Matheus Camargo
O canal oficial da Fórmula 1, a F1 TV, tem em seu quadro de comentaristas alguém que tem grande experiência. Julien Simon-Chautemps, ex-engenheiro de pilotos como Kimi Raikkonen e Roman Grosjean, mudou de função na categoria e tem feito parte das transmissões.
O francês, em entrevista ao Motorsport, explicou a mudança de carreira e sua experiência com Kimi Raikkonen, campeão mundial em 2007.
Em 2021, ele encerrou seu período de décadas na Fórmula 1 e no automobilismo, mesmo que preste consultoria,à equipe francesa Sainteloc, em sua mudança para monopostos, e ao provedor alemão de dados de corrida, Paceteq.
Sua missão agora é compartilhar sua visão técnica nas transmissões da Fórmula 1, tendo começado pela emissora francesa Canal+, ainda em 2022.
Após a corrida no Brasil, no ano passado, ele assinou em definitivo com a F1 TV, sendo recentemente confirmado como fixo em 2024.
“Sempre quis criar minha própria empresa de consultoria em automobilismo. Trabalhei quase 15 anos na Fórmula 1 e então Kimi Raikkonen decidiu se aposentar por volta de setembro de 2021. Não quero dizer que isso foi um gatilho, mas foi uma grande parte”, explicou Simon-Chautemps.
Ex-engenheiro admite mudança de postura como comentarista
Para o ex-engenheiro, há uma grande diferença no tipo de comunicação ao falar com pilotos e com espectadores da Fórmula.
“Existem muitos paralelos entre comunicar com o piloto e uma equipe e expressar o que você quer dizer na TV. Na TV, o desafio é explicar assuntos muito técnicos de uma forma que os telespectadores casuais possam entender. A F1 TV tem um enorme banco de dados de fotos e vídeos, e a equipe é fantástica, então estou aproveitando muito meu tempo com eles”, disse o francês sobre sua carreira como comentarista.
“Há uma curva de aprendizado acentuada, mas o apoio que recebi do Canal + e da F1 TV tem sido inestimável e eu estou muito grato pela oportunidade.”
Além de Kimi Raikkonen, Simon-Chautemps atuou como engenheiro de corrida na Renault e Alfa Romeo para nomes como Marcus Ericsson , Romain Grosjean e Jolyon Palmer. Ele identificou três pilares principais que um bom engenheiro de corrida de F1 precisa dominar.
“Você realmente não precisa ser um especialista em uma determinada área, mas obviamente precisa ter conhecimento técnico. Você precisa de um forte conhecimento em muitas áreas porque precisa falar com pessoas responsáveis por motores, aerodinâmica, pneus, mecânica, bateria e assim por diante. A qualidade mais importante é que você precisa ser capaz de se comunicar. Para mim, um grande engenheiro é um ótimo comunicador, porque muitas vezes há muito estresse e você precisa tomar as decisões certas”, disse ele.
