcas europeias.
Uma pessoa-chave na tentativa da Honda de regressar à frente é o veterano do MotoGP Zarco, que se juntou à equipa satélite da LCR este ano no lugar de Alex Rins. Mas, embora Zarco tenha conseguido superar regularmente os pilotos de fábrica da Honda, Joan Mir e Luca Marini, o francês pensa que todo o quarteto deve desempenhar um papel na melhoria da RC213V.
Questionado se a Honda deveria colocar um foco maior nele à medida que adiciona mais peças à sua moto com motor V4, o ex-vencedor de corridas de MotoGP disse que é melhor para a marca japonesa não repetir os erros do ano passado.
Aspas de Johann Zarco, piloto da Honda
“Não é muito para mim. Mesmo que às vezes eu consiga ser mais rápido, o que compartilhamos [uns com os outros] se [ajudarmos] a elevar o nível da Honda, será um benefício para todos. No momento com a Honda, a grande mudança em relação ao ano anterior é que não há um grande líder na equipe de fábrica.
“Não quero dizer que sou o líder, mas somos muito parecidos e isso é útil para ambas as equipas obterem o desenvolvimento total da Honda, e a Honda agora está a fazê-lo desta forma. Podemos entender que no passado ter Marc poderia salvar todos os problemas e então talvez eles se concentrassem demais neles.”
